Justiça argentina determina prisão de 61 brasileiros envolvidos nos atos golpistas do 8 de janeiro

A Justiça argentina determinou a prisão de 61 brasileiros envolvidos nos atos golpistas que atingiram as sedes dos Três Poderes, em 8 de janeiro de 2023. A ordem foi emitida pelo juiz Daniel Rafecas, a pedido do Supremo Tribunal Federal (STF) do Brasil.

Segundo a decisão, os investigados possuem “condenações com pena de prisão definitiva” e estão atualmente na Argentina. Na última sexta-feira (10), a polícia argentina anunciou a prisão de Joelton Gusmão de Oliveira, de 47 anos, um dos alvos dessa operação.

Ele foi condenado, em fevereiro deste ano, a 17 anos de prisão por crimes como tentativa de golpe de Estado, danos ao patrimônio público e tentativa violenta de abolição do Estado democrático de direito.

Após identificar Joelton, a polícia confirmou que ele era alvo de uma ordem de captura e detenção para fins de extradição solicitada pela Justiça brasileira. Em junho, o Brasil já havia pedido apoio às autoridades argentinas para localizar mais de 140 foragidos do ataque, mas, na ocasião, Buenos Aires informou não ter notícias sobre o paradeiro dos envolvidos.

Em outubro, a Argentina alterou sua legislação sobre o status de refugiados e eliminou o benefício para estrangeiros acusados ou condenados em seus países de origem. A mudança facilitou as detenções de indivíduos vinculados aos atos golpistas de janeiro.

Agora, em qualquer lugar da Argentina onde forem identificados ou localizados, serão presos e colocados à disposição do tribunal para iniciar o processo de extradição.

Os atos de 8 de janeiro, que ocorreram uma semana após a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), foram marcados por invasões às sedes do Congresso, Supremo Tribunal Federal e Palácio do Planalto.

Os manifestantes, apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, alegaram fraude nas eleições e exigiram intervenção militar para destituir o petista.

Desde então, a Polícia Federal brasileira já prendeu centenas de envolvidos, incluindo financiadores e incitadores dos ataques. Vestígios coletados nos prédios depredados continuam sendo analisados, e esforços conjuntos com outros países visam localizar os fugitivos restantes.