A vice-prefeita de Salvador, Ana Paula Matos (PDT) vai assumir a prefeitura da capital baiana nesta quarta-feira (8), quando o titular, Bruno Reis (União), viaja ao Benin, país da África Ocidental. Nos últimos dias, Ana tem sido abordada sobre possível interesse em futuramente se candidatar à prefeita.

Ao falar sobre a passagem temporária de bastão, Ana Paula declarou que seu interesse principal é servir à cidade e, caso tenha a oportunidade e seja de interesse do povo e do grupo político, estará pronta para o desafio.

“Óbvio que se eu tiver a oportunidade de servir a minha cidade no futuro, se for um desejo do povo, do grupo político, do prefeito, e sobretudo, da vontade de Deus, eu me apresentarei, eu não vou faltar à cidade. Mas eu entendo que a gente tem que respeitar cada passo e cada momento”, disse.

Ela frisou que foi a única vice-prefeita reeleita no país, e ressaltou que, na função que ocupa, precisa estar preparada para assumir a prefeitura.

“Já é uma honra estar aqui. E eu tenho dito também que para você ocupar essa função de vice-prefeito, você tem que estar preparado para ser prefeito, como agora, eu vou por alguns dias assumir esse cargo. Então, se eu for convocada, se for o que o povo quiser, estarei pronta. Mas isso não vai se decidir agora”, seguiu Ana.

Ela pontuou que este não é o momento para pensar neste tipo de projeto. “Cargo majoritário é destino. A história mostra isso. Vou perguntar a vocês, se alguém tivesse dito antes do momento que eu assumi como vice, quatro anos antes, que eu seria vice, talvez vocês não acreditassem, porque eu nunca me posicionei para uma carreira política. Eu não era nem filiada quatro anos antes. O que eu posso dizer é que se o povo quiser, eu vou estar pronta”.

Viagem de Bruno Reis ao Benin

Segundo o prefeito Bruno Reis, a ida ao país africano visa fortalecer laços históricos e culturais, buscar experiências administrativas, promover um voo direto Benin-Salvador, restaurar a Casa do Benin e ampliar o acervo cultural, além de estreitar relações entre cidades irmãs e compreender as origens de desafios históricos e sociais.

“Na época da escravidão, a maioria dos escravos que vinham para Salvador e para o Brasil, são oriundos do Benin. A gente tem aqui a casa do Benin, lá eles têm a casa do Brasil. Lá as pessoas, depois, principalmente da abolição, quando retornaram para lá, levaram muito do nosso modo, do nosso jeito de ser, desde o sobrenome das pessoas, Silva, Santos, Souza, a bairros que têm o nome do Brasil”, comentou o prefeito.

Ele considerou que esta será uma oportunidade de conhecer da história e ver a realidade de um país que também ainda enfrenta dificuldades para se desenvolver. “Ver boas experiências administrativas de gestão, fortalecer esses laços, trabalhar e ajudar de alguma forma para que possa ter um voo direto Benin-Salvador”.

Reis garantiu que a casa do Benin em Salvador será restaurada em breve e um novo acervo será feito.

“Conhecer e estar próximo de culturas, de países, principalmente de valores e princípios que são muito próximos nossos, é muito importante, até para nos ajudar a gente a entender muitos dos problemas que a gente enfrenta hoje”, concluiu.