O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), demonstrou insatisfação com a lentidão na construção da nova rodoviária de Salvador e cobrou agilidade da empresa responsável pela obra. Durante a entrega da UTI onco-hematológica no Hospital Geral Roberto Santos (HGRS), na manhã desta quarta-feira (12), ele afirmou que não aceita a demora na execução do projeto, já que o governo tem os recursos disponíveis e o planejamento concluído.

“Eu já falei e repito: fico impaciente quando a gente tem dinheiro em caixa, tem o projeto e, por algum motivo da empresa que ganhou uma licitação pública, a obra não acontece a contento do que a população precisa”, disse Jerônimo ao Portal M!.

O gestor também falou sobre a possível redução do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre alimentos e reafirmou que o metrô chegará até o bairro do Campo Grande.

Obras da nova rodoviária de Salvador

Sobre as obras da nova rodoviária, Jerônimo demonstrou insatisfação com o ritmo dos trabalhos e afirmou que está cobrando celeridade da empresa responsável pela execução.

“É o caso da rodoviária. Repito: não fico contente quando temos recursos, projeto, necessidade e a execução da obra não acontece no tempo contratualizado. Estou cobrando constantemente. Chamei, na semana retrasada, antes do Carnaval, uma reunião com a Casa Civil, com a Sedur e com o DER para discutir a infraestrutura e monitorar o andamento”, declarou o governador.

A previsão inicial era de que a rodoviária fosse concluída até agosto, mas o governador preferiu não cravar uma data definitiva. No entanto, o petista que espera inaugurar o terminal no início do segundo semestre.

“Meu secretário esteve lá, tanto Afonso quanto Sérgio Brito, para acompanhar. A previsão é que, no início do segundo semestre, possamos inaugurar. Então, essa é a minha expectativa”, disse o governador.

ICMS e preço dos alimentos

Ao ser questionado sobre a possibilidade de reduzir o ICMS sobre alimentos, como sugerido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Jerônimo esclareceu que na Bahia os itens da cesta básica já são isentos desse imposto.

“Sobre o ICMS na Bahia, foram feitos alguns comentários equivocados. Acredito que a assessoria de alguns prefeitos não repassou a informação corretamente. Não houve pedido para que a Bahia reduzisse o ICMS da cesta básica, pois na Bahia os alimentos que compõem a cesta básica já são isentos desse imposto. Apenas dois produtos não são totalmente isentos: a carne de charque e o óleo comestível. Já solicitei ao secretário um estudo sobre o impacto de zerarmos o ICMS do óleo. No caso da carne de charque, isso não teria tanto impacto, mas, se for possível reduzir ainda mais o imposto sobre o óleo, estudaremos essa possibilidade”, disse Jerônimo ao Portal M!.

Segundo o governador, a redução dos preços dos alimentos não depende apenas de impostos, mas de investimentos no agronegócio e na agricultura familiar. Como exemplo, o petista mencionou a realização de um evento em Feira de Santana com 500 cooperativas que produzem alimentos variados, desde polpas de frutas até café e carne.

“Hoje à tarde, estarei em Feira de Santana, por volta das 17h, abrindo um evento com 500 cooperativas que produzem alimentos, desde polpa de frutas até carne e café. Então, se a gente dinamiza essa produção, além de ofertar os produtos a um preço melhor, podemos exportar e atrair recursos para o Estado. O presidente Lula também está adotando essa estratégia”, ressaltou o governador.

Programa Melhor Preço Bahia

Outra iniciativa mencionada foi o programa Melhor Preço Bahia, uma ferramenta digital que permite aos consumidores pesquisarem os preços de produtos em diferentes estabelecimentos dentro de um determinado raio de distância. Segundo ele, esse sistema auxilia no acesso a alimentos mais baratos ao comparar valores em tempo real.

“Outra ação que temos na Bahia é o programa Melhor Preço Bahia. Trata-se de uma ferramenta digital, um portal onde as pessoas podem pesquisar preços de alimentos dentro de um raio de 1 km, 2 km ou conforme a distância que desejarem. O consumidor pode, por exemplo, digitar “moro em Brotas e quero saber qual o melhor preço do arroz na minha região”. O sistema, que conta com empresas cadastradas na Secretaria da Fazenda, faz a leitura em tempo real das notas fiscais emitidas e informa em quais estabelecimentos o produto está sendo vendido pelo menor preço naquele momento, seja arroz, farinha, óleo ou qualquer outro item”, disse Jerônimo ao Portal M!.

Ampliação do metrô de Salvador

Outro ponto abordado foi a expansão do metrô até o Campo Grande, trecho intitulado como Tramo 4. Jerônimo explicou que, inicialmente, o governo tentou um acordo para que a concessionária CCR investisse na obra por conta própria, mas a empresa não aceitou.

“Eu tinha dito a vocês anteriormente: nós vamos chegar com o metrô até o Campo Grande, que é o Tramo 4. Se tivéssemos acordado com a CCR e ela topasse fazer a obra por conta própria, permitindo que fizéssemos uma concessão da obra, não haveria dificuldade, pois seria um projeto privado e não precisaríamos passar por um conjunto de estudos e análises técnicas. No entanto, a CCR não aceitou essa proposta, mas está disposta a incorporar mais um tramo ao sistema metroviário de Salvador posteriormente”, explicou Jerônimo.

O governador também mencionou que busca recursos para a obra junto à Caixa Econômica Federal (CEF) e estuda alternativas como financiamento ou obtenção de verbas do Orçamento Geral da União (OGU).

“Existem compromissos, inclusive acordados com a Casa Civil Federal. Quem sabe possamos conseguir o recurso via OGU (Orçamento Geral da União) ou tomar um empréstimo, buscar financiamento ou encontrar outra alternativa com um fundo social mais vantajoso”, concluiu o governador ao Portal M!.