KC-30 da FAB será usado por Lula em viagem à Rússia após incidentes com o avião presidencial

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) irá à Rússia na próxima semana para participar da cúpula dos líderes dos países do Brics, utilizando uma das aeronaves KC-30 da Força Aérea Brasileira (FAB). A escolha do KC-30 se deve ao fato de que o avião presidencial VC-1 não está disponível após o problema técnico ocorrido no México há duas semanas. A informação foi confirmada ao G1 pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom).

O KC-30, uma versão militar adaptada do Airbus A330-200, foi adquirido pela FAB, que possui duas unidades. Uma delas tem sido utilizada na repatriação de brasileiros que estavam no Líbano.

Conforme a Secom, a operação “não será descontinuada” em razão do uso do KC-30 para a viagem de Lula, programada para decolar no domingo (20) e retornar na sexta-feira seguinte (25). A Secom não informou se o presidente usará o mesmo avião que realizou os cinco voos que resgataram mais de 1,1 mil pessoas do Líbano até agora.

Embora o KC-30 seja maior do que o VC-1, sua adaptação para o uso presidencial o torna menos confortável. Com 59 metros de comprimento, ele pode transportar até 238 passageiros.

Problema técnico no México

O avião presidencial VC-1, um Airbus ACJ-31 adquirido em 2005, enfrentou uma falha técnica logo após decolar do Aeroporto Internacional Felipe Ángeles, próximo à Cidade do México, no dia 1º de outubro.

A FAB não detalhou o problema, mas informou que a falha foi resolvida durante o voo. No entanto, a aeronave precisou dar 50 voltas em quase cinco horas para consumir combustível e pousar com segurança.

Após o incidente, Lula e a comitiva de ministros e parlamentares retornaram ao Brasil em um avião reserva. O presidente anunciou que pretende comprar uma nova aeronave para a Presidência.

A FAB não divulgou a previsão de quando o VC-1 poderá ser utilizado novamente. Investigadores do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) foram ao México para extrair e analisar os dados do voo do dia 1º.

“A investigação da ocorrência aeronáutica segue em andamento, e não há prazo para conclusão, pois depende da complexidade de cada ocorrência e, ainda, da necessidade de descobrir os possíveis fatores contribuintes”, disse a FAB em nota.