Tiago Correia e Manuel Rocha criticam declarações de secretária sobre MST e agronegócio

Os deputados Tiago Correia (PSDB) e Manuel Rocha (União Brasil) criticaram as declarações da secretária estadual de Política para as Mulheres da Bahia, Neusa Cadore (PT). Segundo eles, as falas da secretária incentivam conflitos entre o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e o setor produtivo do estado. Para os parlamentares da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), as declarações atacam diretamente o capitalismo e o agronegócio, além de indicarem que a secretária possui inclinações socialistas.

‘Declaração sem noção’, diz Tiago Correia

O líder da oposição na Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA), deputado Tiago Correia (PSDB), manifestou indignação com a fala de Neusa Cadore, classificando-a como um discurso irresponsável.

“Lamentável a declaração da secretária, totalmente sem noção. Ela estimula o acirramento entre os movimentos de produtores rurais, afinal, os sem-terra também são produtores rurais. É preciso lembrá-la de que o agronegócio é responsável por quase um terço do PIB do nosso estado, gerando milhares de empregos, principalmente para pessoas com menor qualificação. Uma loucura essa declaração”, criticou Correia, na última sexta-feira (28).

O parlamentar prosseguiu com as críticas à secretária, afirmando que Cadore faz discursos contrários ao capitalismo e em defesa do socialismo. Ele ressaltou que, segundo sua visão, não há nenhum país no mundo onde essa vertente tenha funcionado.

“[Cadore] ataca o capitalismo sem se lembrar de que não existe um país sequer onde o socialismo deu certo. O maior exemplo, que ela inclusive deveria lembrar, é o país vizinho, a Venezuela, onde as pessoas passam fome por falta de alimentos e por uma política desastrosa”, declarou.

Manuel Rocha: “Uma visão perigosa e equivocada”

Outro parlamentar a se manifestar foi o presidente da Comissão de Agricultura e Política Rural da ALBA, deputado Manuel Rocha (União Brasil). Para ele, a fala da secretária “institucionaliza uma visão perigosa” sobre o agronegócio e coloca em risco o setor produtivo do estado.

“Lamentamos e repudiamos profundamente esse tipo de discurso. O mais grave é que ele tenha sido proferido por uma secretária de Estado, o que institucionaliza uma visão equivocada e perigosa. O agronegócio é essencial para a Bahia e para o Brasil. Estimular conflitos entre movimentos e o setor produtivo é inadmissível e representa um retrocesso no debate democrático e na promoção da paz no campo”, afirmou ele, no mesmo dia em que o colega de parlamento se pronunciou.

Rocha também destacou a importância econômica do setor agropecuário, que representa cerca de 30% do PIB baiano. Ele ressaltou que o agronegócio gera milhões de empregos diretos e indiretos, contribuindo para a segurança alimentar e o desenvolvimento econômico do país.

Conflitos no campo e invasões de terra

O parlamentar do União Brasil também criticou as invasões de terra promovidas pelo MST, especialmente no Extremo Sul da Bahia, e cobrou medidas efetivas do governo estadual para coibir essas ações.

“Invasões de propriedade não podem ser toleradas. São atos ilegais que comprometem a segurança jurídica e o direito à propriedade, pilares fundamentais do nosso Estado Democrático de Direito. É preciso combater essas ações com veemência, sob pena de enfraquecermos a confiança em investir, produzir e gerar empregos na Bahia”, enfatizou Rocha.

Complementaridade entre agricultura familiar e agronegócio 

Apesar das críticas às declarações da secretária, Manuel Rocha reforçou que a agricultura familiar e o agronegócio devem ser vistos como complementares, e não como setores antagônicos. 

“Não existe contradição entre agricultura familiar e agronegócio. Ambos são fundamentais para o desenvolvimento rural e para a geração de renda nas mais diversas regiões da Bahia. Precisamos incentivar todos os segmentos da produção rural, sempre com responsabilidade, equilíbrio e diálogo”, ponderou o deputado