Feira de São Joaquim: após 13 anos, 2ª etapa de requalificação é autorizada

Anunciado em 2011, projeto foi dividido em três etapas; primeira foi concluída apenas em 2016, com 2 anos de atraso

Por Raiane Veríssimo e Vivaldo Marques
17/04/2024 às 13h25
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Foto:  Feijão Almeida/GOVBA
Foto:  Feijão Almeida/GOVBA

Após 13 anos de espera, finalmente o início das obras da segunda etapa da requalificação da tradicional Feira de São Joaquim, na Cidade Baixa, em Salvador, foi autorizado, na manhã desta quarta-feira (17), pelo governador Jerônimo Rodrigues (PT). Em entrevista ao Portal M!, o petista afirmou que serão investidos R$ 41,2 milhões nas obras, com recursos dos governos estadual e federal, e a previsão que sejam entregues em 20 meses.

"Fizemos uma combinação, quero agradecer aqui o entendimento da associação, do sindicato aqui da Feira de São Joaquim que compreenderam, fizemos uma adequação aqui desses galpões, pra trazê-los pra aqui até que a obra acabe. Tá tudo muito bem organizado, a empresa vencedora da excitação já 'tapumou' a obra, já começou a derrubar partes que deverão ser jogadas ao chão pra reconstrução", explicou o governador ao Portal M!.

Anunciado em 2011 e antiga reivindicação dos feirantes, o projeto de requalificação do equipamento foi dividido, ainda no segundo governo do petista Jaques Wagner, em três etapas. A primeira foi concluída apenas em 2016, com 2 anos de atraso. Foram feitas pavimentação, drenagem, novas instalações elétricas e hidráulicas e iluminação, reconstrução dos boxes dos segmentos de pescados, animais vivos e produtos religiosos e recuperação dos restaurantes com vista para o mar, mas apenas em 30% da feira.

"Em um ano, eu espero que dê tudo certo, o recurso tá na conta, não é falta de dinheiro, tem boa vontade. Nós visitamos tanto a parte que será demolida e reformada, reconstruída, como a parte dos galpões e na passagem ali de uma parte que chama o galpão do quiabo. Não está nessa etapa, mas tem uma condição precária, então para garantir a segurança das pessoas que vendem e compram, mas também pela cultura que é praticada ali, tem um samba aos domingos, nós vamos tentar fazer uma ação provisória até que a terceira etapa possa responder a essa ação", disse o governador.

As novas intervenções ficarão a cargo da Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado (Conder), órgão vinculado à Secretaria Estadual de Desenvolvimento Urbano (Sedur), em parceria com a Secretaria Estadual de Turismo (Setur). O projeto de requalificação inclui a construção de um galpão de carnes e vísceras, 16 blocos de comércios variados, estacionamento e uma via perimetral, com calçadão, na borda da Baía de Todos-os-Santos. Serão entregues 407 boxes, 116 bancas e 53 pallets totalmente renovados, beneficiando cerca de 500 feirantes.

"Uma vez que essa feira aqui não roda bem na sua quantidade de venda, lá na ponta o produto que é produzido nas roças da agricultura familiar, recebe um impacto. Então se aqui vende bem, as galinhas, as folhas, as verduras, tem uma sintonia direta com a zona rural de grande parte dos municípios da nossa Bahia. Muito alegre, vamos acompanhar passo-a-passo dessa obra. Quero garantir aqui o nosso esforço e agradecer em especial cada feirante, cada um que trabalha aqui, carregador de feira, vendedor de cafezinho, que a gente possa entender que isso aqui é para melhorar a nossa Feira de São Joaquim", ressaltou Jerônimo.

Ao todo, serão mais de nove mil metros quadrados de área requalificada, iniciando da parte já reformada, seguindo em direção ao ferry-boat. Os mais variados produtos, como ervas, frutas e verduras, além itens religiosos, roupas, artesanatos e objetos de decoração, continuarão a ser vendidos, porém em outra estrutura. Segundo o governador, para que a feira não pare durante as obras, foi construído o Galpão Água de Meninos, que vai receber, temporariamente, os permissionários. O recurso de R$ 4 milhões investidos abrangeu a ampliação da via de acesso ao ferry-boat, acrescentando duas faixas a mais e contribuindo para organizar a fila de carros do terminal.

"Solicitei aqui a política do reuso de água para que a Embasa possa sentar com a associação, também pedi que a gente pudesse planejar aqui um espaço de eventos. Aqui passam muitos turistas, aos domingos as pessoas vêm se divertir com a família, se alimentar, tomar uma cerveja, fazer um samba. Além disso, tentar criar um espaço para que a gente possa ter aqui um museu para que a história possa ser contada às pessoas que não conhecem a Feira do Sete, depois Águas de Menino e depois a Feira de São Joaquim. Isso aqui é a cultura", destacou ainda o petista ao Portal M!.

História

Na década de 1930, a Feira de São Joaquim se chamava Feira do Sete, por ficar próxima ao sétimo armazém das Docas, do Porto de Salvador. Com a modernização do ancoradouro, o comércio a céu aberto teve de mudar de endereço e passou a se chamar Feira de Água de Meninos. Em 1964, o local sofreu um incêndio que a destruiu completamente e, somente após a reconstrução - também na década de 60 -, recebeu o nome atual. Hoje, ela funciona todos os dias, das 5h às 17 horas.

Confira entrevista:

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