Mesmo com pressão da Venezuela, Brasil diz que manterá proteção à Embaixada da Argentina

O governo da Venezuela quer suspender a custódia do Brasil em relação à Embaixada da Argentina que fica em Caracas. No entanto, o Ministério das Relações Exteriores (MRE) afirma que não pode haver revogação que privilegie apenas um lado da custódia. No prédio, estão seis asilados, desde o dia 20 de março, da equipe de Maria Corina Machado, uma das principais opositoras ao regime do presidente Nicolás Maduro.

Em nota divulgada neste sábado (7), o Itamaraty afirma que “recebeu com surpresa a comunicação do governo venezuelano de que tenciona revogar o seu consentimento para que o Brasil proteja os interesses da Argentina na Venezuela”. “Enquanto não se designar outro país para representar os interesses argentinos, a situação permanece como está”.

O governo brasileiro assumiu temporariamente a representação diplomática argentina em Caracas, capital do Estado venezuelano, a pedido do governo argentino, após o presidente Nicolás Maduro decretar o fechamento da representação do país e expulsar os diplomatas argentinos. A pasta reforçou que o Brasil seguirá com a custódia e defesa dos interesses argentinos, conforme “o  que estabelecem as Convenções de Viena sobre Relações Diplomáticas e sobre Relações Consulares”.

O governo brasileiro manterá a posição até que a Argentina indique outro Estado acordado pela Venezuela para exercer as funções referidas, garantindo a inviolabilidade da embaixada argentina. Outras missões diplomáticas também foram expulsas do Estado venezuelano, como Chile, Costa Rica, República Dominicana e Uruguai.

Repercussão na Argentina

A imprensa argentina afirma que seis opositores ao regime do presidente venezuelano seguem refugiados na embaixada, que está sitiada com a presença da Direção de Ações Estratégicas e Táticas da Polícia Nacional da Venezuela, além do Serviço Bolivariano de Inteligência.

Ainda de acordo com os jornais argentinos, o fornecimento de energia elétrica está sendo realizado por meio de geradores, já que o serviço foi cortado na embaixada.

Leia também:

Líder do cartel de Sinaloa é preso nos EUA e prisão provoca onda de violência