Éden Valadares diz que o mundo ‘olha para o Brasil assustado’ após indiciamento de Bolsonaro por golpe

Presidente do PT na Bahia considerou o indiciamento um primeiro passo importante, mas alertou para a necessidade de rigor nas etapas seguintes


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Redação 21/11/2024 21:30 Política
Éden Valadares diz que o mundo ‘olha para o Brasil assustado’ após indiciamento de Bolsonaro por golpe - Divulgação

O presidente do Partido dos Trabalhadores da Bahia, Éden Valadares, classificou a quinta-feira (21) como um “dia estarrecedor” após o indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pela Polícia Federal. O ex-presidente e outras 36 pessoas, incluindo generais das Forças Armadas e agentes federais, foram investigados por planejar um golpe de Estado contra a democracia brasileira e pelo assassinato do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), e do ministro Alexandre de Moraes.

“Um dia importante, mas está estarrecedor mesmo. A Polícia Federal detalha e revela ao Brasil um esquema de golpe de Estado que envolvia não só o crime de atentado violento contra o governo, o Estado, o Estado Democrático de Direito, o golpe de Estado, organização criminosa, mas o caráter violento desse planejamento, que previa, inclusive, o assassinato do então presidente eleito e do vice-presidente eleito, e do ministro da Suprema Corte do país”, afirmou.

Na avaliação do dirigente do PT baiano, o indiciamento faz o “mundo inteiro” olhar “assustado” para o Brasil. “Nós estamos em 2024, e vemos uma república do tamanho do Brasil, um país continental, com a importância geopolítica que tem, que essa semana se tornou o capital do mundo, por assim dizer, ao receber o G20, ao receber as 20 maiores economias, mais 80 outros países e organizações internacionais presentes no nosso país. É que o Rio de Janeiro foi a capital do multilateralismo, ou seja, o multilateralismo é a democracia mundial, a governança democrática mundial, a gente vê, infelizmente, revelado que o ex-presidente, que perdeu as eleições, não aceitou o resultado das urnas, planejou e tentou executar um golpe de Estado com previsão, inclusive, do homicídio, do assassinato dos seus adversários”, acrescentou o petista.

Éden considerou o indiciamento um primeiro passo importante, mas alertou para a necessidade de rigor nas etapas seguintes.

“Deve haver depois a denúncia feita pelo Ministério Público, pela Procuradoria, a aceitação da justiça a essas pessoas. O rigor da lei prevê, inclusive, que eles têm a oportunidade de se defenderem, mas nós não podemos vacilar. A República Brasileira, a democracia brasileira, as instituições brasileiras e os homens e mulheres livres desse país, que valorizam a nossa democracia e todos aqueles que tombaram, que lutaram para que a gente chegasse num país democrático, que batalham diariamente para a gente viver numa democracia, não pode haver vacilação, muito menos anistia”, enfatizou.

Por fim, o dirigente petista ressaltou a importância de investigar, julgar e condenar todos os envolvidos na tentativa de golpe. “Não vamos andar para trás. Vamos investigar, julgar e condenar todos os envolvidos exemplarmente para que a gente não esqueça e para que para isso nunca mais se repita. Não torço pela prisão de ninguém, mas torço que quem atue, planeje e execute um plano contra a democracia brasileira não passe impune. Não pode haver um sentimento de impunidade com relação a todas as pessoas envolvidas. É muito grave o que nós estamos falando”.

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