O presidente do PT na Bahia, Éden Valadares, declarou apoio à candidatura de Tássio Brito para o comando estadual do partido e afirmou que a escolha representa um passo em direção à renovação. Em entrevista ao programa De Olho na Bahia, da Rádio Mix Salvador (104.3 FM) – comando pelos jornalistas Matheus Morais e Osvaldo Lyra -, nesta terça-feira (13), Éden seguiu a linha defendida pelo senador Jaques Wagner (PT) e disse que o Processo de Eleições Diretas (PED) de 2025 será o “maior e melhor da história” do PT baiano.

“Me junto à tese de Wagner com a apresentação da candidatura do companheiro Tássio Brito. Isso significa que o processo de renovação no PT não será interrompido. Podemos nos renovar”, enfatizou.

O PED é um processo interno exclusivo do Partido dos Trabalhadores, que permite a todos filiados votar e ser votado. O dirigente ressaltou a singularidade do modelo petista de escolha de lideranças. “Estamos muito felizes com esse PED. Será o mais democrático, mais transparente e com maior participação da nossa base de filiados. É um partido muito vivo, com muita vitalidade. É o único partido no Brasil que faz eleição direta dos seus dirigentes em todos os níveis: cidades, estados e nacionalmente”, disse.

PT Bahia terá sete chapas e eleições diretas em 381 cidades

Segundo Éden Valadares, o prazo de inscrição das chapas se encerrou na última sexta-feira (9) e sete candidaturas foram oficializadas para disputar a presidência estadual do PT.

“Amanhã [quarta] vamos divulgar os números oficialmente, mas posso antecipar que temos sete chapas. E o PED será realizado em 381 dos 417 municípios baianos”, revelou o presidente da legenda.

A ampla adesão, segundo ele, mostra a força organizativa do PT na Bahia. “Qual partido consegue mobilizar essa quantidade de cidades para seus filiados irem às urnas e elegerem seus dirigentes?”, questionou.

Disputa interna e apoio a Tássio Brito expõem nova fase do PT baiano

Apesar da empolgação com o PED, Éden teve que lidar com dificuldades para unificar a sigla. A fragmentação interna obrigou o dirigente a aceitar a ajuda do senador Jaques Wagner, que atuou diretamente para costurar apoios em torno de uma candidatura única. Até agora, cinco pré-candidatos retiraram seus nomes em favor do atual secretário de Finanças do partido, Tássio Brito, considerado o candidato do grupo do líder do presidente Lula no Senado.

Durante a entrevista, Éden assumiu o apoio à candidatura de Tássio, que já conta com o respaldo de figuras como a deputada Maria Del Carmen, a vereadora Marta Rodrigues e o vereador Manoel Porfírio, de Itabuna.

Proximidade com Wagner e defesa da unidade partidária

Éden Valadares tem uma longa trajetória ao lado de Jaques Wagner. Antes de assumir a presidência estadual do PT, ele foi chefe de gabinete do senador, além de ter atuado nos dois governos do petista na área de juventude. A afinidade política entre ambos ajuda a explicar o alinhamento com a candidatura de Tássio, além de fazer parte da mesma corrente petista.

Sobre a participação de Wagner no processo, Éden minimizou qualquer leitura de que o senador estaria interferindo no comando da legenda. “A participação do senador e das demais lideranças é absolutamente natural e salutar. Isso ajuda a organizar o partido”, disse.

Para ele, a eleição interna deve ser pautada por ideias e não por disputas de poder.

“É um momento de disputa de projetos. Temos muito orgulho dos 45 anos de caminhada do PT, mas estamos preocupados também com os próximos 45. Precisamos nos renovar”, pontuou.

Críticas veladas e resposta à candidatura de Jonas Paulo

A entrevista também abordou a candidatura de Jonas Paulo, ex-presidente estadual do partido, que integra uma das maiores correntes internas do PT. Ao comentar a disputa, Éden não citou Jonas diretamente, mas indicou que a candidatura de Tássio representa continuidade e renovação.

“Temos uma trajetória construída com muito esforço. Enfrentamos uma pandemia, duas eleições municipais e elegemos 422 vereadores e 50 prefeitos. Também conduzimos a eleição de Jerônimo”, concluiu.