Governo federal pede desculpas pela escravidão e reforça compromisso com igualdade racial

O governo federal, em nome do Estado brasileiro, pediu desculpas públicas à população negra pela escravidão e pelos efeitos gerados por esse sistema. A mensagem, apresentada nesta quinta-feira (21) em Brasília, também destacou a necessidade de intensificar ações contra a discriminação racial no país. As informações são da Agência Brasil.

“A União manifesta publicamente o pedido de desculpas pela escravização das pessoas negras, bem como de seus efeitos. Reconhece que é necessário envidar esforços para combater a discriminação racial e promover a emancipação das pessoas negras brasileiras. Por fim, compromete-se a potencializar o foco de criação de políticas públicas com essa finalidade”, afirmou o advogado-geral da União, Jorge Messias, ao ler o texto oficial durante o evento.

A ministra dos Direitos Humanos e da Cidadania, Macaé Evaristo, ressaltou o papel histórico da população negra na luta por liberdade, igualdade e acesso a direitos. Segundo ela, o reconhecimento das violações históricas é fruto das ações do movimento negro.

“Nessa caminhada de luta, que é abolicionista, que a gente lutou e continua lutando por liberdade, a gente vem construindo a cada dia passos muito importantes. Essa memória de mais de 300 anos de escravatura não acaba no 13 de maio, porque o 14 de maio começa com o total abandono da população negra no país”, afirmou.

A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, lembrou a memória de sua irmã, a vereadora Marielle Franco, assassinada em 2018, e destacou a importância de ações concretas para a promoção da igualdade racial.

“Além do pedido de desculpas, no ano de 2024, nós tivemos a condenação dos assassinos de minha irmã. Não é normal a cada dia e em cada instante a gente ter que lidar com essas mazelas e essas dores. São desafios enormes e, por isso, é importante a gente pensar esse trabalho coletivo, um trabalho coletivo concreto”, declarou Anielle.

O evento marcou um momento simbólico no reconhecimento histórico da dívida social do Estado brasileiro com a população negra, reforçando o compromisso com a criação de políticas públicas voltadas à equidade racial.