Venezuela critica veto do Brasil para sua entrada no Brics: ‘gesto hostil’ e ‘agressão’
Governo do ditador Maduro classifica como ‘inexplicável’ e ‘imoral’ após serem barrados pelo Governo Lula
O Ministério das Relações Exteriores venezuelano criticou, nesta última quinta-feira (24), o veto do Brasil à entrada do país no Brics. Em nota, a ditadura do governo do presidente Nicolás Maduro classificou como um “gesto hostil” e uma “agressão”.
“A Venezuela contou com o respaldo e apoio dos países participantes nesta cúpula para a formalização de sua entrada neste mecanismo de integração, mas a representação da chancelaria brasileira, liderada pelo embaixador Eduardo Paes Saboia, decidiu manter o veto que (o ex-presidente Jair) Bolsonaro aplicou contra a Venezuela durante anos. Esta ação constitui uma agressão à Venezuela e um gesto hostil”, diz o comunicado, chamando ainda o veto de “inexplicável e imoral”.
Tanto o regime chavista quanto a ditadura da Nicarágua, foram barrados pelo governo do presidente Lula (PT) por recentes desentendimentos com os ditadores Nicolás Maduro e Daniel Ortega. A Venezuela tentava há meses ser membro ativo do bloco, mas sua adesão precisava, como regra, de consenso, o que não aconteceu.
Após uma queda no Palácio do Planalto, Lula participou da reunião via conferência. Já Maduro compareceu em Kazan, na Rússia, mas não cumprimentou em público a delegação brasileira presente no evento. Em discurso, o presidente russo, Vladimir Putin, apoiou a entrada de Maduro no Brics ressaltando que a Venezuela está “lutando por sua soberania”, ao mesmo tempo que informou ter avisado Lula, por telefone, que discordava da sua posição. Em resposta, o presidente venezuelano ironizou dizendo que já fazia parte da “família do Brics”.
Itamaraty
Segundo o Itamaraty, para o veto à adesão da Venezuela, foram analisadas algumas condições, como relações “amigáveis” com todos os membros do Brics, alinhamento às Nações Unidas assim como sanções não autorizadas pelo Conselho de Segurança da ONU, equilíbrio na questão regional dos países-membros e relevância política.
As relações bilaterais entre o Brasil e a Venezuela foram retomadas em janeiro do ano passado, após a ruptura diplomática ocorrida em 2019, quando o então presidente Jair Bolsonaro (PL) reconheceu o opositor Juan Guaidó como presidente interino. No entanto, a relação entre Lula e Maduro passou a ficar tensa depois do conturbado resultado das eleições presidenciais da Venezuela.
Até o momento, o petista não reconheceu a reeleição de Maduro por acreditar que o processo eleitoral não foi correto e disse estar preocupado sobre a escalada de autoridade do antigo aliado. Na época das declarações de Lula, Maduro mandou indireta ao petista, dizendo que os preocupados deveriam tomar “chá de camomila”.
Na última semana, o procurador-geral venezuelano, Tarek William Saab, lançou acusações infundadas de que os presidentes do Brasil e do Chile, Gabriel Boric, seriam agentes cooptados pela CIA, dos Estados Unidos.
Já as relações com a Nicarágua já estavam azedadas desde o ano passado, mas em agosto, tomou uma proporção maior. O governo do presidente Daniel Ortega expulsou o embaixador brasileiro por não ter comparecido, no dia 19 de julho, na cerimônia de celebração dos 45 anos da Revolução Sandinista. Como resposta, o Brasil também expulsou a embaixadora nicaraguense do país.
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