"A gente acolhe a cada pessoa que vem aqui, como atenderíamos Cristo", diz Gilmar de Oliveira, presidente das Obras Sociais Compaixão

Conheça a instituição que, há 22 anos, oferece atendimentos gratuitos de saúde, educação, artes e reabilitação no bairro de São Cristóvão

Por Bruna Ferraz
20/04/2024 às 09h00
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Foto: Equipe Portal M!
Foto: Equipe Portal M!

As Obras Sociais Compaixão, localizadas em São Cristóvão, em Salvador, atuam há 22 anos com a missão de aliviar o sofrimento das pessoas em vulnerabilidade social e buscar assegurar os direitos fundamentais de crianças, adolescentes, idosos e suas famílias. Mais de 20 mil pessoas já foram  beneficiadas pela organização, abraçando diferentes gerações de uma mesma família e construindo uma rede de apoio firme com a comunidade do entorno.

Segundo Gilmar de Oliveira, presidente e fundador da Instituição, ela surgiu através dos trabalhos sociais da paróquia de São Cristóvão. Assim, todos os trabalhos foram ancorados não apenas no intuito de agir com solidariedade, mas também como um compromisso de fé e objetivo de vida.

"Quando a gente surge já de um contexto que encara o trabalho social como uma missão espiritual, a gente consegue criar laços mais fortes. Eu diria que quase 90% de todos os colaboradores da instituição estão conosco fazendo trabalho laboral para se autossustentar nas suas necessidades básicas, mas também eles estão conosco num processo de realização de uma missão de vida. Trabalhar aqui na instituição é também realizar uma missão espiritual. A gente acolhe a cada pessoa que vem aqui como atenderíamos a pessoa de Cristo", disse o gestor.

Gilmar de Oliveira, presidente e fundador da Instituição

A instituição tem três prédios atualmente: dois que funcionam como escolas que atendem crianças de 1 ano e meio a 6 anos, que ficam em diferentes pontos do bairro de São Caetano para receber  públicos diferentes; e um terceiro, reservado às salas administrativas e ao atendimento de reabilitação para pessoas com deficiência. Todos os três espaços estão passando por reformas para melhor atender as necessidades da comunidade.

Um deles, onde funciona uma das escolas do projeto, é o que está com a obra mais avançada, contudo carece da instalação de elevadores para que crianças e adultos com dificuldade de mobilidade possam frequentar os espaços e salas de aula. Para a estrutura onde acontece a reabilitação, a ideia é que, com a reforma, ocorra uma ampliação no atendimento, saindo de 100 para 400 crianças sendo acolhidas simultaneamente.

"Hoje, a nossa maior demanda diz respeito ao processo de acessibilidade dos espaços da instituição. Nós temos um projeto de reabilitação para pessoas com deficiência, e temos muitos alunos que também têm algum nível de deficiência. Para a gente, se chegou uma criança aqui, e ela tem deficiência, ela já tem vaga garantida, porque é o nosso público que a gente tem muito carinho e prioriza. Então, construímos a escola, mas não tivemos recurso para fazer o elevador. Falta encontrar parceiros benfeitores que nos ajudem a colocar o elevador e acessibilizar essa escola. Na nossa sede, onde a gente está ampliando os trabalhos de reabilitação, também estamos em processo de acessibilizar todo o prédio, de modo que as pessoas com deficiência cheguem até os andares superiores", detalhou Gilmar de Oliveira.

Atuante nas Obras Sociais Compaixão há dez anos, o jornalista Elias Alves é supervisor administrativo da instituição. Mesmo tendo buscado uma graduação no nível superior de ensino, o jovem entende que a sua missão de vida está entre as paredes da instituição, ajudando com tudo aquilo que o projeto precisa.

Sua participação na rotina da entidade começou de forma tímida, auxiliando nas ações realizadas pelo bairro. Hoje, Elias passa o dia nas obras, dialogando com os funcionários, os beneficiados, e se atualizando sobre todas as demandas. Ao Portal M!, ele apresentou os espaços e explicou a rotina da filantropia.

"Nas escolinhas, nós dispomos de duas alimentações: uma quando a criança chega e outra quando a criança sai. Além disso, a gente tenta também proporcionar a melhor educação possível para as crianças da comunidade. A gente entende que, por ser crianças em situação de vulnerabilidade, elas merecem o melhor que a gente pode ofertar. Então, a gente tem um professor em cada sala de aula e duas auxiliadoras. A gente tenta colocar climatização na sala de aula também. E todas as salas são equipadas com televisão, com smart TV, e as professoras podem, em algum momento também, fazer uso de atividades lúdicas no YouTube, entre outras", explicou.

Sobre o atendimento de reabilitação, o supervisor administrativo contou que as Obras Sociais Compaixão oferecem terapias 100% gratuitas com fonoaudiólogo, fisioterapeuta, psicólogo, psicopedagogo, assistente social, dentre outros. 

"A gente gosta de dizer que a associação está sempre em constantes obras, porque nós somos uma obra, a Obra Social Missionários da Compaixão, e a gente sempre tenta ampliar os braços da compaixão. Para isso, a gente precisa sempre da ajuda das pessoas. Sabemos que precisamos melhorar, mas às vezes não conseguimos fazer isso no tempo que gostaríamos, porque dependemos das doações das pessoas. Então, a gente faz esse apelo para que as pessoas venham, nos ajudem, colaborem e façam a compaixão avançar cada vez mais".

Ajude a expandir a compaixão

A organização mantém parcerias com diversos entes da sociedade, com instituições sociais nacionais e internacionais, com o poder público municipal, através da educação e da Secretaria de Saúde, que auxilia nas atividades de reabilitação. Esses auxílios, contudo, não são capazes de suprir todas as necessidades das Obras Sociais Missionários da Compaixão.

"Por exemplo, nós temos a alimentação dos alunos e temos um mundo de pessoas que buscam auxílio na área de alimentação, na área de saúde, de transporte para ir pra um hospital... E a gente abraça essa demanda como nossa, porque a gente nasceu para acolher esse público. De fato, as famílias que passam fome, que passam necessidade dentro da comunidade, chegam até a gente. A gente vê o que tem na nossa dispensa e divide, mas é algo que é doloroso, porque a gente não consegue, a contento, responder a essa demanda da comunidade", detalhou o gestor.

A entidade também oferece aulas gratuitas de balé, capoeira, Jiu-Jitsu, dança do ventre, dentre outros, para pessoas de diversas idades, incluindo pais e mães que acompanham os seus filhos na escola ou nos atendimentos de reabilitação, fortalecendo toda a rede familiar e elevando a autoestima da comunidade.

Para auxiliar na continuidade dos trabalhos, bem como proporcionar melhorias na estrutura das Obras Sociais Missionários da Compaixão, você também pode contribuir doando o que puder. Para isso, entre em contato com a instituição através dos seguintes canais oficiais e ofereça a sua mão amiga:

Telefone: 3365-6662

WhatsApp:  71 9 9399-7616

Site: compaixao.org

Pix: doar@compaixao.org

E-mail: contato@compaixao.org

Conheça as Obras Sociais Missionários da Compaixão:

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