Pesquisadores brasileiros desenvolvem primeira caneta de adrenalina autoinjetável no país

Pesquisadores brasileiros criaram a primeira caneta de adrenalina autoinjetável do Brasil. A medicação é comumente usada para casos de alérgica grave e potencialmente fatal, e no formato de caneta pode ser aplicada pelo próprio paciente. Segundo a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai), a adrenalina é o único medicamento disponível no mercado capaz de tratar casos de anafilaxia, termo médico para crises gravas de reações alérgicas. As informações são da Agência Brasil.

O médico Renato Rozental, líder da equipe de pesquisadores, afirmou não se tratar de uma grande inovação cientifica, visto que já existem medicamentos autoinjetáveis em países da Europa, Ásia, Oceania e EUA, e que no Brasil, essa medicação só existe através de importação. “A grande pergunta é: por que demorou tanto tempo pra termos isso acontecendo no Brasil?”, questionou o médico pesquisador da Fiocruz, sobre a demora da produção do remédio no formato de caneta.  

“A maior parte da população brasileira, não apenas via Sistema Único de Saúde (SUS) mas também na rede privada, não tem acesso. O que fizemos foi estruturar, observando canetas já existentes no mercado. O processo é muito rápido. Começamos a conversar no ano passado e já temos um protótipo funcional agora”, disse Rozental. 

O pesquisador disse ainda que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) fechou um acordo bilateral com a com a agência norte-americana Food and Drug Administration (FDA), para assim permitir que o medicamento, comum nos EUA, possa entrar no Brasil com mais facilidade e rapidez.  

“A Anvisa teria acesso a esses resultados de forma direta, apesar de serem confidenciais. Isso facilitaria muito a aprovação de qualquer dispositivo no Brasil. É um processo que vamos discutir na semana que vem, em Salvador, onde teremos um representante da Anvisa que lida especificamente com isso. Do nosso lado, teríamos condições de, em 11 meses, ter essa caneta de adrenalina pronta para distribuição no país. Mas vai depender dessa discussão na próxima semana, do reconhecimento e da liberação pela Anvisa. Não está nas nossas mãos”, disse o médico.