Éden Valadares minimiza ‘sincericídio’ de Jerônimo, descarta Rui Costa ao governo e critica ACM Neto
Presidente estadual do PT também admite crise na segurança pública na Bahia

O presidente do PT da Bahia, Éden Valadares, minimizou, na manhã desta terça-feira (13), a declaração do governador Jerônimo Rodrigues (PT) sobre ter “prazo de validade” e reforçou que a fala reflete o nível de cobrança e dedicação do petista. Em entrevista ao programa De Olho na Bahia, da Rádio Mix FM Salvador – comando pelos jornalistas Matheus Morais e Osvaldo Lyra, editor-chefe do Portal M! -, Éden também afirmou que Jerônimo será o candidato à reeleição em 2026, afastando qualquer possibilidade do retorno do ex-governador e hoje ministro da Casa Civil, Rui Costa, à disputa pelo Palácio de Ondina.
Ao comentar o ritmo de trabalho do atual governador, o dirigente ainda alfinetou o ex-prefeito ACM Neto (União Brasil), dizendo que ele “largou o ar-condicionado” após ser pressionado pelo desempenho de Jerônimo.
‘Jerônimo é mais correria que Rui’
Ao comentar a recente fala do governador Jerônimo Rodrigues — que, em evento no interior, disse ter “prazo de validade” e que “quem não governa bem, a população troca” —, Éden afirmou que a sinceridade é uma marca da personalidade do petista. “Ele está sempre se cobrando. Trabalha como poucos. Já visitou mais de 300 municípios, não tem sábado nem domingo. A gente chamava Rui Costa de correria, mas Jerônimo é mais ainda”, declarou.
Éden também confirmou que Jerônimo será o candidato do PT à reeleição em 2026.
“Com fé em Deus, no nosso Senhor do Bonfim e com a nossa militância, faremos uma bela campanha. O candidato do PT é Jerônimo Rodrigues”, afirmou.
Petista provoca ACM Neto: ‘largou o ar-condicionado’
Durante a entrevista, Éden Valadares também alfinetou o ex-prefeito de Salvador e adversário político, ACM Neto. Segundo ele, o ritmo intenso de trabalho de Jerônimo Rodrigues teria forçado o vice-presidente nacional do União Brasil a sair da zona de conforto.
“Jerônimo trabalha tanto, trabalha tanto, que o ACM Neto se sentiu obrigado a largar um pouquinho o ar-condicionado e ir para a estrada”, disparou Éden.
Violência na Bahia
Questionado sobre a escalada da violência na Bahia, Éden Valadares reconheceu o problema, mas garantiu que a gestão atual vem buscando soluções para diminuir os números negativos em todo o Estado.
“Não podemos tapar o sol com a peneira. Há um problema real de violência no Brasil e, em especial, na Bahia. Estamos desafiados a entregar à população índices de segurança melhores do que os atuais”.
A declaração foi dada um dia após o Atlas da Violência 2025, elaborado pelo Ipea e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, apontar a Bahia como o Estado com o maior número absoluto de homicídios do país em 2023: 6.616 mortes violentas intencionais — 55,1% a mais que o Rio de Janeiro, que ocupa a segunda posição no ranking. Além disso, a Bahia lidera a região Nordeste em assassinatos de mulheres, com 358 assassinatos em 2023, se tornando a quarta unidade da federação com maior número absoluto de casos, atrás apenas de São Paulo (585), Minas Gerais (456) e Rio de Janeiro (379).
Éden destacou que os governos do PT na Bahia têm investido em salários para policiais, armamentos, viaturas, infraestrutura e tecnologia, mas reconheceu que isso ainda é insuficiente diante da gravidade do cenário. “Os resultados estão aquém do que desejamos, é inegável. O governador tem isso como preocupação primordial”, disse.
Bahia pela Paz
Ele também reforçou a importância do programa Bahia pela Paz, proposto por Jerônimo Rodrigues, como um pacto amplo para a redução da violência. Durante a entrevista, o dirigente estadual do PT evitou promessas imediatistas e reforçou que o enfrentamento ao crime precisa envolver todo o poder público e a sociedade.
“Não adianta ninguém se apresentar como super-herói que, sozinho, vai acabar com o crime organizado, com a guerra entre facções, com a lavagem de dinheiro. É um esforço coletivo”, ressaltou.
Apesar dos índices ainda elevados, Éden afirmou que houve uma leve melhora entre 2022 e 2023, primeiro ano da gestão Jerônimo. Ainda assim, ele reconheceu que as principais vítimas continuam sendo os jovens negros das periferias.
“Como pai, marido, filho e cidadão baiano, eu também sou impactado por esses dados. E, como você disse, são as comunidades mais pobres quem mais sofrem”, completou.
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