Conheça o Serviço de Oncologia da Osid e inspire-se no legado da primeira santa brasileira

Obras Sociais Irmã Dulce oferecem atendimento de ponta, que se destaca pelo acolhimento ao paciente

Por Bruna Ferraz
24/02/2024 às 08h20
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Foto: Equipe Portal M!
Foto: Equipe Portal M!

Iniciadas do desejo do "Anjo Bom da Bahia", surgiram, em 26 de maio de 1959, as Obras Sociais Irmã Dulce (OSID). A instituição, que até hoje oferece serviços gratuitos de saúde para grupos em vulnerabilidade social, nasceu, antes de tudo, no coração da sua fundadora, a Santa Dulce dos Pobres.

Após passar mais de uma década em busca de um local para abrigar os pobres e doentes recolhidos das ruas de Salvador, Irmã Dulce encontrou em um galinheiro, situado ao lado do Convento Santo Antônio, um espaço para cuidar de 70 doentes em situação de vulnerabilidade social.

Atualmente, o complexo, que ainda mantém a área do galinheiro, como um símbolo de respeito pela grandiosidade da religiosa que o fundou, tem mais de três milhões de pessoas acolhidas por ano na Bahia, realiza 5,6 milhões de procedimentos ambulatoriais por ano, oferece 1,2 milhões de refeições por ano aos pacientes e realiza 49 mil internamentos anualmente.

A entidade filantrópica abriga um dos maiores complexos de saúde 100% gratuito do Brasil, aberto para usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), idosos, pessoas com deficiência e com deformidades craniofaciais, pessoas em situação de rua, usuários de substâncias psicoativas e crianças e adolescentes em situação de risco social.

Ao todo, são 21 núcleos que prestam assistência à população de baixa renda, dentre eles: o Hospital Santo Antônio, o Centro Geriátrico, o Hospital da Criança, a Unidade de Alta Complexidade em Oncologia, o Centro de Acolhimento à Pessoa com Deficiência, o Centro Especializado em Reabilitação e o Centro de Acolhimento e Tratamento de Alcoolistas. Além de tudo isso, no município de Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador (RMS), funciona o Centro Educacional Santo Antônio. A unidade atende, em parceria com as Secretarias de Educação do Estado e do Município, 940 crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social, oferecendo ensino em tempo integral do primeiro ao nono ano.

Tratamento humanitário

Vivyana Passos, líder da Unidade de Alta Complexidade em Oncologia (Unacon) da OSID, é uma das pessoas que fazem a instituição funcionar. Farmacêutica de formação, com 17 anos de doação às obras e sete à frente desse serviço, a profissional carrega no brilho dos olhos o carinho que nutre pela organização. 

"Na oncologia é inconcebível o tratamento em si sem o fator humano e sem o afeto, o amar e servir. Particularmente, os pacientes e suas famílias, no primeiro momento do diagnóstico oncológico, eles chegam numa situação muito delicada, que precisa que a equipe tenha o preparo mesmo, emocional, empático, que faça com que eles se sintam seguros, acolhidos e amados", disse ao Portal M!.

Vivyana Passos é líder da Unidade de Alta Complexidade em Oncologia da OSID

De acordo com a líder da Unacon, o tratamento oncológico precisa ser integral e humanitário, incluindo um amparo assistencial multidisciplinar, com toda uma equipe de saúde: médico, serviço social, enfermagem, farmácia, nutrição, fisioterapia, dentre outros.

"A gente tem que acompanhar, pegar na mão mesmo desse doente, desde o momento do diagnóstico até o tratamento clínico ou cirúrgico. O tratamento clínico, ele envolve a quimioterapia e a radioterapia, em alguns casos, a gente ainda tem os leitos de internamento, que é uma retaguarda desse tratamento ambulatorial que a gente tem. Então, se o paciente tiver qualquer necessidade, ele tem o leito pra se internar e tratar aquela intercorrência. A gente ainda tem uma unidade, que é um pronto atendimento para esse paciente oncológico", destalhou.

Uma das pessoas beneficiadas por esse serviço oncológico é Pinúcia, uma mulher de 59 anos, que está há oitos anos em tratamento, está fazendo quimioterapia pela quarta vez e, atualmente, tem um câncer em metástase no fígado.

"A gente passa por alguns processos de quimioterapia, mas eu estou continuando, não desisto. Vou lutar enquanto for possível. A minha família está sempre comigo, minhas filhas estão sempre comigo, me dando força para que eu não desista. Outra coisa boa também é que eu tenho um médico maravilhoso e ele sempre me encoraja na questão de que, enquanto tiver possibilidade de um tratamento, com certeza eu estarei fazendo. Não vou desistir!", relatou ao Portal M!, emocionada, ao lado da filha.

Você também pode ajudar

Para manter viva esta obra grande e com tantos braços, a instituição conta com recursos do Sistema Único de Saúde (SUS) e de convênios com organismos estatais, além de doações e arrecadações através da venda de produtos. Dentro do complexo localizado no Largo de Roma, na Cidade Baixa, em Salvador, existe uma panificadora, um café e uma loja de souvenirs da Santa Dulce dos Pobres. Todo o lucro das vendas obtido nesses espaços é revertido para a manutenção das obras.

O Memorial Santa Dulce dos Pobres, também instalado no local, não cobra, dos seus visitantes, um valor de entrada, mas abre espaço para que estes doem a quantia que desejarem. A atração funciona como um museu no qual a história da primeira santa brasileira é detalhada. Além de objetos que pertenceram a ela, o acervo também aborda fatos inusitados sobre a trajetória árdua de Dulce.

Para doar, acesse doe.irmadulce.org,br e conheça as várias formas e contribuição para a manutenção desse trabalho de amor, força e fé.  

Conheça a história na íntegra