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A luta de sair das ruas e permanecer longe delas: conheça a história por trás do Lar Pérolas de Cristo

A instituição abriga mais de 500 pessoas em vulnerabilidade em Paripe e Coutos

A fachada do Lar Pérolas de Cristo esconde o tamanho daquela instituição que começou pequenininha, a partir do sonho de uma mulher de não mais permitir que outros jovens tivessem a mesma história que ela.

Vera Guimarães, a idealizadora do projeto, nasceu em uma família em extrema vulnerabilidade. Começou a trabalhar ainda na infância, aos 10 anos, fazendo faxina em casas de desconhecidos. Acuada e abusada por um dos seus patrões, um homem de 29 anos, ela resolveu ajudar outras mulheres ao ver como o desamparo dói. “Com dez anos de idade eu já sabia que o que eu sofri foi um crime, mas a família [do abusador] tinha um poder aquisitivo maior, então infelizmente ele ficou impune”, contou.

A justiça não foi feita e o caso passou impune, mas não no coração de Vera, que usou esse sentimento de frustração para cuidar do próximo. “Já na minha maioridade, eu já sabia o que eu precisava. Eu precisava e tinha um sonho de ajudar tantas outras pessoas que estavam sendo tratadas como lixo, pois era assim que eu me sentia, então eu comecei”, explicou.

Determinada, assim que atingiu a maior idade, Vera Guimarães começou a colocar em prática aquilo que havia prometido para si mesma. A mulher foi até uma ocupação e pretendia começar lá o seu projeto social, mas, entendendo que precisava se tornar uma pessoa jurídica e oficializar a situação, correu atrás disso: “Aprendi a fazer ata, estatuto e fundei a minha instituição”.

O Lar Pérolas de Cristo nasceu em 18 de setembro de 1993, há 30 anos. A organização não governamental e filantrópica oferece acolhimento provisório para crianças e adolescentes afastados do convívio familiar em virtude de medidas protetivas. São menores de idade vítimas de abandono ou de violência sexual, física ou psicológica. Todos eles são encaminhados por Conselhos Tutelares, Ministério Público ou Juizado de Infância e Juventude.

A instituição, no entanto, foi crescendo à medida que novas demandas ou oportunidades apareciam. O lar passou a receber bebês, filhos de dependentes químicas, então começaram a receber também essas mães adictas. Contudo, os pais passaram a dormir do lado de fora do abrigo, aguardando pela família, então Vera passou a receber também todo o núcleo familiar em vulnerabilidade. Hoje são 530 pessoas vulneráveis acolhidas espaços diferentes: Cajazeiras, Itapuã, Paripe e Coutos. O desejo atual da gestora é se especializar para receber transgêneros em vulnerabilidade.

Você pode ajudar

Para doar faça um pix para 97326243000156 (CNPJ).

Para contato ligue para o (71) 3397-3535 ou mande um e-mail para [email protected]

Você também pode deixar a sua doação em uma das unidades do Lar Pérolas de Cristo:

. Unidade de Paripe – Rua doutor Eduardo Dotto Nº 1800

. Unidade de Coutos – Rua da Fraternidade s/nº bairro de Coutos

Conheça essa história na íntegra

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