Deputados bolsonaristas protocolam pedido de impeachment contra ministro Alexandre de Moraes
Parlamentares acusam ministro do STF de abuso de poder e cerceamento da liberdade de expressão
Deputados e senadores apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) protocolaram nesta segunda-feira (9), um pedido de impeachment contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O grupo está reunido com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), a quem cabe decidir sobre a instauração do processo.
No documento, os parlamentares afirmam que o magistrado teria forjado provas, cerceado a liberdade de expressão e abusado do poder com o objetivo de perseguir opositores políticos. Essas alegações seriam, segundo eles, justificativas para a abertura de um processo por suposto crime de responsabilidade cometido por Moraes. O pedido foi apresentado dois dias após um ato na Avenida Paulista que reuniu Bolsonaro e seus apoiadores, onde foram proferidas palavras de ordem contra o ministro do STF.
O deputado Gustavo Gayer (PL-GO) é o autor do pedido, que conta com a assinatura de outros 151 deputados. Senadores alinhados a Bolsonaro optaram por não assinar a proposta, considerando que isso poderia gerar suspeição em um eventual julgamento de Moraes no Senado.
Gayer já havia chamado Rodrigo Pacheco de “capacho do crime organizado” em ocasiões anteriores. Durante o ato de 7 de Setembro, o deputado Nikolas Ferreira também criticou o presidente do Senado, classificando-o como “covarde”.
Como forma de pressão, a oposição trabalha para implementar uma obstrução no Congresso Nacional, procedimento adotado para barrar votações de projetos. Além disso, na Comissão de Constituição e Justiça, o grupo planeja votar um projeto de lei que visa anistiar os detidos pelos atos de 8 de janeiro, referidos pelos bolsonaristas como “presos políticos”.
Alegações contra o ministro
No pedido de impeachment, os parlamentares argumentam que Moraes teria abusado do poder em sua atuação como juiz. O texto afirma que o ministro ordenou a produção de relatórios pela Justiça Eleitoral para embasar decisões contra apoiadores de Bolsonaro no inquérito das fake news no STF, de maneira que consideram ilegal. Isso, segundo o documento, configuraria “indiscutível abuso de poder”.
“A eventual conduta do ministro do STF, exigindo a produção de provas aos seus subordinados com o propósito de atingir várias pessoas apoiadoras do ex-presidente Jair Bolsonaro para aplicar-lhes medidas restritivas de direitos e sanções, deve ser objeto de uma avaliação objetiva, sendo imprescindível a instauração de um processo, no qual se deve perquirir sobre a existência de crime de responsabilidade”, declararam os parlamentares no documento.
Críticas ao processo de investigação
Os oposicionistas afirmam que o ministro produziu provas de forma irregular ao ordenar, por meio de seus assessores do STF, que o órgão de enfrentamento à desinformação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) atuasse fora dos procedimentos oficiais. Eles acusam Moraes de ser “negligente”, “violar direitos constitucionais” e usar “indevidamente” a prisão preventiva como um “mecanismo de coerção, com o objetivo de forçar delações premiadas”.
“A atuação conduzida pelo ministro Alexandre de Moraes levanta preocupações sobre abuso de poder e a violação do devido processo legal”, diz o texto do pedido. “Não é papel do Senado Federal relativizar ou mitigar a aplicação da lei.”
Baseado em reportagens
As acusações feitas pelos parlamentares têm como base reportagens do jornal Folha de S.Paulo, que revelaram pedidos fora do rito oficial para a produção de relatórios pelo TSE. Segundo as reportagens, servidores ligados ao gabinete do ministro teriam enviado mensagens via WhatsApp solicitando à Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação (AEED), vinculada ao TSE, a inclusão de informações ou a investigação de outros casos a pedido da equipe.
Além disso, a denúncia aponta que teria havido violação do devido processo legal, alegando o uso informal de uma instituição para conduzir investigações, o que, na visão dos parlamentares, comprometeria a imparcialidade e a legalidade dos procedimentos.
Movimento por anistia
Na última quarta-feira, 4, a oposição divulgou um manifesto pedindo anistia aos presos pelos atos de 8 de janeiro e o arquivamento dos inquéritos conduzidos por Alexandre de Moraes. O grupo intensifica, assim, a pressão sobre o Senado e busca mobilizar esforços para contestar as ações do ministro.
Leia também:
Macaé Evaristo é anunciada como ministra dos Direitos Humanos após demissão de Silvio Almeida
Deputados baianos preparam estratégia para enfrentar Lira na corrida pela presidência da Câmara
Mais Lidas
Prefeitura decreta ponto facultativo no Dia do Servidor Público em Salvador
Política
STF recebe ameaças por e-mail após ataque com bomba à sede da Corte
Ministra defende fim da escala 6×1 e diz que medida beneficiará mulheres
Últimas Notícias
Prefeitura de Salvador entrega mais de 100 casas reformadas pelo programa Morar Melhor em Nova Sussuarana
Mais de 300 habitações já foram requalificadas na região
Jaques Wagner visita hospital público onde passou por cirurgia e elogia: ‘Muito orgulho’
Em outubro, o senador anunciou que seria submetido a uma cirurgia no tornozelo
STF recebe ameaças por e-mail após ataque com bomba à sede da Corte
Ameaças continham fotos de armas de fogo e foram enviadas para a Presidência, Ouvidoria e para a área de tecnologia da informação
Autor do atentado na Praça dos Três Poderes esteve na Câmara horas antes do ataque
Segundo a assessoria de imprensa da Casa, uma varredura foi realizada, mas nenhuma bomba foi encontrada
Ministra defende fim da escala 6×1 e diz que medida beneficiará mulheres
Para aprovação, a PEC precisa do apoio de 308 dos 513 deputados em duas votações
Sede do STF volta a ser cercada com grades de proteção após atentado com explosivos
Barreiras foram removidas em fevereiro em um ato simbólico com a presença dos presidentes do STF, do Senado, e do presidente Lula
Médico baiano é reeleito presidente da Sociedade Brasileira de Nefrologia
Eleito pela primeira vez em 2022, José Moura Neto tornou-se o mais jovem presidente da história da entidade e o primeiro nordestino a ocupar o cargo desde 1970
Sabrina Sato volta ao trabalho após perda do bebê e faz reflexão: ‘Fé, amor e vontade de viver’
Apresentadora perdeu bebê que estava na 11ª semana
PIB da Bahia cresce 4,2% em 2022 e aumenta participação nacional
No contexto do Nordeste, a participação do Estado também cresceu, passando de 28,4% para 29,0% entre 2021 e 2022
Movimento intenso marca saídas do ferry-boat e rodoviária de Salvador no feriadão
Serviços de transporte reforçam operação para atender à demanda de passageiros durante o feriado da Proclamação da República