Itamaraty pede solução pacífica na Síria e diz monitorar situação de brasileiros no país
Forças rebeldes sírias teriam tomado a capital Damasco, e anunciado a fuga do presidente Bashar al-Assad, cujo destino ainda é desconhecido
O Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty) está monitorando com “preocupação” o aumento das hostilidades na Síria e orientou aos cidadãos brasileiros que se encontram no país a tentarem deixar o território por meios próprios “até o retorno à normalidade”. A escalada dos conflitos ganhou atenção internacional após a notícia de que forças rebeldes sírias teriam tomado a capital Damasco, e anunciado a fuga do presidente Bashar al-Assad, cujo destino ainda é desconhecido. As informações são do G1.
Neste domingo (8), rebeldes sírios informaram que conseguiram libertar Damasco, consolidando uma ofensiva que, em apenas 10 dias, abalou o regime de Assad, que está no poder há 24 anos. “O governo brasileiro acompanha, com preocupação, a escalada de hostilidades na Síria. Exorta todas as partes envolvidas a exercerem máxima contenção e a assegurarem a integridade da população e da infraestrutura civis”, declarou o Ministério das Relações Exteriores em uma nota oficial.
Além de acompanhar a situação com apreensão, o governo brasileiro reafirmou seu compromisso com uma “solução política e negociada do conflito”, que respeite a soberania e a integridade territorial da Síria. A guerra civil no país, que se arrasta desde 2011, já resultou em milhares de mortes e deslocamentos forçados, e o Brasil continua a apoiar os esforços diplomáticos para um fim pacífico da crise.
Brasileiros na Síria e orientações consulares
De acordo com estimativas do Itamaraty, cerca de 3,5 mil brasileiros residem na Síria, a maioria com ascendência síria. As autoridades brasileiras destacam que, até o momento, não há registros de brasileiros entre as vítimas dos confrontos, nem um aumento significativo na demanda por assistência consular. A Embaixada do Brasil em Damasco segue monitorando a situação e reforçando os avisos de segurança para os cidadãos brasileiros no país.
Recomendações para brasileiros na Síria
O governo brasileiro publicou uma série de orientações para os cidadãos no país, incluindo a recomendação para que aqueles que não estão na Síria evitem viajar ao país neste momento. Para os que já se encontram no território sírio, é aconselhado que tentem deixar o país por vias próprias, uma vez que o Aeroporto Internacional de Damasco permanece aberto, mas com restrições operacionais devido à situação de segurança.
O Itamaraty também alertou que, para os brasileiros que decidirem permanecer na Síria, é fundamental seguir as indicações das autoridades locais e evitar áreas de risco. Além disso, o governo recomendou que os cidadãos brasileiros se mantenham longe de aglomerações e protestos, que têm sido frequentes em diversas partes do país.
Em relação à documentação, o Itamaraty orienta que todos os brasileiros residentes ou em trânsito pela Síria verifiquem seus passaportes e dos membros da família, que devem ter pelo menos seis meses de validade. Além disso, é importante garantir que os documentos de identidade, como certidão de nascimento ou carteira de identidade brasileira, estejam atualizados.
O governo brasileiro também reforçou a necessidade de manter os dados de cadastro junto à Embaixada do Brasil em Damasco atualizados. Isso é fundamental para garantir que os cidadãos possam ser localizados em caso de emergência ou necessidade de assistência consular urgente.
Recomendações gerais
O Itamaraty orienta que os brasileiros residentes na Síria não participem de manifestações ou protestos, que possam aumentar o risco de violência. Além disso, o governo recomenda que busquem rotas seguras e evitem áreas de combate intenso, que são comuns nas regiões controladas pelos rebeldes ou nas imediações das zonas de conflito.
O que aconteceu
Forças rebeldes sírias entraram na capital, Damasco, em meio a rumores de que o presidente Bashar al-Assad fugiu do país após 13 anos de guerra civil. A Rússia confirmou a saída de Assad, enquanto o primeiro-ministro Mohammed al-Jalali declarou estar pronto para apoiar a continuidade da governança. A ofensiva ocorreu apenas 12 dias após o grupo militante Hayat Tahrir al-Sham (HTS) e facções aliadas lançarem uma grande ofensiva no noroeste da Síria, capturando a cidade de Aleppo e seguindo em direção ao sul até a capital, enquanto o exército sírio enfrentava um colapso.
A guerra civil síria começou em 2011 como uma revolta pacífica e pró-democracia contra o governo de Assad, mas rapidamente se transformou em um conflito em grande escala, devastando o país. Mais de 500 mil pessoas perderam a vida, e cerca de 12 milhões foram forçadas a deixar suas casas, com cinco milhões buscando refúgio no exterior. A guerra parecia ter chegado ao fim com a vitória de Assad, que, com o apoio de potências como Rússia e Irã, recuperou a maior parte do território sírio.
Frentes de batalha e áreas fora do controle do governo
Embora o regime sírio tenha recapturado várias cidades, grandes partes do país ainda estão fora de seu controle. Isso inclui áreas no norte e leste, dominadas pelas Forças Democráticas Sírias, uma aliança de grupos armados liderados por curdos e apoiados pelos Estados Unidos. O último reduto dos rebeldes estava nas províncias de Aleppo e Idlib, na fronteira com a Turquia, onde mais de quatro milhões de pessoas, muitas delas deslocadas, vivem sob domínio do HTS, facções rebeldes e grupos jihadistas.
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