Sidônio Palmeira critica Meta e defende regulação de redes sociais para proteger democracia
Empresa anunciou que encerrará uso de verificadores de fatos terceirizados em suas plataformas nos Estados Unidos
O publicitário baiano Sidônio Palmeira, futuro novo ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, afirmou, nesta quarta-feira (8), que a decisão da Meta, proprietária do Facebook, Instagram e WhatsApp, de encerrar o programa de checagem de fatos nos Estados Unidos, representa um retrocesso para a democracia. A declaração foi dada após evento no Palácio do Planalto que marcou os 2anos dos ataques às sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023.
“Isso é ruim para a democracia, porque deixa de haver controle sobre a proliferação de ódio, desinformação e fake news. É necessário estabelecer uma regulamentação para as redes sociais, como está sendo feito na Europa e em países aqui da região”, afirmou Palmeira.
Ele ressaltou que o Brasil, sendo “um país autônomo e independente”, pode criar suas próprias regras para regular as plataformas digitais.
Anúncio da Meta
A Meta Platforms anunciou, nesta terça-feira (7), que encerrará o uso de verificadores de fatos terceirizados em suas plataformas nos Estados Unidos. Em vídeo, o presidente Mark Zuckerberg afirmou que, em vez disso, permitirá que os usuários avaliem a precisão das postagens por meio de um sistema de notas comunitárias, assim como já acontece no X (antigo Twitter). Conforme a empresa, a medida promoverá a “liberdade de expressão”.
O diretor de assuntos globais da Meta, Joel Kaplan, explicou em um post de blog que os sistemas de moderação da empresa, que incluem Facebook, Instagram e Threads, estavam “bloqueando a liberdade de expressão com muita frequência”. “Muito conteúdo inofensivo é censurado, muitas pessoas se encontram erroneamente presas na ‘cadeia do Facebook’ e, muitas vezes, somos lentos demais para responder quando isso acontece”, justificou.
A Meta também anunciou mudanças nos feeds de seus usuários, permitindo o acesso facilitado a publicações políticas para quem desejar. A decisão aproxima a estratégia da Meta à adotada pelo X, de Elon Musk, que também utiliza notas de usuários para avaliar a precisão das informações.
Histórico e impactos
A verificação de fatos por terceiros foi introduzida em 2016, como resposta a bots virais, com parcerias firmadas em 2017 com entidades como PolitiFact, Snopes e Associated Press. Na época, a Meta justificava que o pagamento a empresas externas ajudava a identificar desinformação sem assumir a posição de árbitro da verdade.
Entretanto, Kaplan destacou que os preconceitos dos verificadores de fatos influenciaram “as escolhas sobre o que verificar e como fazê-lo”. Ele mencionou que até 20% das postagens removidas no último mês poderiam ter sido retiradas por engano.
“Culpar os verificadores de fatos é uma desculpa decepcionante”, afirmou Neil Brown, presidente do Poynter Institute, enquanto Angie Drobnic Holan, diretora da International Fact-Checking Network, criticou a decisão, atribuindo-a à pressão política.
Mudança na Secom e desafios à comunicação governamental
A nomeação de Sidônio Palmeira para o comando da Secom foi anunciada, nesta última terça-feira (7), e sua posse está prevista para o próximo dia 14. Publicitário experiente, Palmeira foi o estrategista por trás da bem-sucedida campanha eleitoral do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2022, além das campanhas ao governo da Bahia nos últimos anos.
Ele sucederá Paulo Pimenta (PT-RS), que disse que tirará uns dias de férias e tratará sobre seu futuro com o presidente Lula após o descanso. O petista deve reassumir o seu mandato de deputado federal ou pode até mesmo ser deslocado para outra pasta no governo federal.
A troca era aguardada desde o início de dezembro, quando Lula fez críticas públicas à comunicação do governo. Segundo o presidente, apesar do número significativo de obras e programas sociais, a equipe atual de comunicação não tem conseguido traduzir esses resultados em popularidade. A mudança visa fortalecer a imagem do governo antes das eleições de 2026, quando Lula pretende buscar a reeleição ou apoiar um sucessor.
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