Jerônimo aponta ‘distúrbio de saúde’ como motivo da falta de segurança pública e pede paciência à população

O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), pediu paciência à população diante do processo de melhorar os levantamentos de segurança pública e apontou “distúrbios de saúde” como um dos motivos da sensação de insegurança no estado. As informações são do Correio.

“Os números já são bastante favoráveis. Segurança pública e educação não se resolvem de um dia para o outro. Estamos anunciando aqui concurso e chamamento. Isso não é para amanhã os números caírem. É cultural. Nós temos todo um movimento de desemprego, de distúrbios de saúde das pessoas que levam a situação de insegurança. Há todo um contexto. Então, não dá para dizer: ‘eu boto mais polícia, mais equipe técnica, e está resolvido’. Tem outros fatores da complexidade da segurança pública”, afirmou Jerônimo.

Seu pronunciamento aconteceu em resposta ao Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado na última quinta-feira (18), que apontava a Bahia como o estado brasileiro com mais mortes violentas intencionais, com 6.578 ocorrências em 2023.

Por outro lado, durante o anúncio de ampliação da segurança pública na Bahia em 4.263 profissionais, nesta segunda-feira (22), Jerônimo destacou o clima de paz e a ausência de violência no Carnaval e no São João deste ano.

“É importante a gente celebrar o que aconteceu no Carnaval e no São João. O clima de paz. Sei que se a gente perder uma vida de quem quer que seja, é motivo de tristeza e lamentação. Mas eu também queria que a segurança pública recebesse os reconhecimentos quando a gente faz uma festa grandiosa lá numa comunidade rural, quando tem uma vaquejada, uma missa, um culto, e não acontece nada”, pontuou.

Violência na Bahia

O registro das 6.578 ocorrências na Bahia em 2023 representa um total de 46,5 mortes violentas a cada 100 mil habitantes. Apenas o Amapá fica à frente do estado baiano, com a taxa de 69,9, sendo que a média nacional é de 22,8.

Nos últimos três anos, a Bahia passou por uma redução no número de mortes violentas intencionais. Em 2023, houveram 6.663 mortes, 6.578 em 2022 e 7.069 em 2021.

Segundo Renato Sérgio Lima, presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, órgão que realiza o levantamento, uma grande parte das mortes violentas intencionais no estado acontecem em relação com as facções criminosas.

“As disputas de facções movimentam a engrenagem de boa parte das mortes que acontecem no país. Elas se concentram em cidades muito estratégicas para a economia do crime, como próximas de portos e rodovias. É o caso de Jequié, que aparecia em primeiro lugar em mortes violentas, no ano passado, e caiu para a terceira posição”, complementou.

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