O titular da Secretaria de Cultura do Estado, Bruno Monteiro, defendeu nesta quarta-feira (16) a necessidade de uma discussão “mais ampla” sobre a criação ou não de um novo circuito para o Carnaval de Salvador. Conforme o gestor, antes de uma decisão, é necessário que as pessoas responsáveis por “fazer o Carnaval acontecer” sejam ouvidas sobre a medida.

“Nós já manifestamos a nossa posição que essa discussão precisa ser mais ampla, feita de uma forma mais ampla e democrática possível. Nós estamos participando do Conselho do Carnaval, o Comcar, que é quem gerencia o Carnaval de Salvador. Temos um diálogo com a Prefeitura também nesse sentido, porque nós entendemos que as soluções só virão se forem articuladas, se elas forem ouvindo o conjunto das pessoas, da sociedade que faz o Carnaval acontecer”, apontou.

Ainda segundo Bruno Monteiro, o Estado tem feito sua “parte” desde o ano passado, fortalecendo o circuito Osmar, no Campo Grande. “Levando mais atrações de peso, atrações sem cordas, como uma forma de valorizar mais aquele circuito, mas nós vimos no Carnaval desse ano que isso não representou um esvaziamento do circuito Dodô, Barra-Ondina. Então, precisamos de fato buscar essas alternativas, estamos absolutamente abertos, até porque o Governo do Estado é parte fundamental na realização do Carnaval, quer participar, quer ser ouvido e quer dar sua contribuição para que nós tenhamos a maior festa popular de rua do planeta, cada vez mais refletindo somente a alegria, o talento, a riqueza cultural que nós temos”, afirmou.

Questionado se a solução para a questão passa pela criação do circuito da Boca do Rio, e pela permissão de apenas desfiles de fanfarra na Barra-Ondina, o titular da Secult enfatizou que não lhe “cabe antecipar nenhum tipo de discussão nesse sentido, mas quero reforçar nossa disposição para o diálogo e uma construção coletiva”.

Aldir Blanc

Na ocasião, o secretário também celebrou a divulgação dos 29 editais da Política Nacional Aldir Blanc (Pnab Bahia), que foram apresentados pelo governador Jerônimo Rodrigues, nesta quarta-feira (16), no Centro de Operações e Inteligência (COI) da Secretaria de Segurança Pública (SSP-BA), em Salvador. Com um investimento de R$ 110 milhões, as iniciativas apoiarão mais de mil projetos, impulsionando a produção cultural em todos os 27 Territórios de Identidade da Bahia.

“É um dia importantíssimo, em que nós lançamos mais uma ação que vem a consolidar um trabalho de democratização, ampliação e transformação de vidas por meio da cultura em toda a Bahia, com o lançamento dos investimentos da Política Nacional Audir Blanc, R$ 110 milhões agora executados pela Secretaria de Cultura do Governo do Estado no próximo ano. Nós teremos o fomento a mais de mil projetos, por meio de 29 editais em todas as linguagens artísticas, de fortalecimento também de tradições de patrimônios culturais e de reconhecimento a segmentos que não têm um histórico de participação em editais como o hip-hop, por exemplo, as filarmônicas, os blocos afro, a capoeira”, destacou.

Conforme o gestor, a política tem o objetivo de ampliar não apenas o reconhecimento, mas também o acesso aos recursos. “Para que esses fazeres culturais que estão espalhados em todo o Estado recebam o apoio para sua existência ao mesmo tempo, entendendo o quanto isso representa uma ativação de uma cadeia de economia criativa. Todo recurso que é investido gera outros recursos, porque ele gera emprego, desenvolve uma série de cadeias de serviços. Então eu considero que isso venha a fortalecer um projeto que esperamos que seja definitivo de investimento na cultura, com toda a sua potência de inclusão e transformação de vidas”, disse.

Reunião ministros de Cultura do G20

Outra temática abordada pelo titular da Secult foi o GT de Cultura, que será realizado em Salvador, entre os dias 5 a 8 de novembro, com a presença de todos os ministros do G20. De acordo com Bruno Monteiro, a Bahia será a “capital da Cultura do mundo”.

“Nós estaremos recebendo ministros e ministras dos países do G20 que estarão aqui discutindo os rumos das políticas culturais, os pontos de encontro de intercessão desses países, também dentro de um projeto integrado de desenvolvimento com inclusão, com sustentabilidade, que a cultura é uma parte fundamental. Então, para nós é uma alegria recebermos na Bahia esse encontro. Estamos preparando toda uma programação para que não seja só um momento de reuniões, mas também um momento de que a nossa cultura, com toda a sua riqueza e a sua diversidade, sejam vistas, sejam conhecidas por essas autoridades e temos certeza que isso representa também um momento de trocas muito importante que vem a fortalecer os fazeres culturais da Bahia”.