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Vixe! As insatisfações da base com Bruno. O paletó de oposição não cabe em Geraldo e a reforma no secretariado de Jerônimo

Vixe! As insatisfações da base com Bruno. O paletó de oposição não cabe em Geraldo. As estratégias do PT. E a reforma no secretariado de Jerônimo
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As insatisfações com Bruno

O clima de entusiasmo na campanha do prefeito Bruno Reis não tem sido suficiente para abafar as insatisfações de muitos de seus aliados, com e sem mandato em Salvador. Por mais que não haja “o clima de já ganhou”, muitos candidatos a uma vaga na Câmara falam abertamente da dificuldade de falar com o prefeito e alguns de seus auxiliares, como Francisco Elde e Thiago Dantas. A queixa é geral.

Prefeito Bruno Reis (UB)

Falta interesse e comunicação

Ligações não são atendidas, mensagem não são respondidas e uma enxurrada de pedidos esbarram na falta de interesse ou comunicação entre o Executivo e os candidatos a uma vaga no Legislativo de Salvador. Tem vereador afirmando que, caso vençam a eleição, alguns integrantes da gestão municipal deverão ter dificuldades no próximo ano na Câmara de Vereadores.

Francisco Elde

As dificuldades de Geraldo

Já do lado do candidato do MDB, por mais que a cúpula do governo estadual pose para fotos, participe de eventos políticos e mostre unidade na capital baiana, o entendimento é que o vice-governador Geraldo Júnior terá dificuldades para se fortalecer ao longo da campanha eleitoral na capital baiana. O entendimento é que o candidato do MDB não vai conseguir vencer o principal desafio dele, que é virar a chave e se colocar como nome real da base da esquerda na cidade.

Wagner, Fabya, Jerônimo, Geraldo e Rui na convenção

O paletó da oposição não cabe

“Um cara que apoiou os governos do União Brasil durante 12 anos agora quer ser a oposição. É difícil, né? É difícil ser o porta-voz do PT. Não cola”, admitiu um integrante do conselho político sobre a disputa em Salvador. A maior dificuldade, segundo avaliação de pessoas próximas ao Partido dos Trabalhadores, é que “esse paletó, esse figurino de oposição, não cabe em Geraldo”, enfatizou uma pessoa muito próxima ao governador Jerônimo Rodrigues.

Geraldo Jr (MDB)

A expectativa da base

Apesar do choque de realidade, os integrantes do conselho político acreditam que Geraldo pode terminar a eleição na casa dos 30% dos votos válidos. O entendimento é que de 30% a 35% da cidade não concordam ou não gostam do grupo do ex-prefeito ACM Neto, como ficou explícito na última eleição para o governo estadual. O maior desafio para Geraldo, inclusive, chama-se Kleber Rosa. O candidato do PSOL tem usado um discurso duro contra Geraldinho, na tentativa de atrair os votos mais à esquerda. E quanto mais Kleber sobe, mais dificuldade o candidato do MDB tem.

Kleber Rosa (PSOL) e Geraldo Jr (MDB)

Sem “baratino” e “lero-lero”

Ontem, inclusive, durante evento de entrega de ambulâncias em Salvador, o governador tratou de responder com firmeza às críticas direcionadas ao seu candidato, apontado por adversários como “Baratino” e “Lero-Lero”, insinuando que sua campanha do MDB estaria sendo baseada em mentiras. Jerônimo, que tem apoiado ativamente a candidatura do seu vice, não hesitou em defendê-lo e criticou a narrativa de que Geraldo seria oportunista, ressaltando que o candidato deixou uma “teórica candidatura eleita” em 2022 para se unir ao grupo liderado pelo PT.

Jerônimo Rodrigues (PT) e Geraldo Jr (MDB)

Reforma do secretariado vem aí

Alvo de críticas da oposição e até mesmo de seus aliados, o governador Jerônimo Rodrigues parece ter assumido as rédeas do seu governo, já tendo na cabeça o desenho da gestão estadual, com início, meio e fim. A expectativa na Governadoria é que o gov faça uma reforma no seu secretariado entre os meses de novembro e dezembro. E o detalhe, esse movimento não tem relação direta com a eleição, com o objetivo de acomodar aliados na máquina pública. A ideia é aparar arestas e fazer ajustes que permitam melhorar sua avaliação e do próprio governo. A informação chegada à Coluna Vixe! dá conta que as mudanças estão pautadas pela performance dos próprios secretários. É Muita Informação!

Sérgio Brito e Jerônimo Rodrigues

Estratégia das grandes cidades naufraga

Até o começo do ano, a cúpula do PT e parte do conselho político do governo tinham a esperança de que iriam ampliar o número de prefeitos nas médias e grandes cidades da Bahia. O consenso era que a força dos governos Jerônimo e Lula faria os partidos da base venceram a eleição em cidades estratégicas, fortalecendo o grupo para o pleito de 2026. No entanto, esse planejamento não deve se concretizar como previsto.

Jerônimo Rodrigues (PT) e presidente Lula (PT)

Melhor avaliação

Prefeitos de cidades polos começaram a melhorar suas administrações e passaram a recuperar suas avaliações, como está acontecendo em Santo Antônio de Jesus, Juazeiro, Porto Seguro e Teixeira de Freitas. De abril pra cá, com o orçamento liberado pelo governo federal, aliado às emendas parlamentares, esses gestores conseguiram reverter os desgastes de suas administrações e passaram a melhorar a avaliação perante a população.

Genival Deolino, prefeito de Santo Antônio de Jesus

Cenário mudou

Com isso, muda o cenário previsto de vencer nas grandes cidades baianas em cima. A expectativa do PT é que esses partidos continuem soberanos nas cidades de pequeno porte, como já acontece hoje. Assim, a tão esperada manchete do noticiário, de que os aliados do governo venceram nas cidades de maior porte, não deve se concretizar.

Jerônimo Rodrigues, Éden Valadares, Jaques Wagner

Gestão desgastada

Somente em quatro cidades importantes, que estavam na conta do PT e seus aliados, pode acontecer a virada o jogo. Em Eunápolis, devido ao desgaste da atual prefeita Cordélia Torres; Ilhéus, com a chegada de Adélia Pinheiro e o esfacelamento da oposição; Itabuna, com a recuperação do atual prefeito Augusto Castro; e em Camaçari, onde o ex-prefeito Luiz Caetano segue liderando as pesquisas de intenção de voto.

Cordélia Torres, prefeita de Eunápolis

A expectativa de Camaçari

Apesar da possibilidade de ter segundo turno na cidade da Região Metropolitana, o que se comenta no governo estadual é que o candidato Flavio Matos, do atual prefeito Antônio Elinaldo, não conseguirá impedir o retorno de Caetano ao poder. Até mesmo lideranças do União Brasil já teriam jogado a toalha nos bastidores. O petista segue liderando as pesquisas de intenção de votos e, mesmo com a possibilidade de haver dois turnos, esse cenário não deve ser modificado.

Luiz Caetano (PT), candidato a prefeito de Camaçari

As chances ruíram

Outro cenário observado com preocupação pela cúpula do PT e do governo estadual é Feira de Santana. Com a unidade do ex-prefeito Zé Ronaldo com o deputado Pablo Roberto na mesma chapa, as chances de o deputado federal Zé Neto vencer praticamente ruíram. O habilidoso ex-prefeito conseguiu acabar com a possibilidade de segundo turno na Princesa do Sertão, ao levar o tucano para a vice em sua chapa.

Pablo Roberto (PSDB) e Zé Ronaldo (União Brasil)

Tentativas esgotadas

Os próprios petistas dizem que Zé Ronaldo tem expertise em vencer o Zé Neto, que tenta pela sexta vez ganhar no município. Com isso, o consenso na cúpula governista é que o deputado federal encerrará sua trajetória de tentativas e abandonará o sonho de governar a maior cidade do interior baiano. E olha que o governador Jerônimo Rodrigues tem se envolvido diretamente na disputa em Feira, o que parece não estar surtindo o efeito esperado. “Zé Ronaldo tem expertise de ganhar de Zé Neto, ele sabe mexer com a cabeça do deputado e o neutralizou, ao levar Pablo para a vice do União Brasil”, admitiu um dirigente de um partido ligado ao governo estadual.

Zé Neto (PT)

Falta discurso novo

Outro ponto avaliado pela cúpula governista sobre Feira é a dificuldade de Zé Neto apresentar um projeto de desenvolvimento consistente para a cidade. A sensação que se tem que ele não renovou o discurso e que se coloca como o único nome do governo Lula e Jerônimo no município. “Ele fica defendendo o governo e falando as coisas como se fosse o governador em Feira. A cabeça dele não gira para ser prefeito”, admitiu um deputado do PT em conversa com a Coluna Vixe! Segundo a avaliação do petista, nem mesmo o gesto de se licenciar do mandato para se dedicar à campanha surtirá o efeito esperado.

Zé Neto, presidente Lula e Jerônimo Rodrigues
Arte/Haron Ribeiro