Catálogo Raízes: Fundação Pierre Verger celebra história e cultura dos quilombolas

A Fundação Pierre Verger acaba de lançar o Catálogo Raízes, exposição fotográfica que retrata o cotidiano e a resistência das comunidades quilombolas de Caetité, no sudoeste da Bahia. Com imagens capturadas por Amanda Tropicana, a publicação reúne registros de Lagoa do Mato, Vereda dos Cais e Sapé, locais situados a cerca de 600 km de Salvador.

O catálogo, que tem 54 páginas no formato 15×15, integra o projeto 16 Ensaios Baianos, cujo objetivo é valorizar temas e culturas regionais.

O lançamento do catálogo acontecerá na próxima quinta-feira (12), às 18h30, na Galeria da Fundação Pierre Verger, no Centro Histórico de Salvador. O evento é gratuito e convida o público a mergulhar nas histórias das comunidades quilombolas e na beleza de suas tradições.

Catálogo Raízes: luta e memória quilombola em destaque

O Catálogo Raízes, que também conta com o apoio da Cáritas Brasileira Regional Nordeste 3, celebra a força das comunidades quilombolas e destaca a liderança feminina presente nesses territórios. É a terceira edição do projeto 16 Ensaios Baianos, que já exibiu os ensaios ‘Vaqueirama’, de Ricardo Prado, e ‘Herança do Pai’, de João Machado.

Segundo Alex Baradel, um dos coordenadores do projeto, a série 16 Ensaios Baianos busca ser um marco de memória e diversidade cultural. “As edições dos catálogos do projeto são registros de memória. É um projeto que apresenta uma diversidade enorme, tanto em termos de fotógrafos quanto de temas abordados.”

As fotografias de ‘Raízes’ foram realizadas como parte de uma iniciativa da Cáritas Brasileira para dar visibilidade às necessidades e à resistência dos quilombolas. Durante a exposição, as fotografias estarão à venda, com o valor arrecadado, descontados os custos de impressão, destinado às comunidades fotografadas. Além disso, essas comunidades receberão exemplares do catálogo, fortalecendo a memória coletiva e cultural da região.

Amanda Tropicana e suas conexões culturais com a África

Além de seu trabalho em ‘Raízes’, Amanda Tropicana também desenvolve projetos que exploram as relações culturais entre a Bahia e países africanos. Entre suas iniciativas, destaca-se o projeto ‘Foto-Diáspora: Moçambique’, que investigou as conexões históricas da diáspora forçada do século XIX.

A pesquisa já circulou por cidades como Maputo e Ponta D’Ouro, em Moçambique, e Johanesburgo, na África do Sul, e terá novos desdobramentos em 2025, expandindo para mais dois países do continente africano.

O projeto ’16 Ensaios Baianos’, que inclui a exposição Raízes, conta com financiamento do Governo do Estado da Bahia, através do Fundo de Cultura, da Secretaria da Fazenda e da Secretaria da Cultura.