Nascida do desejo de profissional da UTI do Hospital Santa Izabel de fazer mais pelos idosos, a Casa de Repouso Bom Jesus, pensada, levantada e administrada por Luís Santana, existe há 21 anos no subúrbio de Salvador. Em 2002, o profissional da área de saúde abriu mão da sua carreira para se abdicar inteiramente ao acolhimento de pessoas idosas e em vulnerabilidade social.
O caminho de Luís nunca foi fácil e, por diversas vezes, ele pensou que teria que desistir da casa de repouso. Ele vivenciou a pandemia de Covid-19, sofreu os danos de uma forte chuva que destruiu todo o seu telhado, mas permanece em o seu compromisso com aqueles que dependem inteiramente dele.
Hoje, a Casa de Repouso Bom Jesus funciona em dois espaços, ambos no Subúrbio Ferroviário de Salvador: uma em Paripe, com 158 acolhidos e outro em Praia Grande, com 40 pessoas. De acordo com o gestor da instituição, entretanto, nesses lugares não há espaço o suficiente para que ele possa acolher a todos da maneira adequada, dessa forma ele pede ajuda às autoridades para que possa transferir as suas atividades para uma estrutura maior.
Por não poder contar mais com a ajuda do poder público, a instituição vive mais um dos seus momentos difíceis, dependendo da ajuda daqueles que se solidarizam. “Voluntário eu não tenho nenhum. Não tenho convênio com município, não tenho convênio com o estado… Na verdade, o estado diz que é obrigação do município fazer convênio, mas não está tendo convênio com a prefeitura há muitos anos. Foi suspenso […] Nós não temos nenhuma empresa que oficialmente abraçou a instituição. São pessoas que vêm, de coração, e nos ajudam”, disse Luís Santana.
Além dos gastos para o pagamento dos funcionários, as fraldas geriátricas, produtos de limpeza e alimentos, principalmente proteínas, são as principais demandas da instituição, que funciona todos os dias, initerruptamente.
A nutricionista da casa, Kessia Santana, lembrou ao Portal M! que, por estarem acolherem muitos hipertensos e diabéticos, a casa precisa de um cuidado especial com a alimentação, mas nem sempre a ajuda vem.
Um dos problemas encontrados pelo gestor para manter o controle financeiro do lar está na falta de identificação dos internos. Sem a oficialização, muitos acolhidos acabam não recebendo a pensão ofertada pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), valor essencial para o custeio das despesas do próprio acolhido.
“Nós temos cerca de 60% dos pacientes com identificação que recebem o benefício, mas 40% ainda estão em análise do INSS, análises que nunca terminam. Ou são pessoas que estão ainda sem identificação de tanto andar pelas ruas e prejudicar a digital das mãos e dos pés”, explicou Luiz, ressaltando que boa parte dos idosos já não possui memória de quem são, nem de quais são os seus familiares.
Para sanar a falta de identificação, Luís pede que os familiares que possam ter um ente internado na instituição o procurem. “Não tenha medo, a gente não vai devolver o paciente. A gente só quer o identificar para que ele tenha vida, mas, se quiser levar, leva”, explicou Luís, apelando também para que o INSS priorize o cadastramento em abrigos.
Veja como você pode ajudar
Entre em contato com os telefones (71) 98517-0803 ou (71) 3408-1259. Caso prefira, aqui estão os dados da conta e do pix da instituição:
Casa de Repouso de Idosos Bom Jesus
Conta corrente: 43660-6
Agência: 8601
Banco: Itaú
Código: 341
CNPJ: 10.139.579/0001-21
Pix: Casa de repouso bom Jesus
CNPJ: 101395790001-21
A Casa de Repouso Bom Jesus também está aberta para visitações e doações nas suas sedes.
Uma fica instalada na Travessa Bela Vista de Tubarão, número15, bairro de Paripe, Subúrbio Ferroviário de Salvador.
A segunda sede fica na rua Pedro dos Reis Gordilho, número 3, bairro Praia Grande, também no Subúrbio Ferroviário da capital baiana.