Lewandowski diz que Lula ficou ‘estupefato’ com plano para matá-lo

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, afirmou que conversou por telefone com o presidente Lula, nesta terça-feira (19), após a revelação da tentativa de golpe de Estado orquestrada por quatro militares e por um policial federal. Segundo ele, o petista ficou “estupefato” com a dimensão do caso. O ministro contou ainda que há indícios “fortíssimos” contra os acusados, que além de Lula, pretendiam matar o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes. As informações são da Agência Brasil.

“Estava surpreso, estupefato com a dimensão deste golpe. Ele não podia imaginar que poderia ser vítima fatal desses agentes criminosos”, afirmou Lewandowski. O presidente de república foi informado do caso ainda durante a realização da Cúpula do G20, do qual foi anfitrião, no Rio de Janeiro.  

Lula ainda não se manifestou publicamente sobre a operação da Polícia Federal, que revelou o caso. E não há indícios de quando ele dará uma declaração pública sobre o ocorrido, visto que nesta quarta-feira (20), ele recebe em Brasília o presidente da China, Xi Jinping. 

Sobre as provas coletadas pela Polícia Federal na operação que revelou o esquema, Lewandowski disse que há fortes indícios da autoria do crime pelos cinco acusados, e que por isso, todos se encontram presos preventivamente. “Esses dados que são exigidos pela legislação processual penal estão presentes e serviram de fundamento para decretação da prisão preventiva. Os fatos são gravíssimos, absolutamente inaceitáveis e colocam em risco não apenas as instituições republicanas, mas a vida dos cidadãos brasileiros”, ressaltou o ministro da justiça.  

Intitulada de Operação Contragolpe, a operação feita pela PF investiga ações golpistas de apoiadores e ex-integrantes do governo do presidente Jair Bolsonaro. Segundo as informções obtidas, os acusados pretendiam, em 2022, impedir que Lula e Alckmin, que haviam sido eleitos como o Presidente e Vice-Presidente do Brasil, tomassem posse, executando ambos, além de também assassinar ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).  

Quem são os presos 

Os acusados de planejar o assassinato de Lula, Alckmin e Moraes e aplicar um golpe de Estado foram identificados como o general da reserva Mário Fernandes, e os tenentes-coronéis Hélio Ferreira Lima, Rafael Martins de Oliveira e Rodrigo Bezerra Azevedo. Os quatro são integrantes das Forças Especiais do Exército. Além dos militares, também foi preso o agente da PF Wladimir Matos Soares, acusado de estar envolvido com o caso. 

O general Fernandes atuou como chefe substituto da Secretaria-Geral da Presidência durante o governo de Jair Bolsonaro (PL). Enquanto o agente Wladimir Matos Soares teria auxiliado o núcleo militar, “fornecendo informações que pudessem, de alguma forma, subsidiar as ações que seriam desencadeadas”.  

“Eu quero dizer que a Polícia Federal está decepcionada porque um dos seus participou dessa tentativa de golpe, de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e de organização criminosa. São as três imputações que se fazem contra essas pessoas. Por enquanto, suspeitas, elas ainda serão julgadas pelo Supremo Tribunal Federal”, destacou Lewandowski.