‘Meu filho sofreu racismo, o que faço?’: Lázaro Ramos dá dicas para lidar com a situação; veja vídeo

No Dia da Consciência Negra, celebrado nesta quarta-feira (20), o ator baiano Lázaro Ramos compartilhou dicas com os pais, em seu Instagram, para situações que seus filhos sofrem racismo. No post, o artista destacou a importância da “proteção” e do “acolhimento” das crianças, não só no mês de novembro. Em 2024, a data se tornou feriado nacional pela primeira vez, já que antes era reconhecida em apenas seis estados.

“Meu filho sofreu racismo. E aí, o que eu faço? Já vou avisando que não é um vídeo com fórmula mágica, com receitinha. É um pouco das minhas sensações como pessoa que tem estudado esse assunto e vivenciado também no meu dia a dia para a gente compartilhar alguns sentimentos e iniciar uma conversa”, iniciou.

“Então, a primeira coisa que eu queria dizer para você é que quando uma criança que você ama, que está perto de você, sofre racismo, dói em você sim. E você tem direito a sentir essa dor. Quando é com uma criança, dói mais do que se fosse com a gente. Só que nós somos o suporte delas. A primeira coisa é acolher, é escutar. A segunda coisa é ficar muito atento para, nessa escuta, escutar o que ela realmente está dizendo, porque às vezes a gente propõe alguma coisa que está mais relacionada à nossa dor do que à dor que ela vive”, complementou o ator.

Ao passar orientações, Lázaro explicou que é importante que a criança sinta essa dor. Porém, é necessário conversar e mostrar que, na verdade, o problema não está em quem sofreu racismo.

“Tem que ter uma certa sabedoria para conversar com essa criança e dar o suporte necessário. Outra coisa que eu acho importante dessa criança saber é que o problema não é com ela; o problema é com quem praticou o ato de racismo. Então, isso deve ser dito e ela deve ser lembrada de quem ela é de verdade e do que define ela. Para que uma experiência de racismo não vire uma coisa que define essa criança”, destacou.

Outro fator importante para lidar com o racismo é o ambiente em que as crianças estão inseridas, segundo o ator. “Eu acho que, primeiro, entender qual é o coletivo que a sua criança vive. A escola da sua criança tá preparada para situações como essa? O grupo de amigos e o grupo que ela frequenta acolhe a sua criança? Entende ela na sua qualidade e desafios? A família tem conhecimento sobre o tema? Porque depois que a gente acorda e que acontece uma situação como essa, a gente não consegue mais viver na ignorância”, complementou.

Por fim, Lázaro Ramos reforçou a necessidade de estudar sobre o assunto e acompanhar tópicos de entretenimento relacionados com a cultura negra. “Felizmente, hoje, a gente tem muitas coisas para indicar sobre o tema — vários livros —, desde livros com poesias até livros mais concretos e eu sempre coloco listas aqui. Oferecer entretenimento onde sua criança se reconheça, isso também ajuda muito. Onde ela se identifica, se veja como protagonista, se veja como potência”, finalizou o artista.

O ator baiano é autor dos seguintes livros: “Você não é invisível”; “Na minha pele”; “Sinto o que sinto: A incrível história de Asta e Jaser”; “Caderno de rimas do João”; “Caderno sem rimas da Maria”; “Edith e a velha sentada”; e “O pulo do coelho”.

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