Aldo Rebelo lança pré-candidatura à Presidência da República em 2022

Ex-presidente da Câmara dos Deputados diz que sua agenda "não é identitarismo nem da guerra cultural"

Por Flávio Gomes
20/08/2021 às 09h45
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Foto: Wilson Dias/Agência Brasil
Foto: Wilson Dias/Agência Brasil

O ex-presidente da Câmara dos Deputados Aldo Rebelo (sem partido) decidiu lançar sua pré-candidatura à Presidência da República. Em entrevista concedida ao Estadão, o ex-ministro da Defesa do governo Dilma disse que a ideia de lançar uma pré-candidatura independente se deu apara atender os pedidos de amigos que o acompanham na vida política.

"Atendi um apelo de amigos que me acompanham na vida política, que me pediram para participar do debate nacional em função do livro que escrevi. Essa agenda se volta para três questões decisivas: a volta do desenvolvimento, combater as desigualdades e valorizar a democracia, que eu respondo três, quatro vezes por dia se vai ter golpe, se não vai ter golpe. São esses os grandes desafios", explicou.

Ex-integrante do PCdoB e do Solidariedade, Rebelo lançou o livro "O Quinto Movimento", onde expõe suas ideias para o País. Para ele, o que unifica a nação não é a agenda identitária ou guerra cultural, mas a necessidade de retomar o desenvolvimento, combater a desigualdade e valorizar a democracia.

Rebelo ressaltou ainda que a oposição ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) está desorientada.

"Completamente e essa caravana da internacional progressista é exemplo disso. O documento que enviaram aos EUA pedindo sanções comerciais contra o Brasil. Então porque eu sou contra o Bolsonaro eu vou pedir sanções comerciais contra o Brasil. Esse pessoal perdeu o juízo", afirmou.
Questionado se sua candidatura segue um viés de terceira via, o pré-candidato disse que "terceira via não tem mais vaga".

"Minha pré-candidatura é de uma agenda que pode unir amplamente o País. Não é da esquerda nem da direita. Não é identitarismo nem da guerra cultural", pontuou.

Aliado do ex-presidente Lula (PT), Aldo Rebelo disse ainda que não marchará com a esquerda porque há no partido grupos organizados e articulados que "acham que devem governar o País com a agenda identitária e com a agenda das ONGs na Amazônia".

"Essa é a questão. Como é o caso do Bolsonaro também. Como é que Bolsonaro foi eleito? Naturalmente porque o povo queria uma renovação, alguém que não fosse acusado de corrupção, que tivesse a imagem do militar e aí ele se elege presidente", ressaltou.

"Tenho um grande apreço pelo presidente Lula e gratidão pela confiança que recebi. Mas eu também tive alianças com o PT e disputas. O problema que eu vejo no PT é outro. Os pobres elegem os governos do PT para melhorar a vida, a educação, saúde e segurança e a classe média petista da Vila Madalena acha que o presidente foi eleito para fazer a agenda identitária, que é minoria na sociedade", completou.

"Um grupo mais articulado na grande frente que elege os governos acha que a agenda que foi eleita foi a dele, que geralmente é minoritária na sociedade. Bolsonaro não foi eleito para fazer guerra cultural. Essa é a questão. E acho que a agenda do PT não vai mudar. É a ideia de que pode governar o Brasil com o programa econômico da Faria Lima, com o programa social do Banco Mundial e a agenda do meio Ambiente das ONGs e da embaixada da Noruega. Isso pode até ganhar a eleição, mas isso não tira o País do lugar", finalizou.