IPAC iniciou processo de patrimonialização do saber fazer de Maragogipinho, revela Weslen Moreira

O Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC) anunciou, durante o II Festival da Cerâmica, em Maragogipinho, a abertura do processo de patrimonialização do saber fazer local. Reconhecida como o maior centro cerâmico da América Latina pela Unesco, a comunidade celebra essa medida como um marco na valorização de uma tradição de mais de 300 anos. A informação foi dada ao Portal M! pelo coordenador de fomento ao artesanato da Bahia, Weslen Moreira, que avaliou o anúncio como um reconhecimento da importância dos artesãos e artesãs que perpetuam essa herança ancestral.

“Ontem, o IPAC anunciou a abertura oficial do processo de patrimonialização do saber fazer de Maragogipinho. Ou seja, o saber fazer dos artesãos e das artesãs, dos oleiros e das oleiras. São 300 anos de uma caminhada ancestral importante”, afirmou Weslen, destacando o papel da gestão estadual e de parceiros locais nesse fortalecimento.

Segundo ele, o governador Jerônimo Rodrigues (PT) e a primeira-dama Tatiana Velloso têm sido grandes apoiadores do artesanato baiano. “O governador esteve aqui no ano passado e convocou a população a participar. Essa paixão que ele tem pelo artesanato e pela economia solidária, somada ao trabalho de uma equipe comprometida e parceiros como o prefeito Tone, têm sido fundamentais”, disse.

O festival, além de valorizar a cultura local, tem movimentado a economia da região com rodadas de negócios que atraíram lojistas de São Paulo, Rio de Janeiro e outras partes da Bahia. “Hoje temos artesãos aqui que já venderam toda a produção nas rodadas de negócios realizadas antes mesmo da abertura oficial. Uma visitante me disse que foi a algumas olarias e encontrou tudo reservado”, pontuou Weslen.

Ele também revelou planos de levar Maragogipinho a novos eventos regionais e nacionais. “No Festival Nacional do Artesanato, no próximo ano, Maragogipinho precisa ter uma ala exclusiva para mostrar a riqueza da sua produção”.

O coordenador também ressaltou a importância de fortalecer as parcerias com outras festas regionais, como a Feira de Caxixis, em Nazaré. “Na medida em que essas parcerias dão certo, novas instituições e pessoas começam a procurar, o que fortalece ainda mais toda a cadeia produtiva”, explicou.

Para Weslen, o festival não é apenas uma celebração da tradição, mas também uma oportunidade de integrar a cultura local com o mercado. Ele convida o público a prestigiar o evento, que conta com apresentações de artistas como Sandra de Sá, Jau e Sambaiana, além de uma ampla oferta de artesanato. “O evento é gratuito, mas eu digo: traga uma grana para comprar. Não é caro, não é barato, é um valor justo”, concluiu.

O II Festival da Cerâmica segue até o dia 17 de novembro, reunindo cultura, tradição e negócios no coração do recôncavo baiano.