Lula sanciona lei que restringe uso de celular em escolas

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sancionou, nesta segunda-feira (13), o projeto de lei que proíbe o uso de celulares em escolas de todo o Brasil. A medida foi vista como um ato de “coragem” pelo presidente, que também destacou a sanção como um marco para a educação e um gesto de dignidade com o futuro do País.

Lula ressaltou que, em sua opinião, muitos parlamentares poderiam evitar aprovar a lei por temerem críticas nas redes sociais.

“Essa sanção significa o reconhecimento do trabalho de todas as pessoas sérias que cuidam da educação, de todas as pessoas que querem cuidar das crianças e dos adolescentes deste País porque eu, muitas vezes, imaginei que deputados e deputadas não iam ter coragem de aprovar essa lei por medo da internet”, afirmou.

Influência das redes sociais nas decisões políticas

Para o presidente, a aprovação do projeto pelo Congresso representa um avanço significativo na relação entre política e internet. Ele ressaltou que, atualmente, o medo de críticas online influencia as decisões de muitos parlamentares.

“Antes de aprovar algum projeto, os parlamentares pensam ‘quantos minutos vão apanhar da internet, quantas pessoas vão se engajar falando mal de mim’. Então, isso foi um ato de coragem, de cidadania e de respeito ao futuro deste País”, avaliou.

Humanismo como prioridade na educação

Lula ainda frisou a necessidade de valorizar o humanismo e desconectar o foco da educação dos algoritmos digitais. “A gente precisa voltar a permitir que o humanismo não seja trocado por algoritmo”, disse, enfatizando que a medida é um grande passo para a melhoria das condições de ensino no Brasil.

O presidente compartilhou também uma prática adotada em seu gabinete: a proibição do uso de celulares durante reuniões. Para ele, a atenção plena é essencial em ambientes como salas de aula e reuniões de trabalho. “Imagina, você está fazendo uma reunião e, quando você olha, está todo mundo olhando pro celular e ninguém olhando para você; agora imagina numa sala de aula”.

O que diz a lei?

Segundo o ministro da Educação, Camilo Santana, a lei limita o uso do celular em sala de aula e nos intervalos para fins pessoais, permitindo exceções como o uso pedagógico supervisionado por professores ou por pessoas que dependam do aparelho para acessibilidade tecnológica ou necessidades de saúde.

“Nós não somos contra acesso a tecnologias, até porque não há mais retorno no mundo de hoje. Mas nós queremos que essa tecnologia, essa ferramenta, seja utilizada de forma adequada e, principalmente, nas faixas [etárias] importantes da vida das crianças e adolescentes”, afirmou o ministro.