Márcio França diz que indiciamento de Bolsonaro é ‘vergonha’ e cita ‘desprestígio’ das autoridades militares
Ministro ainda falou sobre cenário das eleições de 2026, caso Lula não opte pela reeleição
O ministro do Empreendedorismo, Márcio França, classificou, na manhã desta sexta-feira (22), como uma “vergonha” para o Brasil o indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em investigações que revelam o plano de tentativa de assassinato do presidente Lula (PT), do vice Geraldo Alckmin (PSB) e do ministro Alexandre Moraes (Supremo Tribunal Federal), após vitória nas eleições de 2022. A declaração foi dada ao editor-chefe do Portal M!, Osvaldo Lyra, durante reunião partidária do PSB em Salvador.
“Internacionalmente falando é uma vergonha. A gente fica com vergonha dessas coisas, porque quando ouvia falar isso em um país qualquer de um continente pequeno, são países que tem um grau de precariedade. Então, ninguém imaginava que, no Brasil, pela potência que nós somos, alguém tivesse essa ideia de ‘jerico’. Para efeito local, aí é um desastre porque são autoridades militares, presidente de partido, e no final vai todo mundo ser preso”, declarou.
A investigação da Polícia Federal (PF), através da Operação Contragolpe, prendeu quatro militares que haviam planejado um golpe de Estado. São eles: Hélio Ferreira Lima, Mário Fernandes, Rafael Martins de Oliveira e Rodrigo Bezerra de Azevedo. Para o ministro do governo Lula, atitudes como esta são “desprestígio” contra o próprio país.
“Eu fico pensando que para os próprios oficiais das forças armadas fica uma certa vergonha de pensar que as pessoas usam o seu tempo, que é remunerado pelo poder público, para ficar pensando no crime. É como se a pessoa tivesse um policial militar pensando em matar as pessoas, em ajudar traficantes. É um contrassenso você ter alguém pago com dinheiro público para ficar tramando contra a democracia. Então, vai ter uma punição exemplar”, afirmou o ministro.
Reeleição de Lula
Ainda em entrevista ao Portal M!, questionado sobre o cenário em que o presidente Lula opte por não tentar a reeleição, Márcio França disse que o vice-presidente Geraldo Alckmin estaria disposto a “substituir” o petista.
“Naturalmente, o Alckmin é um ex-governador de São Paulo por quatro vezes e eles se deram muito bem na presidência da República, é um homem moderado e eu acho que está sempre preparado para substituir o presidente, como tem feito nas viagens, mas sempre com muita lealdade. Jamais partirá do Alckmin querer ser candidato contra o Lula, sempre será com o apoio do Lula”, comentou.
O ministro ainda frisou que tudo dependerá da decisão de Lula. “Eu acho o presidente Lula está com uma disposição muito forte. Já vivi com ele muitos momentos e eu acho que, fisicamente, é o melhor momento dele. Mas a disposição de ser candidato ou não, isso é uma coisa muito difícil, com a idade e a experiência dele, saber se ele quer ou não. Se ele quiser, ele é um nome sempre muito competitivo e vai unir todos nós. Se ele não quiser, aí é um passo seguinte, ele vai ter pressão de todos os lados”, complementou.
Reunião do PSB
No encontro partidário desta sexta, que reuniu prefeitos e vice-prefeitos eleitos pelo PSB em outubro, o ministro pregou a importância do alinhamento dos gestores municipais com os governos federal e estadual. Nas eleições de 2024, a sigla elegeu 24 nomes na Bahia.
“É um momento que alguns estão se preparando para assumir pela primeira vez e outros já para a reeleição. E você conseguir juntar ministros diferentes, como aqui na Bahia tem o caso do governador ser linkado ao Governo Federal, para o prefeito é uma delícia você saber que num só lugar você meio que percebe quais são os caminhos da pedra para você poder obter recursos, ajuda, enfim, programas novos que o Governo Federal está lançando”, disse.
França ainda falou sobre o novo programa federal, intitulado “Acredita”, que será lançado na próxima segunda-feira (25). O ministro do Empreendedorismo também citou a importância de valorizar os pequenos empresários do país.
“Hoje a tarde a gente vai mencionar aqui uma coisa que nós vamos lançar na segunda-feira aqui em Salvador, que é o programa ‘Acredita’, que é um programa robusto para empreendedores, mais de 1,5 milhão de empreendedores na Bahia são pequenos. 99% dos CNPJs da Bahia e do Brasil são pequenos e eles é que são os grandes geradores de emprego. A gente as vezes fica atrás de grandes indústrias, que é legal, é bom, mas não pode esperar só isso não. Tem que ajudar os pequenos também”, concluiu.
Confira entrevista:
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