Ministra defende fim da escala 6×1 e diz que medida beneficiará mulheres
Para aprovação, a PEC precisa do apoio de 308 dos 513 deputados em duas votações
A ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, afirmou nesta quinta-feira (14) que a eliminação da escala de trabalho 6×1, onde se trabalha seis dias com apenas um dia de descanso, trará benefícios às mulheres. “Para as mulheres vai ser um benefício, significa ter mais tempo para se cuidar, se preparar ou mesmo para cuidar do que quiser”, afirmou a ministra à Agência Brasil.
A proposta de emenda constitucional (PEC) que limita a carga semanal de trabalho a 36 horas, conhecida como PEC 6×1, foi apresentada pela deputada Erika Hilton (PSOL-SP) na Câmara dos Deputados em 1º de maio. Para aprovação, a PEC precisa do apoio de 308 dos 513 deputados em duas votações.
“Eu acho que é um debate importante para o Brasil, que tem que ser amadurecido, avançado. Acho que é importante dizer que a [PEC] 6×1 de fato vai beneficiar as mulheres. Nós aprovamos na Câmara a Política Nacional de Cuidados, está indo para o Senado. Se a gente juntar as duas coisas, acho que vai ser super importante para que possamos amadurecer a valorização das mulheres no trabalho remunerado e não remunerado e o uso do seu tempo”, disse Cida.
A Câmara dos Deputados aprovou na terça-feira (12) a Política Nacional de Cuidados, um substitutivo ao Projeto de Lei 2762/24, que agora segue para o Senado. Essa política foi criada com base em um diagnóstico feito por um grupo de trabalho, que apontou a responsabilidade familiar sobre o cuidado, especialmente de meninas e mulheres negras em áreas rurais e periféricas, e evidenciou a ausência de políticas públicas e apoio estatal nessa área.
“A Política de Cuidado é para que o Estado e a sociedade possam assumir a reponsabilidade da área, que hoje está sob responsabilidade única e exclusiva das mulheres. É pensar políticas públicas, estratégias, pensar lavanderias comunitárias, centros do idoso, diversas políticas que vêm para que as mulheres tenham espaço para se cuidar e pensar outras alternativas para sua vida”, concluiu.
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