Frank Abubakir transforma acervo histórico em legado cultural com livro sobre iconografia baiana
Obra resgata a rica tradição visual da Bahia, explorando suas influências e simbologias

O lançamento do livro Iconografia Baiana na Coleção Flávia e Frank Abubakir, realizado no último dia 10 de dezembro, no Hotel Fasano, em Salvador, não foi apenas um evento literário, mas um marco na valorização do patrimônio cultural baiano.
A obra, organizada pelo respeitado editor e pesquisador Pedro Corrêa do Lago, reúne 269 reproduções de pinturas, aquarelas, gravuras, desenhos e mapas históricos, consolidando um acervo que não apenas preserva, mas celebra a riqueza da história da Bahia entre os séculos XVII e XIX.
Essa coleção, apresentada como o maior acervo privado de imagens da Bahia, é mais do que um conjunto de peças raras – é um testemunho de como a memória cultural pode ser valorizada e compartilhada.
A obra, que já está disponível para compra pela Editora Capivara e em livrarias especializadas, simboliza anos de dedicação e esforço de Frank e Flávia Abubakir em preservar o passado para iluminar o presente.
Um projeto de paixão e propósito para Frank Abubakir
Frank Geyer Abubakir, empresário e apaixonado pela história baiana, transformou o que começou como uma busca por itens decorativos em uma missão cultural de longa data. Ele revelou que a coleção, inicialmente pensada para embelezar sua residência, cresceu para se tornar um acervo de relevância histórica incomparável.
“Fico feliz, né? Vinte e cinco anos sem saber onde é que essa história ia dar. Quando a Flávia e eu começamos com a ideia de ter a nossa casa decorada com itens relacionados à Bahia que fossem raros e antigos, meio como se fosse um quebra-cabeça, a gente nunca tinha certeza se chegaríamos a um montante suficiente para poder, por exemplo, dizer que se tem uma coleção, para poder fazer um livro como esse. Então é um ciclo que está se fechando de 25 anos e esperamos poder fazer outros ciclos, a partir de agora, nos próximos 25 anos”.
O que se destaca na trajetória do casal é a paixão pelo detalhe e pela autenticidade. Em um mundo onde o materialismo muitas vezes predomina, é inspirador ver como a busca por significado os levou a criar algo que transcende o pessoal. Essa é uma lição para todos que valorizam a cultura: preservar não é apenas guardar, mas compartilhar e dar novo significado ao que é antigo.
Democratização do acesso: um exemplo a ser seguido
Uma das iniciativas mais admiráveis do projeto é a digitalização do acervo e sua disponibilização pública. Por meio do site do Instituto Flávia Abubakir, qualquer pessoa pode acessar mais de 16 mil itens, com descrições detalhadas. Essa decisão reflete uma visão progressista de como coleções privadas podem ser transformadas em ferramentas de educação e pesquisa.
O argumento de Abubakir sobre a inutilidade de coletar e guardar apenas para “deixar nos porões” é um lembrete contundente para outros colecionadores e instituições. Quantos acervos valiosos permanecem escondidos, longe dos olhos do público? A atitude de Frank e Flávia serve como um modelo a ser seguido, demonstrando que compartilhar é tão importante quanto preservar.
Um destaque emocionante no acervo de Frank Abubakir
Entre as muitas joias da coleção, o mapa holandês de 1624, que retrata Salvador durante a ocupação holandesa, é uma peça que merece destaque especial. Considerado o plano urbano mais antigo de uma cidade brasileira, ele é um testemunho visual de uma época crucial na história da Bahia.
O relato de Abubakir sobre os 22 anos necessários para adquirir o mapa não é apenas uma história de paciência, mas também de compromisso. Poucas pessoas teriam a determinação de acompanhar uma peça tão importante por tanto tempo. Esse esforço reflete não apenas o amor pelo acervo, mas também a compreensão de sua importância histórica.
O futuro da coleção de Frank Abubakir: expandindo o legado
O lançamento do livro é apenas o início de um projeto ambicioso e contínuo. Com a publicação de novas obras planejadas, como um livro dedicado à fotografia baiana, o casal reafirma seu compromisso com a disseminação do conhecimento.
Essa visão de longo prazo é o que torna o trabalho dos Abubakir tão significativo. Eles entendem que a preservação cultural não é um ato isolado, mas uma jornada contínua. Ao planejar novas publicações e iniciativas, estão garantindo que o impacto de sua coleção se estenda por gerações.
Frank Abubakir reflete sobre legado cultural
O exemplo de Frank e Flávia Abubakir é uma inspiração para qualquer pessoa interessada em preservar e valorizar a cultura. Sua coleção, agora imortalizada em livro, não é apenas um tesouro histórico, mas também um lembrete de que a cultura é viva e dinâmica.
Preservar a memória da Bahia de maneira tão abrangente é um feito que merece ser celebrado. Ao compartilhar esse acervo com o mundo, o casal não apenas enriquece o conhecimento histórico, mas também promove um senso de identidade e pertencimento. Em tempos de mudanças rápidas e, muitas vezes, superficiais, é um alívio ver um projeto que valoriza a profundidade e a continuidade.
Confira a entrevista com Frank Abubakir na íntegra:
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