Acelen investe US$ 3 bilhões em produção de combustíveis renováveis a partir de planta nativa brasileira

A Acelen, empresa que assumiu a Refinaria de Mataripe em dezembro de 2021, tem investido fortemente em combustíveis renováveis, visando um modelo de negócios que vai além das exigências ambientais globais e regulamentações locais. Vice-presidente de comunicação ESG e Relações institucionais da Acelen, Marcelo Lyra aponta que a empresa está buscando atender a todas as demandas ambientais que estão sendo discutidas na Cop 29. Segundo ele, a Acelen não só cumpre as normas estabelecidas, mas também investe em soluções sustentáveis que refletem o compromisso da empresa em ser um agente relevante na mudança para uma economia de baixo carbono.

“A Acelen é uma empresa que foi criada com o propósito de ser relevante na transição energética. Então, além da refinaria, nós temos um investimento de 3 bilhões de dólares, aproximadamente 16 a 18 bilhões de reais em andamento que visa produzir combustíveis renováveis, combustível de aviação renovável e o diesel renovável em larga escala, com plantação de uma variedade brasileira em quase 200 mil hectares, 180 mil hectares de terra, gerando uma riqueza econômica e um produto ambientalmente correto”, declarou, em entrevista à imprensa, na manhã desta quarta-feira (13).

A fabricação destes combustíveis será em larga escala a partir do cultivo de uma planta nativa brasileira, a Macaúba. “Estamos plantando quase 200 mil hectares, cerca de 180 mil hectares de terra, gerando uma riqueza econômica e um produto ambientalmente correto”, destacou Lyra.

Além do aspecto ambiental, a empresa tem integrado o setor agrícola ao processo de refino, promovendo impactos econômicos e sociais positivos para a agricultura familiar. “Vamos produzir diesel e combustível de aviação renovável a partir do plantio de Macaúba, envolvendo pequenos produtores e a agricultura familiar”, explicou o executivo.

A empresa estima que aproximadamente 20% da produção será realizada por pequenos agricultores, o que poderá contribuir para o aumento da renda e do bem-estar social nas comunidades envolvidas. O cultivo de Macaúba e a integração com o setor de refino representam um modelo de desenvolvimento que conecta o campo à indústria.

Segundo Lyra, a estratégia será essencial para suprir a demanda futura de combustíveis renováveis no mundo. Ele ressaltou que essa conexão é fundamental para a viabilidade da produção sustentável em larga escala, reforçando o papel da Acelen como protagonista no avanço da economia verde no país.

Para apoiar o desenvolvimento desse projeto, a empresa investiu cerca de R$ 300 milhões no Agripark, um centro de tecnologia localizado em Montes Claros, Minas Gerais. O parque tecnológico tem como objetivo o aprimoramento genético da Macaúba, produzindo até 10 milhões de mudas por ano. “Dali vai sair um conjunto genético na forma de planta, de muda, que vai abastecer as fazendas que vão ser montadas principalmente na Bahia e em Minas Gerais”, afirmou Lyra.

A empresa já está em fase avançada de negociação para estabelecer sua primeira fazenda modelo, que será instalada na Bahia, mais especificamente no Recôncavo Baiano, com uma área inicial estimada entre 4 a 5 mil hectares. “A primeira fazenda modelo será na Bahia, no Recôncavo Baiano”, disse Lyra. Detalhes mais específicos, no entanto, ainda não foram ser divulgados.

Outra iniciativa estratégica é a construção de uma biorefinaria em Mataripe, próxima à atual refinaria da Acelen, destinada a processar os óleos extraídos da Macaúba. Essa infraestrutura visa, além de dar suporte à expansão do portfólio de combustíveis renováveis, posicionar a empresa de forma competitiva no mercado energético global, oferecendo alternativas menos poluentes e alinhadas com as metas de descarbonização.

Lyra mencionou que, além do impacto ambiental, a integração da agricultura familiar ao projeto pode ser uma força transformadora para as comunidades locais. “As pessoas vão ter um potencial de melhoria de renda e de bem-estar social muito significativo”, ressaltou ele, que frisa ainda o compromisso da Acelen com o desenvolvimento socioeconômico regional.