PT e PL têm dificuldades no período pós-eleitoral, diz Paulo Fábio
Para o cientista político, o partido de Lula está em lento processo de retomada, após encolhimento nas últimas eleições municipais
O cientista político e professor da Universidade Federal da Bahia (Ufba), Paulo Fábio Dantas Neto, em entrevista ao editor-chefe do Portal M!, Osvaldo Lyra, explicou os cenários que PT e PL vivem após as eleições municipais de 2024. Segundo ele, cada partido tem uma dificuldade e, por isso, devem ser avaliados de forma separada, já que suas ascensões foram em momentos e por motivos diferentes.
Este ano, o PL foi o 5º partido que mais elegeu prefeitos, com um total de 516. Entre as 26 capitais, a sigla presidida por Valdemar Costa Neto saiu vencedora em quatro. Já o PT foi apenas a 9ª legenda no ranking, depois de conquistar 252 prefeituras. Entre as capitais, houve apenas uma vitória petista: a eleição de Evandro Leitão em Fortaleza, no Ceará.
Para Fábio Dantas, o partido presidido por Gleisi Hoffmann está em processo de retomada, depois do encolhimento experimentado nas últimas eleições municipais. A sigla venceu em apenas 183 cidades no pleito passado e melhorou a performance na disputa eleitoral deste ano.
“O que o PT está fazendo agora é um processo muito lento de retomada no nível das eleições municipais, que não acontece em uma velocidade necessária para um partido que assume no governo federal o papel, a importância e o espaço que ele assume. Na verdade, o PT tem um espaço como se fosse um partido do governo, que não é só o partido do presidente, mas o partido governante. Quando, na verdade, o respaldo para isso na sociedade não é exatamente o que o PT tem”, declarou.
Ao complementar o seu raciocínio, o cientista político destacou que não vê um “processo de declínio” no PT, mas indicou que a abordagem política da sigla deve ser outra para enfrentar as dificuldades.
“Então, eu não diria que o PT está em um processo de declínio. Acho que o PT está em um processo de retomada, porque tem ainda recursos para isso, mas com uma série de dificuldades. Para crescer na velocidade que precisaria, teria que estar com um outro tipo de relação e discurso com a sociedade”, acrescentou.
Em relação ao PL, Paulo Fábio disse enxergar a situação de forma diferente. Perguntado sobre uma possível divisão da direita, o professor lembrou da influência do ex-presidente da República, Jair Bolsonaro, e dos desdobramentos positivos e negativos que a sua imagem causou ao partido.
“O PL é um partido que sofreu um crescimento abrupto, decorrente diretamente da entrada de Bolsonaro. É um partido que vive um problema interno, que é o fato de haver bolsonarismo dentro dele, mas não ser ele todo. Uma parte do PL não é bolsonarista, mas se utilizou do bolsonarismo e foi beneficiado por Bolsonaro. De certa forma, quando acontece alguma coisa que diminui a influência de Bolsonaro ali, eu acho que o Valdemar Costa Neto deve até respirar aliviado, porque ele tem uma possibilidade de tocar as coisas sem aquele sufoco da pressão permanente do extremismo”, pontuou.
Polarização política
Em síntese, de acordo com o pesquisador, o problema do PT no cenário político é “a dificuldade de responder na velocidade necessária”, enquanto o PL encontra “a dificuldade de responder a expectativa fabricada”. Fábio Dantas ainda citou que a polarização partidária pode ter sido um dos motivos de declínio nas expectativas criadas pela sigla de Bolsonaro.
“Essa expectativa que se fabricou de que o PL ia ser o grande partido, o maior partido, por ser o partido de Bolsonaro, quando a realidade é outra. Todas as eleições municipais sequencialmente – 2016 e, principalmente, 2020 e 2024 – apontam um acúmulo de forças de partidos que estão fora dessa pretensa polarização. Então, não digo que ela não exista, mas é muito mais uma coisa fomentada pelas estratégias dos próprios partidos e da mídia, em grande parte, do que propriamente uma inclinação clara do eleitorado”, finalizou.
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