Dois suspeitos de envolvimento no ‘Golpe do Pix’ tem prisão preventiva decretada
Carlos Eduardo do Sacramento Marques Santiago de Jesus e Thais Pacheco da Costa são apontados como operadores do esquema de desvio de doações
O Ministério Público da Bahia (MP-BA) decretou, nesta última quarta-feira (18), a prisão preventiva de dois suspeitos envolvidos em um esquema de desvio de dinheiro que ficou conhecido como “Golpe do Pix”. A decisão, assinada pelo juiz Cidval Santos Sousa Filho, da Vara dos Feitos Relativos a Delitos de Organização Criminosa de Salvador, foi direcionada a Carlos Eduardo do Sacramento Marques Santiago de Jesus e Thais Pacheco da Costa, ambos apontados como operadores da fraude.
Como funcionava “Golpe do Pix” com desvio de mais de R$ 400 mil
As investigações revelaram que o grupo criminoso desviou de R$ R$ 407.143,78, cerca de 75% do total de R$ 543.089,66 arrecadado por doações realizadas pelos telespectadores do programa Balanço Geral, da TV Itapoan (Record Bahia). Elas eram destinadas a pessoas em situações de vulnerabilidade, motivadas por histórias comoventes contadas no programa. Contudo, apenas uma fração do dinheiro chegava aos beneficiários.
Entre os valores desviados, as investigações apontam que Marcelo Castro, apresentador do programa, ficou com R$ 146.231,07, enquanto Jamerson Oliveira, editor-chefe, teria recebido R$ 145.728,85. Um dos casos mais impactantes ocorreu com uma família que deveria ter recebido quase R$ 110 mil para a compra de medicamentos não oferecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). No entanto, apenas R$ 40 mil foram repassados.
A decisão do MP-BA foi justificada com base na periculosidade dos acusados e no risco de fuga. As investigações apontaram o apresentador Marcelo Castro e o editor-chefe Jamerson Oliveira como os líderes do grupo criminoso, porém, nenhum dos dois teve a prisão decretada ainda.
Descoberta do esquema
O “Golpe do Pix” foi descoberto em março de 2023, após uma denúncia informal feita à Record. Um jogador de futebol, sensibilizado com a história de uma criança com câncer, tentou realizar uma doação. Ele percebeu uma inconsistência entre a conta Pix divulgada e a exibida na transferência.
“Ele descobriu que aquela chave PIX era de uma pessoa que desenvolvia a atividade de rifeiro. Como ele queria fazer essa doação, desconfiou e conseguiu o telefone da mãe da criança com câncer. Foi feito um acerto de que doação seria feita diretamente para ela, não para aquela chave”, disse um Charles Leão, delegado da polícia civil responsável pelas investigações.
A emissora iniciou uma investigação interna, identificando outras incoerências. Em seguida, acionou a Polícia Civil, que demitiu os profissionais envolvidos. Posteriormente, o Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas e Investigações Criminais (Gaeco), do MP-BA, denunciou 12 pessoas pelos crimes de associação criminosa, apropriação indébita e lavagem de dinheiro.
“Golpe do Pix”: estrutura do grupo criminoso
De acordo com o MP-BA, a organização criminosa possuía uma estrutura hierarquizada, com divisão clara de tarefas. Marcelo Castro e Jamerson Oliveira eram apontados como líderes do esquema, mas, até o momento, suas prisões não foram decretadas. Segundo a promotoria, as evidências indicam um sistema bem articulado para garantir o desvio dos valores arrecadados.
Defesa dos Acusados
Marcelo Castro e Jamerson Oliveira negam as acusações. Em nota, a defesa dos jornalistas argumentou que as provas coletadas durante a investigação não seguiram todos os trâmites legais necessários.
“A denúncia foi ofertada, mas a mesma ainda não foi recebida pela Justiça. Por tais motivos, deveremos ter cautela nas informações que são passadas, até porque ‘as provas’ colhidas na fase inquisitorial não passaram por diversos princípios processuais e constitucionais penais e constitucionais. A defesa continua, veemente, arguindo a inocência dos seus assistidos, por ser de mais lídima justiça”, destacou a nota.
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