Vistoria do MPT revela alto risco de incêndio em hospitais de Salvador

Uma vistoria realizada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) apontou alto risco de incêndio em oito grandes hospitais de Salvador. A inspeção divulgada, nesta última sexta-feira (8), revelou que metade das unidades afetadas são públicas, enquanto a outra metade é privada, totalizando cerca de 20 mil trabalhadores envolvidos. Dentre as instituições com irregularidades estão Hospital Geral Roberto Santos (HGRS), Hospital Agenor Paiva, Hospital da Bahia, Hospital Português, Hospital Geral do Estado (HGE), Hapvida, Instituto de Perinatologia da Bahia (Iperba) e Hospital Universitário Edgard Santos (Hupes).

De acordo com o MPT, problemas como ausência de hidrantes, saídas de emergência inadequadas e projetos de segurança contra incêndio não implementados aumentam significativamente o risco de propagação em caso de incêndio, inviabilizando a emissão do auto de vistoria pelo Corpo de Bombeiros Militar da Bahia (CBM-BA). A inspeção faz parte da ação “Melhor Prevenir”, iniciada na última segunda-feira (4), com o objetivo de verificar o cumprimento das normas de saúde e segurança nos hospitais.

Além do MPT e CBM-BA, participaram da fiscalização o Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest) de Salvador e Camaçari, os conselhos regionais de Engenharia e Agronomia (Crea-BA) e dos Técnicos Industriais (CRT-BA) e a Universidade Federal da Bahia (Ufba), com apoio dos sindicatos dos Enfermeiros da Bahia (Seeb) e dos Técnicos de Enfermagem da Bahia (Sintefem).

O procurador Ilan Fonseca destacou que o setor de saúde lidera os registros de acidentes de trabalho em Salvador, especialmente com materiais perfurocortantes. Segundo ele, embora os acidentes sejam reportados, a falta de protocolos eficazes de prevenção e o ambiente precário de descanso para os trabalhadores aumentam o estresse e o risco de falhas de atenção.