Israel confirma acordo com Hamas para libertação de reféns
Troca de prisioneiros e cessar-fogo geram esperanças em meio às tensões no Oriente Médio

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, anunciou, nesta sexta-feira (17), que um acordo com o grupo Hamas foi alcançado, garantindo a libertação de dezenas de reféns mantidos cativos na Faixa de Gaza. O pacto também prevê um cessar-fogo temporário, além de uma troca de prisioneiros palestinos detidos em Israel.
Netanyahu disse ainda que convocou uma reunião do gabinete de segurança para formalizar a aprovação do acordo, que pode representar um marco significativo nas relações israelenses-palestinas. Apesar do Catar e Estados Unidos já terem anunciado o acordo na quarta (15), somente nesta sexta-feira Israel declarou oficialmente o fim do conflito em Gaza e que o acordo de cessar-fogo foi firmado.
Detalhes do acordo e negociações
Além dos EUA e Catar, as negociações também foram mediadas pelo Egito. Sobre a demora em anunciar o acordo de cessar-fogo, Israel relatou “problemas de última hora” que atrasaram a ratificação. Segundo fontes do governo israelense, as tratativas enfrentaram resistência por parte do Hamas, acusado de tentar obter novas concessões. Em contrapartida, o grupo militante negou essas alegações, declarando que segue comprometido com os termos previamente estabelecidos.
Entre as obrigações do acordo estão a libertação de todos os reféns israelenses em troca dos prisioneiros palestinos. Na primeira fase de cumprimento, prevista para começar no domingo (19), 33 reféns deverão ser libertados, segundo o primeiro-ministro do Catar, Mohammed bin Abdulrahman al Thani.
A duração inicial do cessar-fogo será de 42 dias, permitindo também o retorno de milhares de palestinos deslocados às áreas devastadas em Gaza.
Tensões internas e pressão popular
Ao longo de todo o conflito em Gaza, Netanyahu enfrentou grande pressão da população israelense para trazer os reféns de volta ao convívio com suas famílias. Grupos de familiares e ativistas vinham intensificando seus apelos para que o governo priorizasse a libertação dos capturados.
Por outro lado, há também resistência dentro da coalizão governamental, especialmente de membros da extrema direita, que rejeitavam o acordo e haviam ameaçado renunciar cargos caso ele fosse aprovado.
Impacto humanitário e internacional
O conflito entre Israel e Hamas já se estendeu por mais de 15 meses, sendo responsável por mais de 46 mil mortes entre palestinos, incluindo um alto número de mulheres e crianças, além de mais de 1.200 mortes em Israel. A trégua temporária foi vista como uma oportunidade crucial para permitir a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza, aliviando o sofrimento de milhões de civis afetados pela violência.
Com o anúncio do cessar-fogo, o Egito informou estar se preparando para ampliar o envio de suprimentos através da passagem de Rafah, que liga o território palestino ao país. Já os Estados Unidos reafirmaram seu compromisso com a diplomacia na região, celebrando o acordo como resultado de esforços persistentes.
Joe Biden e Donald Trump celebram acordo
O acordo de cessar-fogo em Gaza foi firmado cinco dias antes da transição de poder da presidência dos EUA, de Joe Biden, o democrata, para Donald Trump, o republicano. Em nota divulgada, o atual presidente norte-americano afirmou estar “empolgado” com o acordo, ainda reivindicando o crédito para a “diplomacia persistente e meticulosa” dos EUA.
“Eu estabeleci os contornos precisos deste plano em 31 de maio de 2024, após o qual ele foi endossado unanimemente pelo Conselho de Segurança da ONU. Minha diplomacia nunca cessou em seus esforços para fazer isso”, escreveu Biden.
Mesmo antes de Biden, o presidente eleito Donald Trump já celebrava o acordo em seu perfil na Truth Social. “Temos um acordo para a libertação dos reféns no Oriente Médio. Eles serão libertados em breve. Obrigado”, declarou o republicano. “Este acordo de cessar-fogo ÉPICO só poderia ter acontecido como resultado de nossa vitória histórica em novembro”, acrescentou.
Trump declarou ainda que sua vitória nas eleições presidenciais de novembro “indicou ao mundo inteiro que minha administração buscaria a paz e negociaria acordos para garantir a segurança de todos os americanos e nossos aliados”.
Lula comenta acordo em Gaza
Em suas redes sociais, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, ainda na quarta-feira (15), que o acordo traz esperança e espera que a interrupção do conflito ajude a achar uma solução duradoura para colocar um ponto final definitivo na guerra.
“Após tanto tempo de sofrimento e destruição, a notícia de que um cessar-fogo em Gaza foi finalmente negociado traz esperança. Que a interrupção dos conflitos e a libertação dos reféns ajudem a construir uma solução duradoura que traga paz e estabilidade a todo o Oriente Médio”, escreveu Lula no X.
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