Durante encontro de empresários, Luiza Trajano pede a Galípolo que BC pare de comunicar alta de juros: ‘Atrapalha tudo’
Ela participou de reunião na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo com representantes do setor empresarial

Representantes do setor empresarial fizeram uma série de pedidos de apoio fiscal para o controle da inflação ao presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, nesta sexta-feira (14), durante reunião na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). No encontro, empresários destacaram a necessidade de medidas que reduzam a pressão sobre os juros e manifestaram preocupação com os impactos econômicos.
Empresários cobram apoio fiscal
A reunião contou com a presença de representantes de diversos setores, incluindo varejo, indústria de transformação, bancos e serviços. Um dos pontos centrais da conversa foi a solicitação para que o BC adote novas formas de comunicação sobre a política monetária, especialmente no que diz respeito à taxa básica de juros, a Selic.
Durante o evento, a empresária Luiza Helena Trajano pediu que a autoridade monetária evite anunciar aumentos dos juros, argumentando que a alta da Selic compromete pequenos e médios negócios.
“A pequena e média empresa não aguenta mais sobreviver nisso [juros altos], não tem condição. É ela que gera o emprego. Hoje a gente conversou, eu queria pedir pra ele, por favor, por favor ter uma outra forma, porque essa forma não está dando certo”, afirmou.
Mudança na comunicação do BC
“Então, pedi para ele [Galípolo], por favor, não comunicar mais que vai ter aumento de juros, porque atrapalha tudo, desde o começo”, seguiu a empresária.
O BC já sinalizou a possibilidade de um aumento de 1 ponto percentual da Selic na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), marcada para os dias 18 e 19 de março. No entanto, ainda não há definição sobre os próximos movimentos do colegiado, especialmente na reunião de maio.
O presidente da Fiesp, Josué Gomes da Silva, reforçou a confiança na autonomia de Galípolo para conduzir a política monetária. Ele destacou que as dúvidas sobre a atuação do presidente do BC foram dissipadas e que há reconhecimento da capacidade do Banco Central em perseguir a meta de inflação.
A necessidade de apoio de outras esferas do governo para reduzir a pressão sobre os juros foi defendida por líderes empresariais. O presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney, cobrou um orçamento mais equilibrado e criticou o que chamou de “armadilha fiscal” do país.
“Nós não podemos simplesmente nos acomodar. É importante que tenhamos menos indexação dos gastos públicos, menos vinculação no salário mínimo, que possamos ter tetos de crescimento das despesas compatíveis com uma trajetória da dívida pública que possa se estabilizar”, declarou.
Sidney ressaltou que o Banco Central tem conduzido a política monetária de forma solitária e alertou para a necessidade de mudanças estruturais no orçamento público. Segundo ele, sem ajustes, a autoridade monetária continuará tendo que utilizar a elevação dos juros como principal ferramenta para conter a inflação.
O encontro na Fiesp também abordou a preocupação do setor produtivo com os impactos do atual cenário econômico no crescimento do país. Empresários reforçaram a necessidade de medidas que permitam um ambiente de negócios mais favorável e sustentável.
Ao final da reunião, Josué Gomes endossou as declarações de Isaac Sidney e enfatizou que o setor empresarial está disposto a colaborar para que o Banco Central consiga cumprir sua missão.
“Sozinho você consegue, não tenho dúvida disso, mas se for ajudado, eu acho que a sociedade toda ganha. Você encontrou aqui um grupo de setores absolutamente ao seu lado nesta luta”, afirmou.
O presidente da Fiesp também defendeu a construção de um esforço conjunto para a retomada do equilíbrio orçamentário. “Acho que é um conjunto, é um esforço de toda a sociedade, para controlarmos o orçamento, para retomarmos o orçamento federal de uma maneira lúcida, de uma maneira equilibrada, para ajudarmos no trabalho do presidente do Banco Central”, concluiu.
Redação
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