Especialistas aplaudem veto ao ‘chip da beleza’ e alertam para exagero do culto ao corpo

Decisão da Anvisa envolve não apenas comercialização, mas também manipulação, propaganda e uso desses implantes


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Bruno Brito 26/10/2024 08:40 Saúde
Especialistas aplaudem veto ao ‘chip da beleza’ e alertam para exagero do culto ao corpo - Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

Especialistas ouvidos pelo Portal M! aplaudem a recente decisão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que, no último dia 18, proibiu a manipulação, comercialização, propaganda e uso de implantes hormonais produzidos em farmácias de manipulação, popularmente conhecidos como ‘chips da beleza’. A medida é uma resposta a denúncias de entidades médicas, como a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), que reportaram o crescimento alarmante de complicações em pacientes que usaram esses implantes, com substâncias, em muitos casos, não avaliadas quanto à segurança e eficácia.

Segundo o médico hepatologista e professor titular da Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia (Ufba), Raymundo Paraná, que tem se dedicado a alertar sobre o tema, o uso de chips “não é comum” e não é uma prática nos países mais desenvolvidos, pois “não existe documentação científica de longo prazo” sobre eles.

“É muito difícil saber qual é o material que é colocado. É muito difícil entender qual é a quantidade certa para gerar um bom efeito, é muito difícil saber se a velocidade de absorção é a mesma em todos os pacientes, e é muito difícil saber se o local onde se coloca pode influenciar na velocidade de absorção, na atuação e na disponibilização do hormônio – ou seja, não há nenhuma padronização. Hormônio é um medicamento. Quando a gente comercializa o medicamento, ele passa dez, 15 anos em investigação até uma agência liberar para o seu uso. Isso é uma questão de garantir eficácia e segurança. Em segundo lugar, a reposição de pós-menopausa na mulher está muito bem estudada”, explicou.

Conforme Paraná, o uso “abusivo de testosterona em mulher é coisa do Brasil”. O hepatologista ressalta que se trata de um hormônio masculino e que, por disso, aumenta a massa muscular, a queima a gordura, mas também promove efeitos adversos, como o aumento da massa muscular do coração. “Isso traz consequências com o tempo. A testosterona pode alterar os vasos sanguíneos tornando-os mais duros, que nós chamamos de vasoplegia [condição que pode levar à morte]”, alertou.

Como exemplo, Paraná mencionou um telefonema que recebeu, na semana passada, da França, de uma família preocupada com uma paciente que apresentava uma úlcera que não parava de sangrar. A mulher havia implantado um chip no Brasil, no mês de junho.

“Os médicos de lá não estavam entendendo porque ela tinha esses níveis de testosterona. Pois bem, em junho, aqui no Brasil, ela colocou um chip, e ele faz o vaso ficar plégico. O vaso não se contrai para conter a hemorragia, aumenta o risco de hemorragia, o risco de AVC, aumenta o risco de infarto em 3,5%, e aumenta o risco de alterações renais, até porque aumenta a pressão arterial”, relatou Paraná, que atende no Hospital Aliança/Rede D’Or.

Ao avaliar a proibição do ‘chip da beleza’ pela Anvisa, o hepatologista afirmou se tratar de uma decisão “honesta” e “necessária”, e lamentou apenas que tenha sido tardia. Paraná lembrou que em abril de 2023, o Conselho Federal de Medicina (CFM) emitiu uma resolução vetando terapias hormonais para fins estéticos e de desempenho esportivo.

“Esses chips foram criados, inclusive, por um pesquisador baiano, para estudar endometriose com a gestrinona [hormônio sintético com ação androgênica]. Em alguns casos funciona, nem todos. Por isso que as sociedades de especialidades nacionais e internacionais não recomendam como uma opção para tratar a endometriose. Não é uma opção recomendada como primeira linha, mas pode ser usada em casos especiais. Tudo isso que está sendo feito agora com essa banalização, isso é uma irresponsabilidade e as pessoas estão adoecendo. Se a Anvisa não tomasse para si essa responsabilidade de colocar um pé no freio, seria uma renúncia ao seu papel”, avaliou.

Raymundo Paraná, médico hepatologista e professor da Faculdade de Medicina da Ufba / Foto: Divulgação

Riscos hormonais e metabólicos do ‘chip da beleza’

Já a endocrinologista Luciana Oliveira alertou para os riscos hormonais e metabólicos associados ao uso indiscriminado de substâncias como o ‘chip da beleza’ para fins estéticos. Segundo ela, o uso de hormônios deve visar apenas restabelecer o equilíbrio de funcionamento do organismo.

“Todo excesso de hormônios acaba afetando outras funções do organismo e, apesar da estética ser importante para as pessoas, ela deve refletir nossa boa saúde e não ser a causa de outros problemas de saúde. Apesar de se chamarem ‘hormônios sexuais’, a testosterona, o estradiol e seus derivados esteroides têm ações que vão além das características sexuais. Eles afetam o metabolismo lipídico, a pressão arterial, a sensibilidade à insulina, o sono, entre outras funções”, pontuou.

A especialista enfatizou ainda que o uso prolongado de hormônios para controle de peso ou ganho de massa pode afetar o sistema endócrino.

“Toda vez que usamos hormônios exógenos [administrados como medicamentos], o corpo para de produzir aquele hormônio para evitar níveis excessivos. Quando este uso exógeno é prolongado, isso pode levar a uma interrupção permanente da produção hormonal. O exemplo mais comum que temos é o uso de anabolizantes/testosterona por homens cisgêneros, que pode levar a hipogonadismo, quando os testículos param de funcionar por conta de uma inibição irreversível da hipófise, glândula que controla os testículos e é inibida pelos hormônios sexuais”, explicou.

Outra preocupação ocorre quando o tecido adiposo produz hormônios que regulam várias outras funções do corpo. “Dentre eles, temos a leptina, que controla o eixo reprodutivo, a resistina, que está ligada à sensibilidade insulínica. É comum se usar hormônios tireoidianos para acelerar o metabolismo e ajudar na perda de peso. No entanto, a aceleração do metabolismo não acontece apenas no tecido adiposo e pode levar a arritmias cardíacas e desmineralização óssea”, alertou.

Na mesma linha, o médico ginecologista e professor do Departamento de Ginecologia, Obstetrícia e Reprodução Humana da Faculdade de Medicina da Ufba, Carlos Augusto Santos, ressaltou os efeitos adversos do chamado ‘chip da beleza’ no ciclo menstrual e na saúde reprodutiva das mulheres. O especialista lembrou que, no início, o dispositivo continha substâncias androgênicas, que mimetizam o efeito dos hormônios masculinos no corpo da mulher e derivados, com efeitos contraceptivos.

“Posteriormente, começaram a ser utilizados, nesses chips, hormônios, principalmente testosterona, hormônio masculino, e estrógeno, em combinação ou isolados. Muitos deles têm como efeito colateral, uma masculinização da mulher. Então, clitóris cresce, pelos se distribuem de forma irregular, rosto e cabelo se tornam oleosos com surgimento de acne. Em algumas mulheres, pode ocorrer da voz engrossar, desenvolvimento do ‘pomo de adão’ no pescoço, numa situação mais severa”, alertou.

Questionado se tem observado um aumento de demanda de hormônios para fins estéticos em sua prática ginecológica, o médico reconheceu o aumento e afirmou que, em muitos casos, os dispositivos são manipulados por especialistas completamente desprovidos de informação sobre a saúde reprodutiva das mulheres, fator que tem contribuído para alterações menstruais importantes.

“Ele [‘chip da beleza’] leva ao crescimento da massa muscular, mas aumenta a pelificação, o desenvolvimento do clitóris, faz com que essas mulheres tenham acne e seborreia. Elas, que estão em busca de beleza, começam a ver estourar no rosto uma intensa acne, às vezes de difícil tratamento. E durante esse período, as mulheres não conseguem engravidar, pois [o ‘chip’] interfere no funcionamento dos ovários e na capacidade ovulatória dessas mulheres”, disse.

Por fim, o especialista afirmou não ser contra os implantes, mas ponderou que eles devem ser “bem indicados” e “bem administrados”. “Eu acho que eles podem ter um efeito interessante no desenvolvimento dessas mulheres”, defendeu.

Riscos à pele e ao corpo devido a procedimentos mal realizados

Quem também celebrou a decisão da Anvisa foi a dermatologista Ana Carolina Mota, que atua na Clínica Flore e no Centro Estadual de Oncologia (Cican). Segundo ela, a iniciativa foi “acertada” e era aguardada pela comunidade científica há alguns anos. Ainda conforme a especialista, nunca houve registro na Anvisa desses implantes manipulados.

“Eles utilizam um ou vários tipos de hormônios em combinações e doses diversas, sem qualquer estudo de segurança ou eficácia, nem para as indicações clínicas alegadas: menopausa, endometriose, entre outras, muito menos para fins estéticos. Os efeitos colaterais são inúmeros, e muitas vezes, graves. Elevação da pressão arterial, acidente vascular cerebral (AVC) e arritmias cardíacas são alguns deles. Sem contar os efeitos proliferativos desses hormônios, que podem estar associados ao desenvolvimento de tumores malignos, a longo prazo”, ressaltou.

Ao falar sobre o tema, Ana Carolina Mota também alertou sobre os riscos à pele e ao corpo decorrentes de procedimentos estéticos mal realizados, como o uso excessivo de preenchimentos, botox e tratamentos inadequados. Segundo ela, os resultados e segurança dos procedimentos estéticos dependem da interação com o corpo humano.

“Desde a aplicação de um ácido na pele, até os procedimentos invasivos, é preciso conhecer a anatomia e fisiologia desse corpo, para melhorar resultados e reduzir os riscos. No caso dos preenchimentos, por exemplo, a aplicação intravascular do produto pode levar a isquemia e necrose da pele e subcutâneo, e, em alguns casos, até a cegueira. Não são tratamentos isentos de riscos e devem ser conhecidos e evitados por profissionais sérios e formalmente habilitados”, enfatizou a especialista, que integra a Sociedade Internacional de Dermoscopia (IDS).

Por conta disso, Ana Carolina apontou as consequências dermatológicas de seguir tendências de beleza que envolvem o uso inadequado de procedimentos estéticos. Conforme a dermatologista, o principal risco dessas tendências, que buscam resultados rápidos e respostas fáceis para questões complexas, é a realização de tratamentos e procedimentos que não têm comprovação científica de eficácia e segurança.

“Tratamentos aplicados a seres humanos não podem ser criados sem base científica, sem serem devidamente testados e aprovados, através de estudos sérios e órgãos reguladores. Ninguém pode inventar um tratamento e sair por aí aplicando em seres humanos, porque quer ou acha que dá certo. Isso é antiético e criminoso. Mas, com a realidade das redes sociais, a divulgação desses tratamentos por pseudoespecialistas tem se tornado um grave problema de saúde pública, com consequências deletérias a curto, médio e longo prazos”, denuncia.

Especialista fala em ‘punição grave’ às farmácias de manipulação

A decisão da Anvisa também foi avaliada pela farmacêutica, fundadora e diretora da Singular Pharma, Edza Brasil. Segundo ela, embora a Anvisa tenha o poder de regular, fiscalizar e, principalmente, de proteger a saúde da população brasileira, há a avaliação de que houve uma “penalização grave” ao segmento, com a proibição completa da utilização de implantes hormonais.

“Talvez a decisão da Anvisa tenha sido bastante drástica, inclusive considerando que algumas farmácias de manipulação hoje, unicamente, trabalham com esse grupo terapêutico, com essa forma farmacêutica, e essas farmácias serão completamente proibidas, os farmacêuticos serão completamente proibidos de atender à saúde”, apontou.

Edza Brasil também reforçou a importância das farmácias de manipulação no Brasil, inclusive por assegurar o acesso à drogas descontinuadas e a formas farmacêuticas específicas.

“O implante é uma delas, que agora foi suspensa, mas há formas farmacêuticas orais, os strips, os transdérmicos. A manipulação tem muita importância no Brasil e é reconhecida mundialmente pelo trabalho que os farmacêuticos magistrais fazem, mas isso é o que a gente tem, de cenário macro, entendendo a questão fiscalizadora da Anvisa”, pontuou.

Com relação ao chamado ‘chips da beleza’, a farmacêutica lembrou que o termo ficou famoso por conta do benefício ‘off label’, que é a consequência que o hormônio gera ao organismo para além de tratar os efeitos da menopausa, da endometriose, do ovário policístico ou de outras condições que requerem reposição hormonal. Conforme a especialista, o dispositivo permite uma maior perda de peso, ganho de massa muscular, além do fortalecimento de outras condições que podem gerar ganho físico e estético.

“Alguns médicos começaram a desvirtuar o uso do implante hormonal com finalidade de reposição consciente e adequada, e começaram também a buscar a finalidade de emagrecimento, de fortalecimento de massa com benefício estético e de longevidade. Infelizmente, [o uso do implante] começou a ter cunho pejorativo, considerando que alguns médicos seguiram por esse caminho e começaram a potencializar esse uso, aumentando muito as doses e fazendo [a terapêutica] com pacientes cada vez mais jovens e que não tinham nenhuma necessidade de reposição hormonal”, lamentou.

Ainda conforme Edza Brasil, foi em função dessa “finalidade estética e extremada” que surgiram as consequências negativas, inclusive com mulheres apresentando efeitos colaterais importantes, como queda capilar, crescimento capilar em locais indevidos, consequências na voz – ficando mais grave ou rouca – e a masculinização em geral.

A farmacêutica explica que, com o uso convencional, o implante tinha um segundo efeito com finalidade estética, que não era o objetivo inicial do médico. O problema é que tudo foi sendo, gradativamente, desvirtuado.

“Alguns médicos começaram a aplicar com finalidade estética, mas ainda assim dentro de um padrão aceitável, até, infelizmente, chegar a médicos que desvirtuaram completamente e começaram a usar em pacientes que não tinham indicação, em doses muito acentuadas, e [os implantes] passaram, de fato, a trazer algumas situações, como as relatadas pela Anvisa, que começaram a trazer risco para a população”, apontou.

Psicóloga alerta para consequências da busca pelo ‘corpo ideal’

Filme ‘A Substância’, com Demi Moore, premiado no Festival de Cannes este ano / Foto: Reprodução

Com a proximidade do verão, cresce a necessidade de investir na boa forma, o que é não apenas válido, mas benéfico. Os problemas começam quando o exagero toma conta de tudo e o culto à ‘juventude’, à ‘magreza’ e à ‘beleza’ vira obsessão. O tema é tratado no filme A Substância, em cartaz nos cinemas, que causou furor e recebeu o prêmio de Melhor Roteiro no Festival de Cannes deste ano. Já considerado um clássico moderno do subgênero do terror chamado de body horror (horror corporal), o longa tem gerado muitos debates por apelar para o grotesco para mostrar o que acontece quando as pessoas sucumbem às pressões – de si mesmas e da sociedade – para ter um ‘corpo perfeito’.

A busca incessante pela estética ideal pode gerar sérias consequências também para a mente. De acordo com a psicóloga Bárbara Santos, coordenadora do Núcleo de Transtornos Alimentares da Holiste Psiquiatria, a pressão estética “não é uma novidade”. Ela lembrou que as mudanças ocorrem em função da forma, dos veículos e da imagem. Como exemplo, a especialista cita que, mais recentemente, o ideal de beleza está associado a mulheres mais magras, mais definidas e musculosas.

“Isso é mais recente, [assim como] o acesso aos conhecimentos científicos para chegar a essa imagem. É um dado do nosso tempo, da modernidade. Então, quanto maior o conhecimento científico, médicos foram ficando mais acessíveis e foram mais usados para se atingir esse ideal. E aí o perigo que ocorre é na própria saúde mental, porque se colocar em risco de saúde para poder uma atingir uma beleza idealizada é algo que nos faz perguntar sobre o quanto a vaidade está atravessando a forma como essa pessoa se relaciona com o mundo e com os outros”, avaliou.

Questionada sobre os sinais de que a busca pelo ‘corpo perfeito’ está se tornando prejudicial à saúde mental e emocional, a psicóloga afirmou ser um “desafio” apontá-los. Conforme Bárbara, isso ocorre porque a busca pela “beleza idealizada tem sido encoberta pela busca por uma vida fitness”.

“Uma vida saudável, de atividade física, de boa alimentação e de um corpo que tenha a ver com essa procura de um ‘corpo de verão’, que pode ser exibido e reconhecido como bonito. Isso está nas clínicas médicas, nas academias, na rede social, nos filmes, o discurso por essa beleza idealizada. Então, para o outro identificar algo danoso, que já passou do limite, isso é mais difícil”, observou.

Em função disso, Bárbara acredita ser necessário ficar atento às escolhas feitas no dia a dia, a exemplo do quanto a pessoa está investindo, inclusive financeiramente, em prol desse objetivo. “Comprando ‘chips de beleza’, suplementos, enfim, para poder ter esse ideal. O quanto a pessoa fica ali, em suas conversas, sempre girando ao redor disso, em suas pesquisas, tem algo que fica muito fixado, e essa fixação que preocupa bastante em relação à saúde mental, porque empobrece cognitivamente, empobrece subjetivamente, empobrece emocionalmente. E aí entra algo que é o quanto disso é gatilho para a pessoa, porque a pessoa fica desestruturada se recebe uma crítica, a pessoa se desorganiza se ela não identifica aquela imagem no espelho, que ela acha que é a imagem ideal”, afirmou.

Sem ver o objetivo cumprido, a especialista alertou que é possível apresentar não apenas sinais de ansiedade, mas também deixar de sair de casa e de conviver com as pessoas.

“Ela deixa de ter uma vida sexual que seja prazerosa e saudável, deixa de namorar, de ir para os lugares, então ela fica muito empobrecida. Porque ela, naquele dia, não conseguiu aquilo que é o objetivo dela, que é muito fixado nessa imagem ideal”, descreve, remetendo a uma das sequências mais comentadas de A Substância – quando Elisabeth, personagem de Demi Moore e protagonista do filme, trava um embate silencioso consigo mesma diante do espelho.

Questionada sobre a forma que instrumentos como o ‘chip da beleza’ afetam a autoestima e a percepção corporal das pacientes, a especialista afirmou que os dispositivos podem afetar a maneira como uma “pessoa constrói a imagem de si ou o que ela procura para si mesmo”.

“Como esse corpo está muito idealizado, não é o melhor corpo que ela pode ter, nem o corpo que ela tem – é o corpo que está no Instagram, é o corpo que está nas redes sociais, nos filmes, nas passarelas. Este corpo que ela procura sempre vai estar de uma forma depreciada, sempre vai estar para si de uma forma negativa, ela sempre vai estar insatisfeita, inconformada. Isso pode gerar ansiedade, tristeza, irritação. É preciso ter muito cuidado com isso, de fato”, alertou.

Outro ponto de preocupação da psicóloga é de que esses recursos sejam “legitimados” por “discursos médicos de saúde”. Em A Substância, Elisabeth é uma atriz que acaba de ser demitida de um programa de TV por causa da idade e tem acesso a um produto ‘milagroso’, que promete oferecer a sua ‘melhor versão’.

“Beleza nem sempre está associada à saúde. Quando a pessoa associa isso, a saúde fica muito limitada a estar bonito, e o que é estar bonito para cada um? O que é bom para mim, o que é que me satisfaz, o que é que me dá prazer, o que é que afeta o meu corpo de uma forma que seja interessante, produtivo, criativo. E isso aí, quando é engolido por esse discurso de ‘chip da beleza’, de que você vai alcançar sua melhor versão, de que você vai ter o corpo de fulana de tal, quando é engolido por esse discurso, é bastante perigoso e danoso para o sujeito”, completa.

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