Bolsonaro posta vídeo tomando caldo de cana e ironiza relatório da PF

Ex-presidente publica vídeo tomando caldo de cana e nega envolvimento em plano golpista

Estadão Conteúdo e Redação 27/11/2024 13:33 • Política

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Bolsonaro posta vídeo tomando caldo de cana e ironiza relatório da PF -

Reprodução/Instagram @jairmessiasbolsonaro

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) republicou, nesta terça-feira (26), em suas redes sociais um vídeo onde aparece tomando caldo de cana em um bar e rindo. A postagem ocorreu logo após o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), tornar público o relatório da Polícia Federal, que o aponta como líder da organização que planejou um golpe de Estado.

Na gravação, Bolsonaro aparece sentado no balcão de um boteco, quando um homem pergunta: “E aí presidente, como é que está o caldo de cana?”. Então o ex-presidente responde: “De graça, está excelente”, dando risada, enquanto a tela é tomada por onomatopeias que imitam a risada: “hahaha”.

O ex-presidente, que está em Brasília desde a última segunda-feira (25), admitiu que um estado de sítio foi considerado durante o fim de seu mandato, mas negou que tenha participação em qualquer plano de golpe contra o Estado Democrático de Direito. Bolsonaro classificou as acusações como “coisa séria”, dizendo também que não haveria como uma ruptura institucional ser liderada por “um general da reserva e meia dúzia de oficiais”

Segundo o relatório da PF, a investigação mostrou que Jair Bolsonaro “planejou, atuou e teve o domínio de forma direta e efetiva dos atos executórios realizados pela organização criminosa que objetivava a concretização de um golpe de Estado e da abolição do Estado Democrático de Direito, fato que não se consumou em razão de circunstâncias alheias à sua vontade”. As investigações apontam ainda que o ex-presidente tinha apoio de oficiais de alta patente, entretanto, enfrentou resistência dos comandantes da Aeronáutica e do Exército.

O relatório da PF indiciou 37 pessoas, dos quais estão o próprio Bolsonaro, Walter Braga Netto, que concorreu à presidência como vice na chapa do ex-presidente em 2022, além de 25 militares, dos quais sete são generais. O caso agora está nas mãos da Procuradoria-Geral da República (PGR), que irá decidir se os acusados serão indiciados ou se haverá novas investigações.