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Padilha deixa futuro de Juscelino Filho no governo em aberto após indiciamento

Acusações de corrupção e lavagem de dinheiro envolvendo recursos da Codevasf levantam questionamentos sobre continuidade no cargo

O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT), deixou em aberto a decisão sobre a permanência de Juscelino Filho (UB) no cargo de ministro das Comunicações diante das acusações de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa, imputadas pela Polícia Federal após investigação de desvios na Codevasf. Segundo ele, a decisão é do próprio Juscelino.  

Quando era deputado federal, Juscelino destinou recursos do Orçamento para asfaltar uma estrada que passa na fazenda de sua família no interior do Maranhão. Depois de assumir o cargo no governo Lula, o ministro usou avião da FAB para ir assistir ao leilão de cavalos em São Paulo. Relatório da Controladoria-Geral da União (CGU) confirmou que a aplicação do dinheiro público no asfaltamento beneficiou diretamente as propriedades de Juscelino e de sua família.

“Se ele considera que pode se defender, ocupando (o cargo), fazendo o bom trabalho que está fazendo (no Ministério das Comunicações), é óbvio que é uma questão individual dele”, disse Padilha em entrevista. “Eu tenho sentimento de que até agora ele foi se explicar, foi se defender ocupando e exercendo um bom trabalho no Ministério das Comunicações.” 

Segundo o ministro da articulação política do governo Lula, Juscelino conta com o apoio do presidente para se defender. “Nós vamos sempre primar pela presunção da inocência, até porque a gente já viu muita gente ser injustamente condenada publicamente e depois ser visto que não tinha qualquer responsabilidade sobre aquele fato”, afirmou. “O ministro Juscelino conta, não só comigo, mas certamente com o presidente Lula, com todo o espaço para se defender, para poder provar sua inocência”, completou. 

Em viagem internacional nesta semana, Lula disse que conversará com o ministro das Comunicações na volta ao País. “Digo para todo mundo: só você sabe a verdade. Se você cometeu erro, reconheça que cometeu. Se não cometeu, brigue pela sua inocência”, afirmou o presidente quando desembarcou em Genebra, anteontem. 

Em nota divulgada após o indiciamento pela PF, o ministro das Comunicações afirmou que o enquadramento da investigação policial é “uma ação política e previsível” e “parte de uma apuração que distorceu premissas, ignorou fatos e sequer ouviu a defesa sobre o escopo do inquérito”. Juscelino alegou ainda que o inquérito da PF “repete o modus operandi da Operação Lava Jato”. 

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Tânia Rêgo/Agência Brasil