Lula diz que não vai interferir na escolha do presidente da Câmara dos Deputados
Segundo petista, ‘não é o presidente da Câmara que precisa do presidente da República, é ao contrário’; dois baianos disputam o cargo na Casa
O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), afirmou, na manhã desta quinta-feira (17), que vai respeitar o processo democrático e, por isso, não vai interferir na escolha do próximo presidente da Câmara de Deputados, que será decidida no início de 2025. Segundo o petista, que está em Salvador para anunciar a ampliação do programa federal Pé-de-Meia na Bahia, a “relação civilizada” entre os poderes é crucial para encontrar um “denominador comum” em prol da população brasileira.
“Não é o presidente da Câmara que precisa do presidente da República, é o presidente da República que precisa da Câmara. Então, se eu compreender isso e tiver uma relação muito civilizada com eles, vai tudo muito bem. Cada partido tem sua ideia, ninguém é obrigado a catar tudo que o governo manda, mas é possível se estabelecer uma mesa de negociação e a gente encontrar um denominador comum que permita a gente aprovar as coisas”, destacou em entrevista à Rádio Metrópole.
Questionado sobre se apoiaria algum dos candidatos à presidência da Câmara, Lula pontuou que essa escolha é atribuída ao Congresso Nacional. Dois deputados baianos disputam o cargo: Elmar Nascimento (União Brasil) e Antonio Brito (PSD). Eles têm como principal adversário o deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), que conta com o apoio do ex-aliado de Elmar e atual presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL).
Em tese, o PT, partido de Lula, não apoia nenhuma das candidaturas. Apesar disso, o presidente do Brasil disse que continuará discutindo projetos de interesse do povo, mesmo que ele “não goste” do presidente eleito. De acordo com o petista, é sua obrigação continuar discutindo projetos de interesse do povo, independente da minoria partidária na Casa.
“Eu tenho como prática política não me meter na escolha do presidente da Câmara. É uma coisa do Congresso Nacional. Como eu respeito a autonomia de cada poder, o meu presidente será aquele que foi eleito. Aquele que foi eleito, goste dele ou não goste, eu vou conversar e vou tratá-lo como presidente da Câmara. É assim que eu faço. Eu não vou nunca apresentar para o presidente da Câmara um projeto de interesse pessoal. Eu vou apresentar projetos de interesse do povo brasileiro e vou discutir com ele como é que vota”, afirmou.
Mesmo com a baixa representatividade na Câmara dos Deputados e no Senado, Lula rebateu o pensamento daqueles que acreditavam que não teria alinhamento com o Governo Federal. Segundo o presidente, a aprovação dos projetos está caminhando conforme o planejado, ainda que muitas vezes não seja implementado da maneira prevista, algo que, para ele, faz parte do processo democrático.
“Quando nós tomamos posse, muita gente dizia que a gente ia ter muita dificuldade de governar. O meu partido só tem 70 deputados em 513. Eu só tenho 9 senadores em 81. E até agora nós não perdemos nenhum projeto importante que o governo mandou pro Congresso Nacional. Lógico que muitas vezes o projeto que você manda não é aprovado do jeito que você quer. Isso faz parte da democracia”, acrescentou.
Repercussão no Dia da Música Gospel
Na entrevista, ao citar um caso na Câmara, Lula falou sobre a sanção do Dia Nacional da Música Gospel, em um evento no Palácio do Planalto. O presidente disse que a declaração do deputado Otoni de Paula (MDB-RJ), apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), acabou tendo uma “repercussão muito boa” para o Governo Federal e “muito ruim” para o emedebista.
Isso porque, Otoni marcou presença no evento e elogiou o presidente Lula, mesmo sendo do grupo político da oposição. O parlamentar afirmou que foi “um dos maiores defensores” do governo Bolsonaro e “crítico político” do PT, mas que os evangélicos estão “entre os brasileiros mais contemplados pelos programas sociais de seu governo, já que os mais pobres e necessitados, os quais Jesus sempre dedicou a maior parte do seu tempo, formam a maioria esmagadora de nossos irmãos”.
Nesse contexto, Lula voltou a dizer que a democracia permite a divergência de posicionamentos na Câmara, mas isso não deve atrapalhar a criação de benefícios populares. O gestor federal se confundiu ao dizer que o deputado faz parte bancada ruralista (na verdade, ele é da bancada evangélica) e do Pará (ele é do Rio de Janeiro).
“O deputado da bancada ruralista, acho que do Pará, fez uma declaração dizendo que não votou em mim, que muitos evangélicos não votaram em mim. Mas que reconhecia os benefícios aos evangélicos que foram feitos por mim. O Dia do Evangélico, a lei do silêncio que não deixei passar, o Dia do Pastor. Tudo fui eu que criei e ele reconheceu isso. Fiquei com vontade de perguntar: Se você sabe disso, porque votou no Bolsonaro? Bom, mas ele falou e decidi não polemizar. Teve uma repercussão muito boa para mim e muito ruim para ele, porque os bolsonaristas estão triturando ele”, completou o presidente.
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