Sem Bolsonaro, Alden aposta em Michelle como nome forte contra Lula em 2026

As eleições de 2026 já começam a movimentar os bastidores da política brasileira e um dos nomes que desponta como favorito dentro do bolsonarismo é o de Michelle Bolsonaro. Durante entrevista ao programa De Olho na Bahia, na Rádio Mix Salvador (104.3 FM), nesta segunda-feira (17), o deputado federal Capitão Alden (PL-BA) afirmou, aos jornalistas Matheus Morais e Osvaldo Lyra, que a ex-primeira-dama tem potencial para disputar a presidência e ser a principal candidata da direita caso Jair Bolsonaro seja impedido judicialmente de concorrer.

Desgaste de Lula e divisão na base governista

Ao analisar o cenário político para 2026, Capitão Alden relembrou o desgaste do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e afirmou que até mesmo dentro da base governista há um receio de lançá-lo para a reeleição.

“O presidente atual, Lula, está tão desgastado que a própria base do governo não quer que ele vá para a eleição. Já há brigas internas, discussões que indicam uma possibilidade de derrota caso ele concorra. Ele mesmo já sinalizou que não sabe se vai, não sabe se vem. Isso representa um grande desgaste dentro da própria base”, declarou o deputado.

Segundo Alden, essa instabilidade tem sido percebida de forma mais clara dentro da Câmara dos Deputados, especialmente após a mudança de postura do presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), que passou a exigir votações presenciais. Isso teria permitido que mais parlamentares expressassem suas insatisfações nos bastidores.

“Estamos ouvindo cada vez mais nos corredores da Câmara a insatisfação da própria base governista com Lula. Eles têm medo do impacto que essa baixa popularidade pode ter em suas campanhas”, afirmou.

Michelle Bolsonaro como nome viável da direita

O deputado reafirmou sua crença de que o ex-presidente Bolsonaro (PL) anunciará sua candidatura, mas, caso seja impedido pelo STF, o nome da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) surge como a principal opção do grupo político.

“Eu acredito que o presidente Bolsonaro vai anunciar sua candidatura e permanecer como candidato até onde for possível. Mas, se houver qualquer impossibilidade jurídica, o nome mais viável e mais atrativo é Michelle Bolsonaro. Ela é uma mulher, é cristã e consegue atrair votos tanto de um lado quanto de outro”, explicou Alden.

Para o deputado, Michelle tem grande apelo popular e é vista como uma opção de continuidade do projeto bolsonarista. “Ela tem condições de enfrentar Lula de igual para igual, pois herda o espólio eleitoral do ex-presidente. Seu nome agrada tanto a base conservadora quanto setores que buscam uma figura política nova, de postura firme e alinhada com os valores da direita”, disse.

Tarcísio como alternativa ou vice

Questionado sobre a possibilidade do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), ser o candidato da direita, Alden reconheceu sua competência para a disputa a presidente nas eleições de 2026. No entanto, acredita que ele funcionaria melhor como vice em uma chapa liderada por Michelle Bolsonaro.

“Tarcísio tem competência e mostrou isso como ministro e agora como governador. Ele é visto como um nome técnico e agregador, mas não tem o mesmo apelo ideológico junto à militância bolsonarista. Eu acredito que a melhor estratégia seria uma chapa equilibrada, com Michelle na cabeça e Tarcísio como vice, justamente para atrair esse outro público que busca estabilidade econômica e gestão eficiente”, analisou.

Alden comparou essa estratégia com a que foi adotada por Lula ao escolher Geraldo Alckmin como vice em 2022. “Foi uma tentativa de buscar equilíbrio. Lula representa o discurso para a militância, enquanto Alckmin agradava o mercado e setores mais moderados. Acredito que, no nosso caso, Michelle faria esse papel de mobilização ideológica, enquanto Tarcísio traria confiabilidade para setores econômicos”, explicou.

Estratégia da direita para 2026

Sobre a estratégia da direita para 2026, Capitão Alden afirmou que o foco será “mostrar a verdade” e conscientizar o eleitorado sobre os erros da esquerda. Ele criticou as políticas do atual governo e disse que a militância bolsonarista estará cada vez mais atuante.

“Não precisamos criar fake news, como diz a esquerda. Vamos simplesmente expor os fatos, os dados e mostrar os impactos negativos das políticas adotadas pelo PT. Nosso trabalho será abrir os olhos da população”, concluiu.