Vixe! O jogo das indicações de Neto mudou. O rompimento com Roma. O Avante continua com o PT. E Nilo vai para o MDB?

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Por Osvaldo Lyra e equipe
19/01/2022 às 08h12
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Foto: Arte: Haron Ribeiro
Foto: Arte: Haron Ribeiro

O Avante continua com o PT

O deputado federal Sargento Isidório deu um pinote essa semana ao ser questionado sobre a especulação de que poderia abrir o seu partido, o Avante, para abrigar o deputado federal Marcelo Nilo, do PSB. O socialista está a procura de um partido que lhe permita mudar de lado e disputar a eleição ao Senado na chapa de ACM Neto, do DEM/UB. Isidorio aproveitou para acabar com a tese de que estaria "chateado" com o governador Rui Costa.

Sargento Isidório 
'Sou do grupo de Rui'
 
 "Na Bahia o Avante é do grupo do governador Rui Costa e do futuro governador Jaques Wagner. Não abrimos mão disso. O Avante continuará na base de Rui. Sou do grupo de Rui, de Wagner, grupo progressista, que trabalha e faz mais por quem mais precisa. Não existe possibilidade do Avante ficar dos dois lados, não existe", disparou. 

ACM Neto
O peso de cada partido
 
Diferente de 2020, em que o ex-prefeito ACM Neto construiu a eleição do seu sucessor Bruno Reis com facilidade, agora, o democrata está sendo obrigado a ampliar o diálogo junto à própria base, sobretudo, diante da força da candidatura do ex-presidente Lula na Bahia. Se em pleitos anteriores o democrata tinha opções de partidos para acomodar o seus aliados, agora, o jogo se mostra diferente, exigindo que ele pratique a humildade e dê o peso e o espaço que cada sigla quer ter. 

Bruno Reis e ACM Neto
O jogo das indicações mudou
 
O democrata colocava quem ele queria para ocupar a chapa no partido que fosse mais conveniente. Agora, segundo dirigentes de partidos aliados, o jogo mudou e não deverá ser mais assim. "Se antes ele dava o cargo para o aliado, agora ele terá que negociar o espaço com o partido. Traduzindo: quem tem a vice em Salvador é Bruno Reis e não o PDT, por exemplo. Então, os partidos esperam que Neto faça de forma diferente na eleição de agora", como enfatizou outro aliado oposicionista. 

Lúcio Vieira Lima 
A pressão sobre o MDB
 
Os dirigentes partidários estão tento a maior dor de cabeça na montagem dos seus partidos, para garantir a eleição de deputados federais e estaduais na  próxima eleição. O MDB, por exemplo, pode eleger de três a cinco federais. Mas, para isso, terá que correr e definir, até março, se marchará com o senador Jaques Wagner ou se apoiará a candidatura de ACM Neto ao governo. Cortejado pelos três principais candidatos, já que Roma também sonha com esse apoio, os emedebistas, liderados pelo ex-deputado Lúcio Vieira Lima, estão jogando duro na negociação com os postulantes ao Palácio de Ondina.

Marcelo Nilo
Nilo no MBD?
 
Hoje, um desenho provável é o partido dar legenda ao deputado federal Marcelo Nilo e com isso, abocanhar um mandato de senador em Brasília, negociando bem os espaços na gestão Bruno Reis e, eventualmente, no governo de ACM Neto em 2023. Com o PT as conversas também estão avançadas e dependerá da decisão dos irmãos Vieira Lima para saber para que lado do barco vai remar. Aí, só Deus e o tempo dirão.
 
João Roma e ACM Neto

Roma, Neto e o rompimento
 
Três pessoas de diferentes partidos procuraram a coluna Vixe nos últimos dias pra fazer uma avaliação sobre o rompimento do ex-prefeito de Salvador, ACM Neto, com o atual ministro da Cidadania, João Roma. Os políticos, com e sem mandato, afirmaram que divergências acontecem, mas que Neto errou ao carregar nas tintas e romper a relação de amizade que existia entre eles. 

Rodrigo Maia e ACM Neto
É possível reconciliar?
 
O sentimento na base é que Roma poderia ser estratégico ao projeto do ex-aliado de se tornar governador da Bahia, mas que, com a briga no campo pessoal, a recomposição se tornou inviável, praticamente impossível. Apesar dessa avaliação pessimista, um quarto ator da política baiana usou seu costumeiro humor sarcástico para afirmar que "já já Neto e Roma estarão juntinhos, tomando um vinho e recompondo os laços políticos e de amizade". "Basta ver a briga com o deputado federal Rodrigo Maia, que foi tensionado mas depois pacificado", disparou ele, sob anonimato. 

Jair Bolsonaro 

O ódio alimenta os extremos 
 
A polarização entre o ex-presidente Lula e o atual presidente Jair Bolsonaro mostra que os candidatos do chamado "centro democrático" ainda não conseguiram encontrar a fórmula correta para se comunicar com a população. O antagonismo dos dois principais postulantes ao Palácio do Planalto é retroalimentado pelo ódio entre eles e seus apoiadores.

João Dória e Sérgio Moro
Por que a terceira via não se une?
 
Mas uma pergunta volta e meia aparece nas rodas de conversa política: por que João Dória, Ciro Gomes e Sérgio Moro não ampliam o diálogo e tentam construir uma frente, que seja capaz de barrar o antagonismo existente hoje? Vaidade? Ou será que eles não veem que, pelas pesquisas, o ex-presidente Lula deverá estar no segundo turno e que a briga deverá ser para ver quem irá disputar a próxima fase do pleito com ele?

Ciro Gomes e João Santana
Falta acertar na comunicação
 
Pois bem, já que não sabemos os reais motivos para essa unidade do centro não acontecer, ouso falar que falta, na verdade, uma estratégia clara de comunicação que permita cada um desses candidatos falar diretamente com a população. É como se os presidenciáveis da terceira via não tivessem a capacidade que Lula e Bolsonaro tem de tocar nas pessoas. E olha que estamos falando de veteranos da política e até mesmo da magistratura. Ciro Gomes, por exemplo, contratou o marqueteiro João Santana para auxiliá-lo nessa empreitada, mas até agora ainda não saiu do lugar. 
 
João Dória 
O nem, nem não deslancha 
 
O que mais chama a atenção de muitos estrategistas é o fato de que uma parcela considerável da população está na turma do "nem nem". Ou seja, não quer Lula nem Bolsonaro. Mas pergunto: por que Dória, Ciro e Moro não deslancham? Falta liga? Na verdade, os bolsominions não admitem a possibilidade de o PT voltar ao poder, depois de tantos escândalos de corrupção. Da mesma forma que os petistas não admitem as rachadinhas e a verborragia do presidente atual. Enquanto isso, os três principais nomes do centro patinam e derrapam na longa estrada até a eleição. 

Lula 
Sem radicalismos
 
Se você pegar os números frios das últimas eleições poderá comprovar que foi essa parcela da população, que não se identifica com os radicalismos da direita nem da esquerda, que elegeu os ex-presidentes Fernando Collor de Mello, Fernando Henrique Cardoso, além dos ex-presidentes Lula e Dilma. E mais, ainda elegeu Bolsonaro na última eleição. Falta o centro falar a voz do povo e tocar de vez no coração do eleitor, do cidadão. Nomes qualificados temos, mas infelizmente a maioria do eleitorado parece não querer saber o que será feito para mudar a realidade do desemprego no país, o que será feito para melhorar a economia e muito menos, avançar nos indicadores da saúde e educação. A torcida é que essa realidade mude até a eleição. 
 

Rui Costa

Rui planeja nova redução de público
 
Uma informação circulou com força ontem entre empresários do entretenimento na Bahia. Depois de reduzir o público de 5 mil para 3 mil pessoas nas festas no estado, a informação é que o governador planeja para os próximos dias a redução para 1 mil pessoas por evento. Se com a quantidade atual as festas programadas para o carnaval e para o verão estão sendo canceladas, imagina só com a nova redução. A turma do entretenimento está de cabelo em pé e cansada de ser ignorada solenemente pelo governador. Vamos aguardar as cenas dos próximos capítulos, só lembrando que não são só as festas que causam aglomeração. Basta ver os transportes públicos lotados todos os dias.