A exposição “Hannah Frank & Artur Soar – um diálogo da Escócia com a Bahia” chega ao Restaurante Recôncavo, em Salvador, após passar por Lençóis e Cachoeira, tendo sido vista por 1.770 pessoas. A abertura será no dia 9 de outubro, às 19h, com a presença do artista Artur Soar, e ficará disponível até 12 de janeiro de 2025.

O encontro entre os dois artistas teve início em Morecambe – Lancaster, no Reino Unido, onde Artur Soar, natural da Bahia, participou de uma residência artística. Durante essa imersão na obra de Hannah Frank, uma artista judia escocesa que viveu 100 anos, Artur criou um retrato dela em linogravura e, em dezembro do ano passado, recebeu sua obra na Galeria Soar, em Lençóis.

As obras de Hannah Frank deixaram a Galeria Soar junto às de Artur, formando uma exposição que propõe um diálogo entre os dois artistas. Segundo Fiona Frank, curadora de Hannah, ambos são “separados pelo tempo e por um oceano, mas com semelhanças misteriosas no estilo”. Em Lençóis, a mostra foi exibida por dois meses na Casa de Cultura Afrânio Peixoto.

Em maio, a exposição chegou a Cachoeira, ocupando a Galeria Hansen Bahia, um espaço de destaque na arte da xilogravura, que é a especialidade de Artur. Em julho, a mostra foi transferida para o salão do escritório do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em Cachoeira, onde permaneceu até 30 de setembro.

No Restaurante Recôncavo, localizado na Barra, a exposição ocupa o primeiro pavimento com nove desenhos em preto e branco de Hannah Frank, criados entre 1930 e 1952, além de oito gravuras de Artur Soar, produzidas quase cem anos depois, entre 2019 e 2023. A mostra também inclui uma edição limitada da impressão do retrato de Hannah Frank, feita por Artur.

Homenagem em Glasgow

Hannah Frank, além de ganhar notoriedade no Brasil, será homenageada em sua cidade natal, Glasgow. De acordo com a curadora Fiona Frank, o asilo judaico onde Hannah e seu marido Lionel viveram seus últimos anos vai abrigar uma exposição permanente da artista.

Durante o tempo em que esteve no Brasil, Fiona contou com a colaboração de quatro estudantes de história da arte da Universidade de Glasgow para montar uma exposição, apresentando desenhos e esculturas de Hannah, além de destacar aspectos de sua vida e sua conexão com o local.

“Isso significa que a arte de Hannah Frank será apreciada perpetuamente pela comunidade judaica de Glasgow e da Escócia, além das coleções permanentes em vários museus e galerias de arte da Escócia”, destacou Fiona.

Hannah Frank (1908-2008), artista judia escocesa, nasceu no início do século passado. Estudou na Glasgow School of Art e na Universidade de Glasgow durante as décadas de 1920 e 1930. Trabalhou principalmente em preto e branco, utilizando caneta e tinta, e é conhecida por seus desenhos marcantes, frequentemente retratando mulheres no estilo Art Nouveau. Aos quarenta anos, voltou-se para a escultura, com seu trabalho exposto em academias renomadas, como a Royal Scottish Academy, Royal Glasgow Institute e a Royal Academy.

Artur Soar, gravador baiano nascido em Salvador em 1990, cresceu em Lençóis, Chapada Diamantina. Formado em Artes Visuais pela Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia, fundou a Galeria Soar, em Lençóis, em 2021, onde exibe suas xilogravuras. Suas obras focam heróis e heroínas abolicionistas, personalidades artísticas e figuras anônimas que inspiram sua sensibilidade. Em 2022, foi premiado no 64º Salão de Artes Visuais da Bahia.

O documentário “Hannah Frank, The Spark Divine” pode ser encontrado no YouTube com legendas em português. Mais detalhes sobre a artista estão disponíveis no site.

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