Luiz Fux autoriza retomada do julgamento de indulto de Bolsonaro à PMs do Carandiru
O caso será julgado no plenário do Supremo Tribunal Federal nesta quarta-feira (19)
O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou o Tribunal de Justiça de São Paulo a retomar o julgamento sobre o indulto concedido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para perdoar as penas dos policiais militares condenados pelo massacre do Carandiru.
Em despacho nesta segunda-feira (17), o ministro determinou que os desembargadores deem continuidade ao julgamento, independente do desfecho da ação que tramita no STF.
O tema está pautado para começar a ser julgado nesta quarta-feira (19), no plenário do Supremo Tribunal Federal. O caso está na lista, mas não há garantia de que será chamado para votação.
O Órgão Especial do Tribunal de Justiça de São Paulo suspendeu a análise do indulto em abril de 2023. Na ocasião, os desembargadores decidiram aguardar o Supremo Tribunal Federal decidir se o perdão das penas é ou não constitucional.
A decisão de Fux atendeu a um pedido da Associação Fundo de Auxílio Mútuo dos Militares do Estado de São Paulo. Rayssa Motta à entidade argumentou que “é de todo conveniente que as instâncias de origem decidam a matéria na órbita de suas competências”.
“Até que sobrevenha decisão definitiva do Pleno do STF no mérito da demanda, de rigor que seja tutelado o status libertatis dos réus, para que não sejam encarcerados agentes do Estado com mais de 30 anos de bons serviços prestados à sociedade, que, ao fim e ao cabo podem ser prestigiados com o reconhecimento da constitucionalidade da clemência soberana que os favoreceu”, pediu a associação.
Fux herdou a ação do acervo de Rosa Weber, após a aposentadoria da ministra. Ela suspendeu os efeitos do decreto em uma decisão provisória em janeiro de 2023, no recesso do Judiciário, a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), mas o tema ainda precisa ser analisado no plenário do STF.
A defesa dos policiais pede que o indulto seja validado.
O massacre do Carandiru completou 30 anos em outubro de 2023. Ao todo, 74 policiais militares foram denunciados e condenados em júri popular pelo assassinato de 111 presos após uma rebelião no pavilhão 9 da Casa de Detenção de São Paulo em 1992, mas ainda não começaram a cumprir suas penas.
O processo, que soma mais de 100 mil páginas, tem sido marcado por adiamentos e reviravoltas na Justiça. A ação ficou travada durante uma década enquanto aguardava uma decisão definitiva sobre quem deveria julgar os PMs: a Justiça militar ou a Justiça comum.
Os policiais só foram a júri popular entre 2013 e 2014, em julgamentos fatiados por causa do número de réus. Eles foram condenados, mas receberam autorização para aguardar a conclusão do processo em liberdade.
O Tribunal de Justiça de São Paulo chegou a anular as condenações e a determinar novos julgamentos, por considerar que a acusação não conseguiu apontar exatamente qual a culpa de cada policial, mas o Superior Tribunal de Justiça (STJ) e o Supremo Tribunal Federal (STF) restabeleceram a decisão dos jurados. Com isso, as condenações se tornaram definitivas, ou seja, os PMs não podem mais ser absolvidos.
A discussão agora é sobre a validade do perdão e a dosimetria das penas, que chegam a 624 anos de prisão e a defesa considera excessivas. As sentenças só devem começar a ser cumpridas quando o caso transitar em julgado (quando não há mais possibilidade de recurso).
Leia também:
Bolsonaro decidirá candidatos a presidente e vice em 2026, diz Valdemar
Veja como votou cada ministro do STF no julgamento sobre a correção do FGTS
Mais Lidas
Prefeitura decreta ponto facultativo no Dia do Servidor Público em Salvador
Após Éden defender Wagner, Rui e Jerônimo na chapa, Coronel e Geddel reagem
Política
Oposição na AL-BA cobra execução de emendas impositivas com governo
Últimas Notícias
Desemprego em Salvador recua para 11% no terceiro trimestre, aponta IBGE
Estados enfrentam desabastecimento de vacinas e ministério nega escassez
Oposição na AL-BA cobra execução de emendas impositivas com governo
Prazo para clientes da 123Milhas solicitarem ressarcimento termina na terça-feira
De acordo com edital do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, todos os pedidos de ressarcimento devem ser enviados pelo site indicado pela Justiça
Mpox ainda é emergência de saúde pública, alerta OMS
Classificação representa o mais alto nível de alerta
Lídice rechaça possibilidade de anistia a envolvidos em tramas golpistas: ‘Já assinei uma solicitação de devolução do projeto’
Na avaliação da deputada, é 'decepcionante para os brasileiros', ver o envolvimento de militares das Forças Armadas na tentativa de golpe
Lídice da Mata celebra presença de lideranças do governo e membros do PT no encontro estadual do PSB
Presidente estadual da sigla contou que encontro nacional deve ocorrer durante congresso da sigla
IBIT tem taxa de sucesso de 87,2% no tratamento da tuberculose e menor taxa de abandono
Diagnóstico precoce é essencial para evitar formas graves e a transmissão da doença
CNU amplia correção de provas e beneficia cerca de 30 mil candidatos negros cotistas
Acordo foi firmado no TRF1 entre a União, o MPF, a AGU e a Fundação Cesgranrio
Advogado de Mauro Cid afirma que Bolsonaro sabia de plano, mas recua após declaração
Depoimento ao STF detalhou reuniões e ações sobre plano golpista; advogado revisou declarações
Inquérito sobre tentativa de golpe que indiciou Bolsonaro e mais 36 será enviado à PGR na segunda
Se denúncias forem apresentadas pela PGR e aceitas pelo STF, Bolsonaro e os outros 36 indiciados se tornam réus.
Desemprego na Bahia é o menor em 12 anos, mas estado tem 2ª maior taxa do país
Levantamento integra a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) do IBGE
Débora Regis traz de Londres propostas para modernizar gestão em Lauro de Freitas
Experiência internacional reforçou compromissos da gestora com inovação e participação popular