O presidente Lula foi obrigado a conter uma claque petista que vaiava o prefeito reeleito de Feira de Santana, Colbert Martins (MDB), e não o deixava discursar durante evento no município, na manhã de segunda-feira (1º). Ao lado do governador Jerônimo Rodrigues (PT), ministros e parlamentares baianos, o presidente lembrou que o emedebista foi convidado para o evento e, portanto, deveria ser respeitado.
“Companheiros e companheiras, eu queria pedir para vocês a compreensão [de] que esse é um ato feito pelo governo federal e governo estadual e todas as pessoas que estão aqui foram convidadas. É muito desagradável a gente convidar uma autoridade municipal e depois a gente tratá-la com vaias, não tem porquê fazer isso. Ele está aqui porque nós o convidamos para vir aqui e nós queremos que ele seja respeitado na fala dele”, bradou o presidente.
Com a palavra retomada, Colbert fez um breve discurso e agradeceu mais uma vez a vinda do Lula em Feira, onde fez entrega da duplicação do lote 6 da BR-116 e autorizou novo contrato para construção de 1.075 unidades de empreendimentos habitacionais da nova seleção do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV). No entanto, o prefeito pediu ajuda ao presidente pela revisão de contratos de 2 mil unidades do MCMV, que estão vazias devido ao tráfico de drogas.
“Eu quero, agradecendo pela sua presença aqui em Feira, fazer duas considerações, presidente. Em Feira, nós temos hoje mais de 2 mil unidades do ‘Minha Casa, Minha Vida’ vazias. Pessoas que foram expulsas por causa do tráfico e por outros problemas. Eu gostaria que o senhor pedisse ao seu ministro que nós pudéssemos ver com a Caixa Econômica Federal como é que nós podemos rever esses contratos, para que outras pessoas possam ocupar essas casas. Afinal de contas, seria uma quantidade importante de pessoas que vão voltar a ter suas casas, casas essas totalmente disponíveis”, disse.
Para finalizar seu discurso, o prefeito também pediu alguns ajustes na duplicação da área de contorno inaugurada pelo petista nesta segunda.
“Duas comunidades ficaram isoladas, uma é a comunidade de Nova Esperança. A pista duplicada não permite mais a passagem. E a outra, lá no governo de Dilma, os viveiros também consideramos. E são precisos dois viadutos. E eu quero, senhor presidente, dizer que a prefeitura de Feira de Santana tem interesse em poder participar dessa solução. São comunidades que precisam ser integradas e nós já pedimos até recursos emprestados para poder fazer essa obra. Não conseguimos ainda a aprovação, mas queremos partilhar juntos algo que é importante para todas essas comunidades de Feira de Santana”.
“Agradeço pela sua atitude honrada e honesta em permitir que nós tenhamos esse diálogo, que eu sei que o senhor tem capacidade de ter. A todos os amigos de Feira de Santana e ao senhor, muito obrigado”, completou Colbert.
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