Luiz Carreira diz que prefeitura de Salvador negocia projetos da ordem de R$ 1,5 bilhão para próximo governo

O secretário da Casa Civil, Luiz Carreira, revelou, em entrevista exclusiva ao Portal M! que a prefeitura de Salvador está negociando cinco novos projetos da ordem de R$ 1,5 bilhão para o próximo governo municipal. Segundo ele, a medida só é possível em função da “equação fiscal adequada” da gestão municipal.

“Nós estamos em negociação com mais cinco projetos e que também assegurarão para o próximo governo, por exemplo, mais investimentos, em torno de R$ 1,5 bilhão. Ou seja, essa é uma forma de você, quando tem uma equação fiscal adequada, buscar alavancar investimentos”, afirmou.

Perguntado sobre o investimento realizado ao longo dos últimos anos a partir dos financiamentos tomados, Carreira explicou que ainda há cerca de 35% a 40% de verbas a serem aplicadas.

“Desses financiamentos, cerca de 60% já foram investidos. Isso vem gerando emprego, renda, melhorias tanto na infraestrutura, como na vida das pessoas. Quando você tira o esgoto, você tira o lixo, você está melhorando as condições sanitárias e melhorando as condições de vida das pessoas. E ainda falta aí investir desses contratos algo em torno de 35% a 40%. Portanto, ainda tem investimento a ser feito”, garantiu.

Conforme o titular da Casa Civil, ao todo existem 14 operações de crédito em curso em Salvador. Ele lembrou ainda que o Prodetur está “praticamente concluído”, enquanto os demais programas nas áreas de meio ambiente, educação, saúde, tecnologia, inovação e mobilidade estão em curso.

“Esses projetos estão em curso, alguns em estágio avançado. O Mané Dendê, por exemplo, já está no estado avançado, deve concluir em 2025. Os demais programas estão em curso, o Salvador Social 1 e 2. O 1 já foi concluído, o 2 está em andamento. Eles formam um conjunto de projetos que alavancaram recursos que a prefeitura, com seus próprios esforços, jamais teria condição de antecipar esses investimentos. A gente costuma dizer – copio meu amigo e ex-governador Paulo Souto – que esses são investimentos bons, são empréstimos e endividamento bom. Eu não estou renegociando minha dívida, eu estou alavancando recursos e antecipando investimentos que a prefeitura só teria condição de realizar daqui a dez ou 15 anos”, apontou.

Luiz Carreira rebate críticas sobre desenvolvimento

Ao M!, Luiz Carreira também rebateu críticas de que Salvador seria a quinta capital em desenvolvimento no país. Segundo ele, se trata de uma “bobagem pura”.

“No fundo, o que importa é que se você tem capacidade de pagar, você tem capacidade de se endividar. E aí é inquestionável. A prefeitura tem sido reconhecida nacionalmente como uma prefeitura de melhor gestão fiscal. Pela segunda vez consecutiva, a gente é primeiro em gestão fiscal. E já tivemos, em outros momentos, a mesma premiação. Ou seja, ao longo de dez anos, 11 anos, a gente só vem crescendo e melhorando nessa questão fiscal”, afirmou.

O secretário também destacou que a prefeitura lidera os índices em Capacidade de Pagamento (CAPAG) e que, por isso, possui capacidade para tomar financiamentos.

“Só toma recursos quem tem capacidade de tomar. E, às vezes, é bom as pessoas olharem para o próprio umbigo. O estado tem um endividamento muito maior e proporcionalmente em relação à prefeitura de Salvador. Portanto, é preciso que haja um certo cuidado quando se fala as coisas, porque às vezes a gente pega assim e solta no mundo, como se fosse uma questão negativa. Não, esse é um bom endividamento, é aquele em que a gente está fazendo melhorias para atender a população mais necessitada. Um projeto do Mané Dendê, que tem um empréstimo lá de 700 milhões, está mudando a vida das pessoas. Isso é que nos importa”.

Outro ponto citado por Carreira foi de que o próprio governo federal, liderado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), teria incentivado municípios a tomarem financiamentos. A medida, segundo o titular da Casa Civil, representava um “risco”.

“Eu acho um risco. Alguns municípios não têm capacidade para tomar e vão criar, talvez, um endividamento que eles não tenham condição de pagar no futuro, mas se incentivou muito essas tomadas de recursos financeiros no início. Agora, recentemente, tomaram medidas mais restritivas, porque viu que tinham aberto, na verdade, uma porta para que algumas prefeituras que não têm tamanho e porte para isso, pudessem se endividar”, concluiu.

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