Jerônimo confirma mudança na liderança governista na AL-BA, mas ainda não há substituto

O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), confirmou, na manhã desta terça-feira (28), uma mudança na liderança do governo na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA). Isso porque o atual líder Rosemberg Pinto (PT) pode ser eleito 1º vice-presidente já na próxima segunda-feira (3), quando os deputados estaduais voltam do recesso e definem a nova mesa-diretora da Casa, inclusive, a polêmica reeleição do atual presidente Adolfo Menezes (PSD).

Em entrevista ao Portal M!, o governador afirmou que caso se confirme a eleição do petista no cargo, caberá a ele escolher um novo líder para manter o bom diálogo com a oposição, a base aliada e as secretarias estaduais. No entanto, ainda “não pensou” quem poderá ser este substituto do petista.

Mesa-diretora na AL-BA: Jerônimo confirma reunião com Menezes

Jerônimo confirmou que se reunirá, ainda nesta terça-feira, com o presidente Adolfo Menezes e seu líder Rosemberg Pinto para discutir não apenas as eleições, mas também os projetos e estratégias para a retomada dos trabalhos legislativos. No entanto, ele reafirmou que a decisão sobre a composição da mesa-diretora cabe ao Legislativo e aos partidos envolvidos e não vai interferir.

“Eu realmente vou ter uma reunião com o presidente [Adolfo Menezes], mas não é só para tratar das eleições. Quero discutir minha ida no dia 3, quando farei a leitura da mensagem na abertura dos trabalhos. Também quero alinhar quais projetos podemos pensar e fazer um balanço das propostas enviadas no último ano. Claro, deverá haver uma conversa sobre a eleição, mas já disse: eu não vou interferir. É o Legislativo quem tem que escolher”, afirmou o governador ao Portal M! durante a inauguração do primeiro coletivo do programa Bahia pela Paz, no bairro Águas Claras, em Salvador.

Mudanças na liderança

Questionado sobre a candidatura de Rosemberg Pinto ao cargo de 1º vice-presidente, Jerônimo elogiou o deputado petista, mas frisou que sua eleição exigiria a indicação de um novo líder do governo.

“Se o partido e a Assembleia escolherem Rosemberg, ele é um bom nome. Mas, caso isso ocorra, terei que rever a liderança do governo. Ainda não pensei em um substituto, mas podem ter certeza de que vou fazer a escolha de um nome que continue garantindo o bom diálogo com a oposição, com a situação e com as minhas secretarias, assim como Rosemberg faz hoje”, disse.

O governador reforçou a importância de manter a harmonia entre os Poderes e pediu união para evitar divisões que possam enfraquecer o Legislativo. “A divisão interna acaba fragilizando, mas é parte do processo. Se houver bate-chapa, é do lugar, mas meu pedido é que isso não aconteça de forma a enfraquecer o papel do Poder Legislativo”, ponderou.

Contexto político

As negociações para a 1ª vice-presidência da AL-BA têm gerado atritos entre lideranças políticas, especialmente devido ao projeto que prevê mudanças no regimento interno da Casa. Enquanto Rosemberg defende um prazo maior para a convocação de novas eleições em caso de vacância da presidência, a bancada de Oposição insiste em uma convocação imediata.

No entanto, segundo o líder oposicionista, deputado Alan Sanches (União Brasil), eles chegaram num acordo e uma mudança definitiva no regime interno será feita para garantir que o PT não buscará manter o controle da Casa em caso de afastamento do atual presidente, Adolfo Menezes (PSD). A candidatura à reeleição do pessedista enfrenta incertezas jurídicas e ele pode ficar impedido de assumir o cargo novamente.

Eleições 2026

A disputa, além de tensionar a base governista, tem potencial para influenciar o cenário político de 2026, já que a presidência da Assembleia é vista como um trunfo estratégico. O governador busca evitar um racha na base e consolidar um acordo que assegure a estabilidade política no Legislativo estadual.

A reunião desta terça-feira pode ser decisiva para alinhar os interesses do governo com os dos parlamentares e partidos aliados. Enquanto isso, Jerônimo Rodrigues segue apostando no diálogo para preservar a unidade da base e evitar impactos negativos nas articulações futuras para sua candidatura à reeleição.