Ataque ao STF evidencia tentativa de desestabilização democrática, diz Barroso

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, declarou que os ataques com explosivos em frente à sede do tribunal sublinham a urgência em responsabilizar quem ameaça a democracia no Brasil. Durante a abertura da sessão da tarde, Barroso enfatizou que esses atos são uma tentativa deliberada de desestabilizar as instituições democráticas do país. A informação é da “Agência Brasil”.

“A gravidade do atentado de ontem nos alerta para a preocupante realidade que persiste no Brasil – a ideia de aplacar e deslegitimar a democracia e suas instituições. Reforça também e, sobretudo, a necessidade de responsabilização de todos que atentem contra a democracia”, disse Barroso, destacando a necessidade de ação firme contra esses ataques. O presidente também indicou que o episódio recente expõe a periculosidade de alguns indivíduos com os quais a Corte está lidando, sugerindo uma reflexão nacional sobre a atual situação.

Anistia

Ao relembrar os atos de 8 de janeiro, Barroso manifestou oposição à anistia para os condenados pela Corte, afirmando que o desejo de perdoar criminosos antes mesmo de uma condenação formal pode encorajar novas infrações. “Relativamente a este último episódio, algumas pessoas foram da indignação à pena, procurando naturalizar o absurdo. Não veem que dão um incentivo para que o mesmo tipo de comportamento ocorra outras vezes. Querem perdoar sem antes sequer condenar”, comentou o presidente.

Gilmar Mendes

O decano do STF, ministro Gilmar Mendes, também se manifestou, afirmando que os ataques não são eventos isolados e acusou o governo anterior de Jair Bolsonaro de alimentar o discurso de ódio e a desinformação. “As investidas contra a democracia têm ocorrido explicitamente, à luz do dia, sem cerimônia nem pudor. Condutas como as de ontem, juntam-se a diversas outras já vivenciadas”, declarou. Mendes defendeu a regulamentação das redes sociais e rechaçou igualmente a ideia de anistiar os envolvidos nos atos de 8 de janeiro, propondo que a análise desses eventos recentes seja essencial para proteger as instituições democráticas.

Ataque

Imagens de câmeras de segurança mostraram o chaveiro Francisco Wanderley Luiz lançando explosivos em direção à escultura “A Justiça” em frente ao STF e acendendo outro explosivo em seu próprio corpo. Pouco antes, seu carro explodiu no estacionamento próximo ao Anexo IV da Câmara dos Deputados.